A pausa parcial das competições de clubes está a uma curta distância de algumas horas. Esta paragem destina-se a possibilitar a realização do Mundial 2022, no Catar, que está envolto em contornos surreais. As próprias entidades oficiais reconhecem agora que esta escolha foi um erro, o que acontece tarde de mais.
A primeira parte da liga termina este domingo à noite, quando o Famalicão receber o Sporting. Um pouco antes, o SC Braga disputa em Portimão um jogo que pode ser determinante para o resto da época. A Legião do Minho espera uma resposta competente às derrotas caseiras verificadas frente ao Chaves e ao Casa Pia, que representaram a perda lamentável de seis pontos que tanto jeito dariam na luta pelos lugares cimeiros da classificação. Agora não adianta “chorar” e um triunfo no Algarve recoloca os Gverreiros do Minho nos trilhos desejados pelos seus adeptos. Aguardemos pela resposta da equipa neste importante encontro.
Na Taça de Portugal, os arsenalistas receberam o Moreirense, equipa que lidera com grande destaque a segunda liga e parece no caminho certo para regressar ao escalão principal. A eliminatória anterior tinha deixado pelo caminho oito equipas do principal escalão, o que servia de sério aviso à navegação bracarense.
Ciente das dificuldades e da responsabilidade que tem nesta competição, o SC Braga entrou em campo disposto a resolver o jogo sem sobressaltos e chegou à vantagem com alguma naturalidade, porém, os Cónegos de Moreira empataram o resultado, num lance que deixou muitas dúvidas e reavivou nas mentes braguistas os recentes acontecimentos negativos frente a flavienses e casapianos. A equipa brácara sentiu o golo e permitiu que o visitante se agigantasse, permitindo alguns abusos em campo, ainda que o marcador não se tenha alterado até ao intervalo, em boa parte graças a Tiago Sá, que evitou males maiores, em alturas críticas. O treinador Artur Jorge, insatisfeito com o que via em campo, fez uma alteração ainda na primeira parte, retirando Álvaro Djaló, que aceitou a decisão com a humildade de quem quer continuar a crescer com o apoio de quem lidera, e metendo o mexicano Diego Lainez, que viria a ser decisivo, ao marcar o golo da vitória, que valeu o apuramento, já perto do final. Ainda houve tempo para mais um penalti desperdiçado pelos bracarenses, desta vez por intermédio de André Horta, algo que merece uma reflexão e um trabalho suplementar, pois isso penaliza sobremaneira a equipa em diversos jogos.
O objetivo maior, de seguir em frente, estava alcançado, o que permite que o caminho da taça prossiga, ficando, desde já, o desejo de um “sorteio amigo” para a próxima eliminatória. Uma nota adicional no jogo para o golo centenário de Ricardo Horta, que continua a fazer história em Braga, num dia em que ficou a saber que integra o lote restrito que representará Portugal no Mundial do Catar. Foi um dia feliz para o enorme Capitão arsenalista e essa convocatória faz jus à resiliência demonstrada pelo jogador, que superou momentos complicados e evidencia uma capacidade mental forte, bem acima da média. A todos aqueles que vaticinaram que o jogador ficava afastado do Mundial do Catar por ter permanecido em Braga recomendo que se retratem publicamente ou, em alternativa, que se escondam nos próximos tempos. Esta chamada à seleção do 21 bracarense é um motivo de orgulho para todos os braguistas, pelo que eu faço votos para que ele seja feliz e possa ajudar a nação valente a chegar ao sucesso. O SC Braga estará representado, ainda, no Mundial através de Uroš Račić na seleção da Sérvia, existindo ainda a expectativa de Diego Lainez integrar o lote definitivo do México.