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    Hilário: O Rei Leão

    Texto por Vasco Sousa
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    Jogador com mais jogos pelo Sporting, clube que representou durante 15 épocas, e um dos Magriços, Hilário é um dos mais notáveis jogadores portugueses e, para muitos, o melhor defesa esquerdo português de sempre.

    Nascido em 1939 em Moçambique, o futebol sempre esteve presente na sua vida. Aos 7 anos, formou com um grupo de amigos um clube só deles, denominado de FC Arsenal, em honra à célebre equipa londrina, por esses dias uma das maiores do Mundo. Muito veloz, Hilário começou a jogar a extremo. Deu nas vistas e foi contratado pelo Atlético de Lourenço Marques (à altura, a capital moçambicana), onde jogou maioritariamente como médio. Foi aqui que Hilário jogou pela primeira vez de chuteiras – por esta altura, era normal os jovens africanos jogarem descalços.

    De Moçambique para Lisboa

    Uma vez mais, o seu talento fez despertar o interesse de outros clubes. O Sporting de Lourenço Marques, filial do Sporting (de Lisboa) em Moçambique, ofereceu-lhe emprego na companhia das águas, ao mesmo tempo que jogava na equipa. Parecia óbvio que Hilário iria seguir para a casa-mãe, ou seja, o Sporting. E foi assim que aconteceu: em 1958, com 19 anos, estreou-se pela equipa lisboeta. O seu primeiro jogo pelos leões aconteceu na sexta jornada do campeonato, e não mais largou a titularidade – tinha já descido mais no terreno, fixando-se como defesa esquerdo.

    Em 1961/62 conquistou o seu primeiro título, sagrando-se campeão nacional – viria a conquistar a prova em mais duas ocasiões.

    Em 1963/64, conquistou a Taça das Taças, o único título internacional do Sporting. Lesionou-se na reta final e não pôde participar na final (e na finalíssima). A vitória foi-lhe dedicada pelos seus colegas de equipa que, aquando do seu regresso a Lisboa, se deslocaram a casa de Hilário para lhe mostrar a taça conquistada, num claro sinal da sua importância na equipa.

    Um dos Magriços

    @Getty / PA Images
    1965/66 foi a época em que realizou mais jogos (41), num ano verdadeiramente inesquecível, tendo sido totalista nos seis jogos que Portugal realizou no Campeonato do Mundo realizado na Inglaterra. Foi a primeira participação de Portugal numa fase final e, ainda hoje, o terceiro lugar obtido pela Seleção é a melhor classificação de sempre. Uma equipa marcante, que ficou conhecida pelos Magriços, e dos quais Hilário era um dos mais importantes jogadores.

    No total, Hilário realizou 40 jogos pela Seleção, um número bastante interessante, tendo em conta que, na altura, as seleções não jogavam com tanta regularidade.

    Num jogo disputado em Alvalade em 1968 frente ao Belenenses, o defesa esquerdo inaugurou o marcador, naquele que foi o seu único golo em toda a carreira.

    O fim de uma lenda

    Em 1973, com 34 anos, Hilário decidiu terminar a carreira. No seu último jogo, conquistou o 7.º título, ao vencer a Taça de Portugal. O Sporting bateu o V. Setúbal no Jamor por 3x2, com Hilário a ser substituído aos 80 minutos, ouvindo uma enorme ovação de todo o público. Era o fim de uma lenda do Sporting.

    Contas feitas, Hilário realizou um total de 475 jogos de leão ao peito: é, ainda hoje, o jogador com mais jogos na história do clube. Nomes como Rui Patrício, Damas ou Manuel Fernandes ficaram perto, mas não o alcançaram.

    @Sporting CP
    Após terminar a carreira, Hilário iniciou funções como treinador, com passagens por vários clubes portugueses e moçambicanos e, claro, pelo “seu” Sporting, onde foi adjunto em diversas ocasiões.

    Membro de uma geração inesquecível do futebol português, Hilário é uma figura incontornável do futebol em Portugal em geral, e do Sporting em particular.

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