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    O sítio dos Gverreiros
    António Costa
    2022/09/11
    E1
    "O sítio dos Gverreiros” é uma coluna de opinião de assuntos relativos ao SC Braga, na perspetiva de um olhar de adepto braguista, com o sentido crítico necessário, em busca de uma verdade externa ao sistema.

    A atual temporada tem tido um início, em Braga, de acordo com as melhores expetativas, mas também acima das que a maioria, porventura, detinha. Esta ideia teve confirmação nos dois últimos resultados da equipa, que aconteceram depois da publicação do meu último artigo.

    Há uma semana aconteceu o mais icónico dérbi deste país, com a Pedreira a ser o palco de um SC Braga vs Vitória SC (Guimarães), que permanece na mente dos adeptos dos dois clubes, ainda que por razões diferentes. Os braguistas guardam na memória um triunfo tão difícil como justo, que chegou a horas tardias, ao passo que os vitorianos conservam esse travo amargo de uma derrota que chegou quando não pensavam ser possível. O golo de Tormena levou à loucura as “bancadas de pedra”, cujos festejos coletivos foram para além do habitual, em função da unicidade daquele momento.

    Este jogo teve a particularidade de, entre outras coisas, ter tido um penálti desperdiçado por Ricardo Horta, que, face à novela criada de uma transferência que nunca o foi, levou às mais diversas teorias, com alguns “especialistas” a lerem os sentimentos do atleta e a especularem de forma indecente, sem perceberem como, várias vezes, ultrapassando os limites do razoável. O jogo, especial para os dois lados, terminou em beleza para o lado brácaro e possibilitou, desde logo, uma preparação em melhor contexto da estreia europeia desta temporada, onde o trabalho dos jogadores se misturava com os sorrisos de quem vive um momento positivo.

    A última quinta-feira foi de estreia na atual fase de grupos da Liga Europa, com os Gverreiros do Minho a visitarem o Malmö (Suécia), a equipa mais titulada daquele país nórdico e atual bicampeão sueco, pelo que chegou aqui caído das eliminatórias da Liga dos Campeões. Era importante o jogo, por ser o primeiro, realizado fora, num país tão hostil onde o SC Braga nunca vencera, até então.

    Com algumas mudanças no onze inicial, por castigos, lesões e opções, a equipa de Artur Jorge jogou sempre como equipa grande, demasiado até para aquele adversário, pelo que venceu com todo o merecimento. Foi o quinto triunfo consecutivo e, simultaneamente, o quinto jogo sem sofrer golos, o que valida bem as melhorias defensivas observadas na equipa, em passo acelerado, face às mudanças no sistema tático e na forma como se apresenta em campo.

    O primeiro golo foi do estreante, nesta época, Bruno Rodrigues, numa jogada que mostra bem a forma como as bolas paradas são trabalhadas, parecendo que o “laboratório” de Artur Jorge tem feito experiências diversas, com resultados práticos em algumas situações. O segundo golo teve a intervenção do VAR, que alertou o árbitro para a possibilidade de um lance de penálti, sendo que as imagens o levaram à certeza sobre a decisão que tomou a seguir. Tal decisão colocou Ricardo Horta no momento de assumir a responsabilidade de um enorme Capitão, que tranquilizou o grupo com o alargamento da vantagem. Nos festejos o 21 arsenalista mandou que algumas vozes se calassem, em especial a daqueles que estavam prontos para novo “estudo de caso” sobre o melhor marcador de sempre do SC Braga.

    Se o André Horta faz subir a equipa de nível com as suas prestações, também ele beneficia da presença tranquilizadora do seu irmão Ricardo, que é muitas vezes a luz condutora de todos no relvado e simboliza na perfeição o espírito Gverreiro da equipa. A Horta bracarense está bem e recomenda-se, com o Capitão do arsenal minhoto pronto para manter o seu nome entre os eleitos de Fernando Santos.

    Uma nota para o comportamento exemplar de Ricardo Horta em todo este processo, que ilustra muito bem uma das maiores razões por que é tão admirado e apreciado em Braga, onde cada braguista o considera como elemento da sua própria família, com o orgulho de “pertencer” a tão ilustre personalidade, cujo caráter fica muito acima dos comentários e das escritas negativas que muita gente tem ousado fazer.

    Por fim, fica um alerta para a realização de um jogo difícil, no terreno do Rio Ave, onde, por vezes, o vento decide mais do que os jogadores. Espero, por isso, que a equipa esteja preparada para os desafios complicados que se seguem, uma vez que, na quinta-feira, volta a haver demonstração europeia na Pedreira, frente ao Union Berlin (Alemanha), também ele um adversário pronto para desafiar o que há de melhor em Braga.



    Comentários

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    motivo:
    Lol
    2022-09-11 17h07m por crashbandicoot
    Não tenho nada contra o SC Braga nem contra o colunista, mas "o dérbi mais icónico deste país"??? Lol, nem é o maior dérbi do norte deste país 😂😂

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