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    A preto e branco
    Luís Cirilo Carvalho
    2020/02/18
    "A Preto e Branco” é uma coluna de opinião que procurará reflectir sobre o futebol português em todas as suas vertentes, de uma forma frontal e sem tibiezas nem equívocos, traduzindo o pensamento em liberdade do seu autor sobre todas as questões que se proponha abordar.

    Em volta do sucedido no passado domingo no estádio D.Afonso Henrqiues durante o jogo entre Vitória e Porto, relativamente ao atleta Marega, anda demasiada poeira no ar e demasiado ruído de fundo para resistir a escrever algumas linhas sobre um assunto que na sua relativa insignificância parece ter-se tornado uma prioridade do país e, pasme-se, das suas principais figuras políticas.

    Ao sabor de um populismo, uma futilidade e uma irresponsabilidade que merecerá, certamente, análise noutras instâncias que não as desportivas.

    Vamos então ao “Caso Marega”.

    Não começa no passado domingo, como alguns poderão pensar, mas sim em 2014/2015 quando ele depois de uma carreira sem qualquer relevo e passada em clubes de divisões inferiores chega à Madeira para representar o Marítimo, onde a par de começar a revelar talento para o futebol revela também uma preocupante queda para a indisciplina e o descontrolo emocional que viriam a valer-lhe multas e suspensões disciplinares pelo clube.

    Ainda assim na primeira época faz dezasseis jogos e oito golos e desperta atenções.

    Na primeira metade da época seguinte continua na Madeira, onde faz sete golos em dezoito jogos, e em Janeiro de 2016 é transferido para o FC Porto onde em 13 jogos faz apenas um golo e se transforma em alvo preferido do anedotário azul e branco face às suas exibições e aos golos falhados, sendo nas redes sociais e no estádio alvo de frequentes insultos e chacota.

    São factos.

    No final de época, completamente desvalorizado, sem lugar no plantel portista e sem ter quem lhe pegasse consegue ainda assim ser emprestado ao Vitória perante a peplexidade dos vitorianos que não entendiam o interesse no jogador.

    Pese embora isso a partir do momento em que vestiu a camisola vitoriana (a branca ou a preta) foi recebido, apoiado e acarinhado como qualquer outro jogador de qualquer raça ou nacionalidade que vem para Guimarães e recebeu aplausos quando os mereceu e alguma reprovação quando as suas exibições não agradavam aos adeptos exactamente como qualquer outro jogador do clube.

    Um dia, frente ao Nacional, com o jogo parado e sem qualquer motivo em mais uma exibição de descontrolo emocional, não arranjou melhor para fazer do que dar um estalo num adversário, ser expulso e deixar a equipa reduzida a dez unidades ainda no decorrer da primeira parte.

    Não contente com isso, ao sair do relvado insultou por palavras e gestos os adeptos do Vitória (os tais que agora diz sempre ter respeitado, mas é uma das muitas mentiras de que adiante falaremos) e ausentou-se do estádio partindo tudo o que lhe apareceu à frente no balneário da equipa em mais uma manifestação de puro descontrolo.

    Mesmo com esses comportamentos, a SAD do Vitória resolveu não deixar cair o jogador (o que poderia ter significado o fim da sua carreira) e procurou reintegrá-lo no grupo com compreensão pela sua forma de estar ao mesmo tempo que os adeptos também lhe perdoaram o comportamento e continuaram a apoiá-lo como se nada se tivesse passado.

    Mais, até para sermos rigorosos.

    Marega acabou por fazer uma excelente época, marcando 14 golos em 31 jogos, tornando-se um idolo dos adeptos que com ele festejavam as vitórias e choravam as derrotas como na final de Taça frente ao Benfica em que o jogador quando descia da tribuna após receber a medalha e finalista quase se envolveu em confrontos com um espectador por força de uma “boca” que ouviu e de que não gostou.

    Os colegas evitaram que algo acontecesse, mas o descontrolo estava, uma vez mais, lá.

    No final da época regressou ao FC Porto, reabilitado e com o prestígio em alta, fazendo questão de agradecer publicamente ao Vitória e aos vitorianos tudo que tinham feito por ele e pela sua carreira.

