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      LASK Linz

      Texto por Mário Rui Mateus
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      O LASK Linz é um dos clubes mais antigos da Áustria e a sua história é uma autêntica montanha-russa. Entre várias escaladas, despromoções e promoções, o emblema de Linz conseguiu alcançar alguns títulos no futebol austríaco e, nos últimos tempos, parece estar com vontade de voltar a fixar-se no topo da Áustria.

      Primórdios de sucesso

      A 7 de agosto de 1899 dá-se a fundação do Athletic Sport Club Siegfried, um clube exclusivamente dedicado ao atletismo. Contudo, em fevereiro de 1919, após a I Guerra Mundial e por iniciativa de Otto Wilhelm Zemann, o ASC Siegried abriu a secção de futebol, constituída por antigos jogadores de Germania Linz e Linz Sports Club.

      Com tudo em ordem, o novo clube da cidade austríaca de Linz abriu a sua oficina e disputou o primeiro jogo frente ao FSV Wels, um amigável que perdeu por 4x1. Rapidamente a secção de futebol cresceu, ganhou importância e um novo nome: a 14 de setembro de 1919, o ASC Siegfried passou a designar-se Linzer Athletics Sports Club. Contudo, a data da sua fundação é considerada 25 de julho de 1908, a data da fundação do Linz SC.

      Esta rápida ascensão teve o primeiro grande sucesso em 1923/24, quando o LASK venceu o Campeonato de Hallstatt (prova da província da Alta Áustria), tendo repetido o feito mais 12 vezes, juntando ainda seis Taças de Hallstatt não oficial). As referências da equipa, August Jordan (Floridsdorfer AC) e Pepi Maybock (First Vienna FC), também deram para a alta roda do futebol austríaco.

      Cair e embalar para o topo

      A II Guerra Mundial assolou a Europa e também atingiu o LASK Linz, que passou mal durante este período. Depois de ter chegado ao topo do futebol austríaco (Liga A), o clube caiu nas divisões secundárias e com uma histórica derrota pelo meio: 0x21 frente ao Austria Wien. No entanto, o emblema de Linz reergueu-se e, após vencer o Campeonato de Hallstatt, carimbou o regresso à Liga A, onde permaneceu até 1953/54.

      @Getty /
      Entre nova despromoção e promoção (título em 1957/58), o LASK cresceu no panorama do futebol austríaco e intrometeu-se na luta pelo título. Um sinal disso foi o segundo lugar em 1961/62 e a final da Taça da Áustria (derrota por 0x1 frente ao Austria Wien) em 1962/63, sob o comando de Karl Schlechta. Esta consistência continuou e em 1964/65 fez-se história: orientado por Frantisek Bufka, com o luso-brasileiro Chico (ex-Leixões) e o lendário Helmut Koglberger na equipa, o LASK Linz superiorizou-se ao Austria Wien e tornou-se no primeiro clube não-vienense a sagrar-se campeão nacional. Na mesma época, o LASK também venceu a Taça, selando a dobradinha.

      Montanha-russa e escândalos

      Os anos seguintes do LASK nada tiveram a ver com os vividos na década de 60. Apesar de ter conseguido atingir mais duas finais da Taça da Áustria (1966/67 e 1969/70), o clube passou a lutar para não descer. A despromoção acabou por chegar em 1977/78, mas a subida (com título da II Divisão) chegou logo na época seguinte.

      Os anos 80 também representaram alguma estabilidade na I Divisão e a luta pelas competições europeias. O emblema de LASK conseguiu apurar-se para a Taça UEFA por cinco vezes, mas nunca foi além da Segunda Ronda. Este período foi procedido novas descidas (1988/89) e mais dois títulos da II Divisão (1991/92 e 1993/94). Em 1995, o clube mergulhou numa crise financeira e declarou-se insolvente, com uma dívida de quase dois milhões de euros.

      A polémica solução para este problema chegou a 21 de maio de 1997, com a fusão entre os rivais FC Linz e LASK. Em 1997, nova polémica atingiu o clube, desta vez devido à falência do banco de Wolfgang Rieger, então Presidente, que afetou as finanças do LASK. No meio desta instabilidade financeira, o clube conseguiu mais uma final da Taça da Áustria (1998/99) e mais uma ida à Taça UEFA (1999/00). Na sequência desta crise, um grupo de investidores liderados por Peter Reichel assumiu a o controlo do clube, apagando este 'incêndio'.

      Ida ao fundo e regresso à I Divisão

      A viragem para o século XXI trouxe um interregno nos escalões mais baixos (dois títulos regionais), quebrado apenas em 2006/07, com mais uma subida e um título, sob o comando de Karl Daxbacher. Peter Reichel revelou-se um Presidente com pouca paciência e prova disso foram os treinadores e os diretores que entraram e saíram do clube. 

      Após alguns anos na I Divisão, a época 2010/11 trouxe nova descida e nova crise. Sem conseguir licença para disputar a II Divisão (relegado para os Regionais) e forçado a mudar de estádio devido a novos problemas financeiros, a instabilidade regressou ao LASK. Os adeptos revoltaram-se contra a Direção, que declarou falência e demitiu-se. Com o barco à deriva, Wolf-Dieter Holzhey e o seu grupo de investidores denominado 'Amigos do LASK' assumiram os destinos do clube em dezembro de 2013.

      No fundo do poço, o emblema de Linz conseguiu reerguer-se novamente, subiu à II Divisão (2013/14) chegou à I Divisão (2016/17), impulsionado por uma massa adepta eufórica e pelo técnico Oliver Glasner, que tinha assumido o comando em 2015/16.

      No meio desta escalada, em março de 2017, o logótipo do clube foi alterado, com a retirada do 'Linz'. Antes, em setembro de 2016, a LASK GmbH tornou-se na única acionista do clube.

      @Getty /
      No plano desportivo, com Oliver Glasner no leme, o LASK viveu os seus melhores tempos desde o título alcançado em 1964/65. Depois do quarto lugar em 2017/18, o emblema de Linz alcançou o segundo lugar em 2018/19

      Isto fez com que o clube disputasse o play-off de acesso à Liga dos Campeões e, posteriormente, a Fase de Grupos da Liga Europa. Este bom momento da formação austríaca fez com que o treinador Oliver Glasner rumasse ao Wolfsburg, dando início à era de Valérien Ismael, que tem a missão de manter o clube no trilho do sucesso.

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