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    Livres Sem Barreira
    Márcio Madeira
    2020/07/19
    E1
    Fui jogador do desporto que nos apaixona. Joguei na distrital e na I Liga. Vivi o melhor e o pior. E em todos os momentos senti sempre que expressava melhor as minhas ideias com as mãos do que com os pés. Aqui vou escrever sobre tudo o que importa saber do jogo de forma livre e sem barreiras

    Está tudo mais calmo?
    Já é seguro dar a minha opinião sobre o regresso de Jorge Jesus?
    Vamos lá analisar isto com calma e por partes.
    Primeiro só eu é que reparei que ao nível do timing o Benfica esmerou-se?
    Anunciar uma “bomba” destas dias depois do fracasso e derrota no campeonato é uma operação de marketing fantástica.
    De repente ninguém fala do Porto campeão.
    Ninguém esmiuça as virtudes do Porto.
    Ou escrutina as debilidades do Benfica.
    Os sete pontos perdidos.
    Os oito de vantagem.
    Tudo esquecido pelo anúncio da contratação de Jorge Jesus.
    Pessoalmente não sou amante de Jorge Jesus.
    Nem amante, nem marido, nem namorado.
    Não simpatizo com o estilo.
    Quem me conhece sabe que preconizo outras posturas.
    São vários os episódios onde não me revejo e não gosto.
    Estão à espera do “Mas”, ?
    Aguentem mais um bocado.
    São vários os comportamentos censuráveis de Jesus.
    Pelo diálogo e pela falta dele.
    Pela arrogância e sobranceria.
    Isto tudo ainda no Benfica.
    Depois vem o Sporting.
    Onde curiosamente Jorge Jesus foi igual a si mesmo.
    Onde fez precisamente o mesmo que fazia no Benfica.
    Ofendeu colegas de profissão.
    Dirigentes.
    Terminou conferências quando não lhe convinha.
    A minha pergunta é:
    Todos se lembram que a decisão de sair do Benfica não foi de Jesus?
    Todos sabem da história em que ele foi “empurrado”?
    Que por sua vontade ainda hoje lá estaria caso os resultados o permitissem.
    Não havia Sporting, nem Arábias, nem Flamengos.
    Pronto.
    É que às vezes parece que Jorge Jesus quis sair do Benfica para o Sporting.
    Agora sim vem aí os “Mas”.
    Jesus é a meu ver um dos melhores treinadores do Mundo.
    Um criador.
    Para o bem e para o mal.
    Quem não se lembra da criação de David Luiz a defesa esquerdo nos 5x0 do Dragão.
    Mas se é para contratar um técnico que não invente.
    Deixem ficar os que por lá estavam.
    Não inventavam muito.
    Mas quando o modelo ou as estratégias ficavam “gastas”.
    Perdiam e perdiam-se.
    Jesus é muito bom naquilo que domina.
    No futebol.
    E muito mau naquilo que não é para ele dominar.
    Comunicação.
    Acredito que essa será uma das aprendizagens que o estrangeiro trouxe ao técnico da Amadora.
    Mas alguém duvida que o Benfica vai jogar o triplo?
    Que para o que vimos este ano até nem é muito.
    Que vai valorizar jogadores e fazer vendas astronómicas.
    Neste momento o cozinheiro e o roupeiro já valem 10 milhões de euros.
    Ninguém valoriza ou tira rendimento de jogadores como ele.
    Tem erros de casting.
    Claro que sim.
    Mas são mais as vezes que acerta.
    Entendo e respeito a contestação.
    Malta que preferia um homem menos controverso e mais cordial.
    Que apostasse mais na formação.
    Tipo Rui Vitória ou Bruno Lage.
    Para se poder maltratar à vontade.
    E gritar aos sete ventos que falta alguém com “pulso forte nos jogadores”.
    Porque amigos com Jesus “ninguém brinca”.
    Nem árbitros.
    Nem jogadores.
    Nem adeptos.
    E ninguém defende mais a sua profissão e o seu clube que ele.
    Com ele não existe formação.
    Existe qualidade.
    Com ele não existe Seixal.
    Existe Aimar e Saviola.
    Ficará sempre ligado a Bernardo Silva como lateral esquerdo.
    Mas também a Fabio Coentrão.
    E com ele não existem aquelas conferências insossas e amorfas que mesmo depois de ser ofendido “responder a quem quero quando quero”.
    Jorge Jesus cospe a pastilha e responde a quem nada lhe pergunta.
    Ele não compra guerras.
    Ele é a guerra.
    Eu não sou fã do estilo volto a dizer.
    Mas reconheço o maior mérito ao conteúdo.
    Arriscado era contratar alguém sem créditos.
    Sem provas dadas.
    E sem competência.
    E repito.
    Compreendo a contestação.
    Jesus na minha opinião não fez nada de mal.
    Mas disse muitas coisas de mal.
    No entanto e no fim se ganhar.
    Todos vão festejar, mesmo sem o perdoar.
    Até os que rasgam o cartão de sócio.
    Para vencer Jesus não precisa de bons adeptos.
    Precisa de bons jogadores.
    O resto ele resolve.
    Para finalizar.
    Claro que não vale tudo para ganhar.
    Mas felizmente ainda vale contratar o Campeão da Libertadores e do Brasileirão.
    Há dias ouvi algo que me fez muito sentido.
    Os clubes são sempre maiores que os treinadores e que os jogadores.
    E dão sempre mais a ganhar a uns e a outros.
    Quando isso não acontece.
    Faz-se uma estátua.
    Por isso é que no Estádio da Luz só existe uma.



    Comentários

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    motivo:
    Texto bom
    2020-07-20 20h13m por juniferisfcp
    Mas parece ter sido escrito às pressas, tamanha é a omissão de vírgulas.
    Mas o conteúdo é bom. Dos três grandes, o único que terá um treinador mais ameno e mais contido é o Sporting.
    Não espero respeito de filho para pai em Sérgio Conceição para Jesus. Os dois, quase que certamente, trocarão bocas ao longo da época.
    Concordo que o Jesus é dos melhores treinadores do mundo. Creio que o Sérgio também o será um dia. Ele é teimoso, mas ele é bom. . .

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