    Nos dois anos seguintes sempre que Vitória e FC Porto se encontravam Marega era aplaudido pelos adeptos vitorianos (como na época passada em que saiu lesionado no jogo em Guimarães e foi aplaudido de pé) e em contrapartida nos vários golos que marcou ao Vitória teve sempre o gesto de não os festejar como forma de mostrar o respeito a um clube ao qual assumia tanto dever.

    Como já no presente campeonato tinha acontecido no jogo da primeira volta em que Marega fez dois golos e não festejou nenhum deles.

    E chegamos a domingo passado.

    No qual começo por deixar uma nota pessoal.

    Sendo sócio com lugar anual na bancada nascente, precisamente aquela em frente à qual tudo se desenrolou, cheguei ao estádio ainda as equipas não tinham subido para o aquecimento, pelo que tive oportunidade de presenciar tudo quanto se passou. Vi e ouvi. Não me contaram.

    E o que vi foi o FCP fazer parte do aquecimento perto da bancada nascente e alguns adeptos vitorianos mais próximos do tereno de jogo (quatro ou cinco) aproveitarem para mandarem algumas “bocas “aos jogadores adversários como acontece em todos os estádios de todo o mundo, especialmente com os guarda-redes, sem que isso acarrete problemas.

    Há videos, gravados com telemóveis, dessas “bocas” que, não sendo obviamente simpáticas, também não têm qualquer cariz racista, nem nada que se pareça, pelo que a alegação de Marega e dos responsáveis do FC Porto sobre o assunto são mentira. Uma das várias.

    Aliás, se isso tivesse acontecido - os insultos racistas - seria incompreensível que não os tivessem comunicado de imediato ao árbitro e aos delegados da Liga.

    No decorrer do jogo, tudo se processou com absoluta normalidade, sem insultos de qualquer espécie (outra mentira de Marega & Cia) especialmente em relação a Marega que vinha produzindo uma exibição tão discreta que quase passava despercebido.

    Na única vez em que se mostrou foi quando isolado atirou ao lado da baliza de Douglas, gerando algumas manifestações de descontentamento nos adeptos do... FC Porto, que não se conformavam com semelhante falhanço.

    A normalidade foi de tal ordem que ao intervalo ninguém do FC Porto denunciou junto de árbitro e delegados da Liga quaquer tipo de anormalidade.

    E chegamos ao fatídico minuto 60.

    Em que Marega faz golo e perante o espanto de todo o estádio em vez de festejar junto dos adeptos portistas ali por trás da baliza resolve correr umas dezenas de metros para ir provocar por gestos e palavras os adeptos vitorianos...

    ...Que reagiram (que adeptos de que clube não o fariam?) de forma indignada com vaias, insultos e arremesso de cadeiras ao jogador não por ele ser negro, mas pelas atitudes que tomou perante adeptos que, ainda por cima, sempre o tinham acarinhado. Se o golo tivesse sido de Otávio, que também passou pelo Vitória (ou de Soares se tivesse jogado e também ele ex-vitoriano), a reacção teria sido exactamente a mesma porque o que estava em causa era a atitude e não a cor da pele.

    Depois foi o que se sabe, nos dez minutos em que a indignação de Marega lhe permitiu continuar em campo. Cada vez que tocava na bola era vaiado, insultado num coro imenso de “ Ó Marega vai para o c....” mas sem qualquer cântico racista ao contrário das mentiras propaladas pelo jogador e por alguns responsáveis do FCP.

    Não houve um único cântico racista no estádio D. Afonso Henriques!

    Houve, isso sim, a atitude lamentável de alguns adeptos vitorianos (dezenas? centenas? não sei quantificar nem me parece que isso alguma vez seja possível) que por breves segundos produziram alguns urros a imitar macacos o que pode ser considerado como uma atitude imbuída de racismo, mas nada mais do que isso.

    Foram poucos e foram breves mas sendo identificados devem ser sancionados face à legislação existente.

    Depois foi a rábula das cenas de Marega a querer sair do relvado, num descontrolo emocional (mais um) completamente despropositado mas que ainda lhe deixou tempo e disposição para provocar e insultar os adeptos vitorianos antes de desaparecer no túnel.

    O que aconteceu em Guimarães foi muito desagradável não vale a pena esconder o facto.

    Tem um responsável principal, o jogador profissional de futebol Moussa Marega, e alguns responsáveis secundários, alguns poucos adeptos do Vitória que contestaram o jogador com os tais urros, mas foi um episódio que sendo melhor não ter acontecido não merece de forma alguma o impacto e a divulgação nacional e internacional que está a ter por força do sensacionalismo da imprensa, do oportunismo de forças políticas e de figuras do Estado que cavalgam o populismo do anti-racismo sem sequer perceberem que não sabem do que estão a falar neste caso específico.

    Há tanta gente no país a falar de cátedra sobre o que não viu, com base no que lhe contaram, no que leram aqui ou ali, no que ouviram dizer que deviam ter vergonha de ajudarem a enlamear Guimarães e o Vitória com base numa inventona que pode deixar marcas extremamente negativas na imagem de uma comunidade e de um clube.

    Guimarães não é racista.

    O Vitória não é um clube racista nem de racistas.

    Tem mais de sessenta anos de perfeita integração de atletas estrangeiros de várias nacionalidades e raças (desde os primeiros brasileiros que vieram para Portugal pela porta do Vitória na década de 50 do século passado) muitos dos quais escolheram Gumarães para residir depois de terminarem as suas carreiras.

    Tem como alguns dos seus maiores ídolos jogadores de raça negra como Ndinga (dez anos no clube, recordista de jogos com a camisola vitoriana, capitão de equipa durante vários anos) , Neno, Jeremias, Rui Rodrigues, Joaquim Jorge, Almiro, Desmarets, Soudani, Ricardo Pereira, Cafú entre tantos outros que poderia citar.

    Tem nos seus valores enquanto clube a “assumpção das cores preta e branca como alusão à igualdade e à admissão de todos  sem distinção de raças”.

    Esta é a minha verdade sobre o que se passou no domingo no estádio D. Afonso Henriques.

    A verdade de quem, ao menos, viu o jogo e assistiu a tudo que lá se passou.

    Não é uma verdade absoluta, como é evidente, mas o que não é de certeza é uma mentira absoluta como tantas que por aí andam sem qualquer respeito por Gumarães, pelo Vitória, pelos vimaranenses e pelos vitorianos e que estão a lançar anátemas e a criar injustiças a que urge por cobro tão depressa quanto possível.

    Porque já há quem esteja a sofrer com esta situação apenas e só por ser de Guimarães e do Vitória.

    O combate ao racismo é um combate civilizacional do qual nenhum cidadão, nenhuma colectividade, nenhuma instituição estão dispensados porque significa lutar por valores humanos que não são sequer discutíveis.

    Mas o combate à injustiça que o racismo é não pode ser feito com outras injustiças como a de criar bodes expiatórios para os males globais como alguns estão agora a quererem fazer com Guimarães e com o Vitória com base num incidente ocorrido num estádio e que em nada justifica isso.

    Em volta do sucedido no passado domingo no estádio D.Afonso Henrqiues durante o jogo entre Vitória e Porto, relativamente ao atleta Marega, anda demasisada poeira no ar e demasiado ruído de fundo para resistir a escrever algumas linhas sobre um assunto que na sua relativa insignificância parece ter-se tornado uma prioridade do país e, pasme-se, das suas principais figuras políticas.
    Ao sabor de um populismo, uma futilidade e uma irresponsabilidade que merecerá, certamente, análise noutras instâncias que não as desportivas.
    Vamos então ao “Caso Marega”.
    Que não começa no passado domingo, como alguns poderão pensar, mas sim em 2014/2015 quando ele depois de uma carreira sem qualquer relevo e passada em clubes de divisões inferiores, chega à Madeira para representar o Marítimo onde a par de começar a revelar talento para o futebol revela também uma preocupante queda para a indisciplina e o descontrolo emocional que lhe valem multas e suspensões disciplinares pelo clube.
    Ainda assim na primeira época faz dezasseis jogos e oito golos e desperta atenções.
    Na primeira metade da época seguinte continua na Madeira, onde faz sete golos em dezoito jogos,  e em Janeiro de 2016 é transferido para o Porto onde em 13 jogos faz apenas um golo e se transforma em alvo preferido do anedotário azul e branco face às suas exibições e aos golos falhados sendo nas redes sociais e no estádio alvo de frequentes insultos e chacota vária.
    São factos.
    No final de época, completamente desvalorizado , sem lugar no plantel portista e sem ter quem lhe pegasse consegue ainda assim ser emprestado ao Vitória perante a peplexidade dos vitorianos que não entendiam o interesse no jogador.
    Pese embora isso a partir do momento em que vestiu a camisola vitoriana ( a branca ou a preta) foi recebido, apoiado e acarinhado como qualquer outro jogador de qualquer raça ou nacionalidade que vem para Guimarães e recebeu aplausos quando os mereceu e alguma reprovação quando as suas exibições não agradavam aos adeptos exactamente como qualquer outro jogador do clube.
    Um dia  frente ao Nacional,  com  o jogo parado e sem qualquer motivo em mais uma exibição de descontrolo emocional, não arranjou melhor para fazer do que dar um estalo num adversário sendo expulso e deixando a equipa reduzida a dez unidades ainda no decorrer da primeira parte.
    Não contente com isso ao sair do relvado insultou por palavras e gestos os adeptos do Vitória
    (os tais que agora diz sempre ter respeitado mas é uma das muitas mentiras de que adiante falaremos) e ausentou-se do estádio não sem  ter partido o que lhe apareceu à frente no balneário da equipa em mais uma manifestação de puro descontrolo.
    Mesmo com esses comportamentos a SAD do Vitória resolveu não deixar cair o jogador ( o que poderia ter significado o fim da sua carreira) e procurou reintegrá-lo no grupo com compreensão pela sua forma de estar ao memso tempo que os adeptos também eles lhe perdoaram o comportamento e continuaram a apoiá-lo como se nada se tivesse passado.
    Mais até para sermos rigorosos.
    Marega acabou por fazer uma excelente época, marcando 14 golos em 31 jogos, tornando-se um idolo dos adeptos que com ele festejavam as vitórias e choravam as derrotas como na final de Taça frente ao Benfica em que o jogador quando descia da tribuna após receber a medalha e finalista quase se envolveu em confrontos com um espectador por força de uma “boca” que ouviu e de que não gostou.
    Os colegas evitaram que algo acontecesse mas o descontrolo estava, uma vez mais, lá.
    No final da época regressou ao Porto, reabilitado e com o prestígio em alta, fazendo questão de agradecer publicamente ao Vitória e aos vitorianos tudo que tinham feito por ele e pela sua carreira.
    Nos dois anos seguintes sempre que Vitória e Porto se encontravam Marega era aplaudido pelos adeptos vitorianos (como na época passada em que saiu lesionado no jogo em Guimarães e foi aplaudido de pé)e em contrapartida nos vários golos que marcou ao Vitória teve sempre o gesto de não os festejar como forma de mostrar o respeito a um clube ao qual assumia tanto dever.
    Como já no presente campeonato tinha acontecido no jogo da primeira volta em que Marega fez dois golos e não festejou nenhum deles.
    E chegamos a domingo passado.
    No qual começo por deixar uma nota pessoal.
    Sendo sócio com lugar anual na bancada nascente, precisamente aquela em frente à qual  tudo se desenrolou, cheguei ao estádio ainda as equipas não tinham subido para o aquecimento pelo que tive oportunidade de presenciar tudo quanto se passou. Vi e ouvi. Não me contaram.
    E o que vi foi o FCP fazer parte do aquecimento perto da bancada nascente e alguns adeptos vitorianos mais próximos do tereno de jogo (quatro ou cinco) aproveitarem para mandarem algumas “bocas “aos jogadores adversários como acontece em todos os estádios de todo o mundo especialmente com os guarda redes sem que isso acarrete problemas.
    Há videos, gravados com telemóveis, dessas “bocas” que não sendo obviamente simpáticas também não tem qualquer cariz racista, nem nada que se pareça, pelo que a alegação de Marega e de responsáveis do Porto sobre o assunto são mentira. Uma das várias.
    Aliás se isso tivesse acontecido, insultos racistas, seria incompreensível que não os tivessem comunicado de imediato ao árbitro e aos delegados da Liga.
    No decorrer do jogo tudo se processou com absoluta normalidade, sem insultos   de qualquer espécie (outra mentira de Marega & Cia) especialmente em relação a Marega que vinha produzindo uma exibição tão discreta que quase passava despercebido.
    Na unica vez em que se tornou notado foi quando isolado atirou ao lado da baliza de Douglas gerando algumas manifestações de descontentamento nos adeptos do...Porto que não se conformavam com semelhante falhanço.
    A normalidade foi de tal ordem que ao intervalo ninguém do F.C. Porto denunciou junto de árbitro e delegados da Liga quaquer tipo de anormalidade.
    E chegamos ao fatídico minuto 60.
    Em que Marega faz golo e perante o espanto de todo o estádio em vez de festejar junto dos adeptos portistas ali por trás da baliza resolve correr umas dezenas de metros para ir provocar por gestos e palavras os adeptos vitorianos.
    Que reagiram ( que adeptos de que clube não o fariam ?) de forma indignada com vaias, insultos e arremesso de cadeiras ao jogador não por ele ser negro mas pelas atitudes que tomou perante adeptos que, ainda por cima, sempre o tinham acarinhado.Se o golo tivesse sido de Otávio, que também passou pelo Vitória (ou de Soares se tivesse jogado e também ele ex vitoriano) a reacção teria sido exactamente a mesma porque o que estava em causa era a atitude e não a cor da pele.
    Depois foi o que sa sabe nos dez minutos em que a indignação de Marega lhe permitiu continuar em campo. Cada vez que tocava na bola era vaiado, insultado num coro imenso de “ Ó Marega vai para o c....” mas sem qualquer cântico racista ao contrário das mentiras propaladas pelo jogador e por alguns responsáveis do FCP.
    Não houve um único cântico racista no estádio D. Afonso Henriques!
    Houve, isso sim, a atitude lamentável de alguns adeptos vitorianos (dezenas? centenas? não sei quantificar nem me parece que isso alguma vez seja possível) que por breves segundos produziram alguns urros a imitar macacos o que pode ser considerado como uma atitude imbuída de racismo mas nada mais do que isso. 
    Foram poucos e foram breves mas sendo identificados devem ser sancionados face à legislação existente.
    Depois foi a rábula das cenas de Marega a querer sair do relvado, num descontrolo emocional (mais um) completamente despropositado mas que ainda lhe deixou tempo e disposição para provocar e insultar os adeptos vitorianos antes de desaparecer no túnel.
    O que aconteceu em Guimarães foi muito desagradável não vale a pena esconder o facto.
    Tem um responsável principal, o jogador profissional de futebol Moussa Marega, e alguns responsáveis secundários, alguns poucos adeptos do Vitória que contestaram o jogador com os tais urros , mas foi   um episódio que sendo melhor não ter acontecido não merece de forma alguma o impacto e a divulgação nacional e internacional que está a ter por força do sensacionalismo da imprensa, do oportunismo de forças políticas e de figuras do Estado que cavalgam o populismo do anti racismo sem sequer perceberem que não sabem do que estão a falar neste caso específico.
    Há tanta gente no país a falar de cátedra sobre o que não viu, com base no que lhe contaram, no que leram aqui ou ali, no que ouviram dizer que deviam ter vergonha de ajudarem a enlamear Guimarães e o Vitória com base numa inventona que pode deixar marcas extremamente negativas na imagem de uma comunidade e de um clube.
    Guimarães não é racista.
    O Vitória não é um clube racista nem de racistas.
    Tem mais de sessenta anos de perfeita integração de atletas estrangeiros de várias nacionalidades e raças (desde os primeiros brasileiros que vieram para Portugal pela porta do Vitória na década de 50 do século passado) muitos dos quais escolheram Gumarães para residir depois de terminarem as suas carreiras.
    Tem como alguns dos seus maiores ídolos jogadores de raça negra como Ndinga (dez anos no clube, recordista de jogos com a camisola vitoriana, capitão de equipa durante vários anos) , Neno, Jeremias, Rui Rodrigues, Joaquim Jorge, Almiro, Desmarets, Soudani, Ricardo Pereira, Cafú entre tantos outros que poderia citar.
    Tem nos seus valores enquanto clube a “assumpção das cores preta e branca como alusão à igualdade e à admissão de todos  sem distinção de raças”.
    Esta é a minha verdade sobre o que se passou no domingo no estádio D. Afonso Henriques.
    A verdade de quem, ao menos, viu o jogo e assistiu a tudo que lá se passou. 
    Não é uma verdade absoluta, como é evidente, mas o que não é de certeza é uma mentira absoluta como tantas que por aí andam sem qualquer respeito por Gumarães, pelo Vitória, pelos vimaranenses e pelos vitorianos e que estão a lançar anátemas e a criar injustiças a que urge por cobro tão depressa quanto possível.
    Porque já há quem esteja a sofrer com esta situação apenas e só por ser de Guimarães e do Vitória.
    O combate ao racismo é um combate civilizacional do qual nenhum cidadão, nenhuma colectividade, nenhum a instituição estão dispensados porque significa lutar por valores humanos que não são sequer discutíveis.
    Mas o combate à injustiça que o racismo é não pode ser feito com outras injustiças como a de criar bodes expiatórios para os males globais como alguns estão agora a quererem fazer com Guimarães e com o Vitória com base num incidente ocorrido num estádio e que em nada justifica isso.


    Comentários

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    motivo:
    O costume. . .
    2020-02-25 22h10m por majfel
    O arrazoado do costume, para dizer as baboseiras do costume.
    Porque é que este sujeitinho não se cala?
    LM
    Cegueira
    2020-02-24 15h04m por lmanuel
    Este comentário revela muita coisa:
    - problemas de audição
    - problemas de raciocínio lógico
    - acima de tudo, um problema de cegueira (concretizando, o amor pelo clube é tão forte que o impede de ver aquilo que é gritante até para o mais distraído observador. . . muito cuidado, quando amor clubístico supera o amor aos direitos humanos, algo vai muito mal nessa cabeça)
    Os hurros ouviam-se na TV!!! E não foi só no golo!
    O Marega apontou para a sua pele por...ler comentário completo »
    Caso Marega
    2020-02-23 12h18m por bludouro
    . . . e AINDA o caso Marega. Não compreendo como certos users INSISTEM que Marega "apenas" foi insultado pós-golo! Então no tal video do aquecimento não e muitíssimo bem audível as palavras dirigidas de alguns adeptos do clube vimaranense ao ex-atleta do Vitória, entre outras: "Oh, sem pescoço!" e outras que nem vou reproduzir aqui por acto de decência, Estavam a referirem-se a quem: a sogra?

    E já agora, para quem INSISTE que foi o Marega o primeiro a PROVOCAR os adeptos do...ler comentário completo »
    Repugnante
    2020-02-22 22h13m por brunoelclemente
    Não há palavras para descrever este artigo. O zero zero morreu para mim. Espero ser banido só para não ter o trabalho de apagar a conta que já tem uns bons anos. [. . . ] se. Defender o racismo quando ele é evidente? Nunca!
    Inacreditável . . .
    2020-02-22 18h15m por wessel1985
    Bem . . . Tudo o que se tem passado é muito triste para o país e para a nossa comunidade.

    Mas pior do que tudo o que já assistimos é ver pessoas a querer branquear isto e darem a entender que isto não foi racismo e que apenas se tratou de um insulto similar a tantos outros . . .

    Um insulto racista é racismo e ponto final . . .

    Não há espaço para argumentação neste campo pois não é sequer matéria de discussão . . .

    Não procuremo...ler comentário completo »
    FS
    Enfim
    2020-02-21 02h28m por FS201411
    Nunca comentei aqui na vida. Passo só para dizer que este "artigo de opinião" é absolutamente repugnante.
    Zero Zero
    2020-02-20 23h21m por vassili
    A mistura de palavras vomitada por este verme que se faz passar por cronista foi a última coisa que li neste site.

    Uma coisa é terem um espaço, no qual comentadores não ligados diretamente ao ZZ possam dar a sua opinião, na qual o ZZ não tem necessariamente de se rever.

    Outra coisa é continuarem a publicar estes lastimosos pedidos de atenção, de um ser que é anti-tudo e claramente incapaz de ver o futebol ou qualquer outro tema que envolva o Vitória de forma ho...ler comentário completo »
    Darth Vader
    2020-02-20 14h39m por Inform
    Anti portista, anti Benfica, anti boavista, anti braga, anti tudo. O homem é simplesmente tóxico
    Surpresa
    2020-02-20 11h23m por Darth_Vader
    O Luís continua tal e qual como o conheci, mentiroso, fanático, doente e anti-portista.
    Agora juntou-lhe o amigo do racismo. Que caldo de humanidade.

    Vá lavar tachos homem.
    Andam todos a dizer que houve insultos
    2020-02-19 23h01m por Dachau_
    Insultos antes do golo do Marega o que é MENTIRA. E até agora não conseguiram provar a não ser aquele video do aquecimento. Dizem que o jogador era assobiado cada vez que tocava na bola. É MENTIRA.
    Marega
    2020-02-19 22h44m por VerdeRubro
    Caro articulista, imitar o som de um macaco a um individuo de raça negra, por mais cambalhotas que pretenda dar, é um insulto racista, porque é feito com base na raça do atleta ou é normal vermos esse insulto dirigido a atletas caucasianos? E está bem sinalizado pelas estancias desportivas que costumam castigar esses comportamentos.

    E o insulto racial não pode ser comparado com outros impropérios, pois encontra um enquadramento histórico e cultural totalmente diferente.
    ler comentário completo »
    bludouro
    2020-02-19 18h48m por Conquistador17
    Outra coisa que me esqueci. . . Não existem regras que proíbam os jogadores de festejar para a bancada A, B, C ou D. . . Mas está no regulamento que os jogadores não podem festejar golos em direção às bancadas dos adeptos adversários! Isso é considerado provocação! Qualquer um considera isso provocação! E não me estou a referir ao braço! Ou porque é que acha que ele levou amarelo?? Por simplesmente ter posto uma cadeira na cabeça? Portanto, mais um argumento falacioso. . .
    bludouro
    2020-02-19 18h44m por Conquistador17
    Um pequeno reparo. . . O Marega foi assobiado de cada vez que tocava na bola? Antes do golo? Onde? Diz que é sócio com lugar anual, deve ter é faltado a este jogo! Em relação ao assunto do racismo não me pronuncio mais. . . Quem quiser que veja os outros comentários. Quanto às mentiras e mitos. . . Quando não se sabe do que se está a falar, não se fala, porque estando eu presente no estádio, sendo eu sócio com lugar anual e não compactuando com insultos a quem quer que seja, não tenho p...ler comentário completo »
    Sr Luís Carvalho
    2020-02-19 18h36m por bludouro
    "Marega que vinha produzindo uma exibição tão discreta que quase passava despercebido. " Deve ter a noção que nem para mentir serve! Sendo sócio com lugar anual na bancada nascente, tinha toda a oportunidade de saber que toda a vez que Marega tocava a bola era assobiado! Foi passando "despercebido" foi! E ainda mais quando marcou o golo decisivo! Não sabia que existem regras que impedem um jogador que acaba de marcar um golo de festejar diante a bancada A, B ou C de determinados estádios! Fiqu...ler comentário completo »
    1joaoneves1
    2020-02-19 17h35m por Conquistador17
    Ok. Não percebi a mensagem! Mas também acho que não era necessário desanuviar a tensão porque acho que a maioria está a der uma discussão séria e fundamentada. Eu sou o que tenho estado mais ativo porque me afeta a mim diretamente! Só isso!
    Tem razão quando diz que poderia haver alguém no estádio que era racista e que estava de facto a manifestar racismo! Claro que podia! Como também podia estar um bombista suicida (já que passa tudo nos estádios. . . ). Brincadeiras à parte. Isto do...ler comentário completo »
    Conquistor17
    2020-02-19 17h02m por 1joaoneves1
    O texto que publiquei foi com o objectivo de desanuviar a tensão que segue neste forum :D E em que o fundamento é bem explicito: o racismo existe numa simples piada, quanto mais num insulto. Pode-se judiar alguém sem recorrer a comparações animalescas ou à cor da pele. . . mas adiante porque nesse ponto talvez discordemos.

    Independentemente do ser ou não ser racismo o que aconteceu em "todo" os estádio do Vitória, como proclamam os jornais, gostava de saber como consegue ga...ler comentário completo »
    TW
    Conquistador
    2020-02-19 16h59m por Twice
    Mais uma vez tanto texto para não escreveres nada de jeito. Ouve ou nao insultos racistas? Fica aqui a pergunta. