16 de dezembro de 2015. Em Braga, a noite era fria e pouco aconchegante. Nas bancadas, o conforto não era grande coisa por causa das tais condições climatéricas, mas tudo mudou perto do intervalo, quando os minhotos responderam ao golo inaugural de Bryan Ruiz. Na segunda parte, foi golo cá, golo lá, um rebuliço. No prolongamento, Rui Fonte foi o herói. Na altura, escrevi que Braga e Sporting mereciam passar na Taça porque aquele foi, efetivamente, o melhor jogo da época. Acabou 4x3!
E porquê esta introdução? Porque o treinador dos arsenalistas era Paulo Fonseca. Esse mesmo que, agora com muitas alternativas, veio ao mesmo palco dar um tratado de bola na segunda parte e ganhar por 2x4 com o seu Shakhtar.
Foi mau para Portugal, que deixou de ter equipas na Liga Europa, e para o Braga, que pela primeira vez não passou o grupo. Foi também muito mau - e injusto - para José Peseiro, qual nova namorada que vê a antiga chegar e deixar saudosismo e renovado encanto. Peseiro não merecia, porque foi muito sóbrio e a sua conferência de imprensa merece um aplauso de pé pela sinceridade e abertura. Mas carrega consigo o grande peso de suceder a alguém que, ao fim de muitos anos, gerou consenso na plateia do Municipal. Alguém que foi bom rever por cá.
Paulo Fonseca deixou um legado em Braga e já o tinha feito em Paços de Ferreira. Não o fez no Dragão por diversas razões, sendo o timing a que parece mais intuitiva de se dizer. Tem bom futebol na cabeça e os seus jogadores ganham-no nos pés. Joga em 4x4x2, a tática da moda em Portugal, e entusiasma pela simplicidade. O seu bom trato pessoal também contagia, admito.
Mas a ideia que aqui se pretende passar é uma: a Ucrânia está muito distante. Quase tão distante como os pontos que já leva de avanço em relação ao Dinamo Kiev. Por isso, não seria nada mau que o Paulo Fonseca viesse para mais perto. Ninguém se chega à frente?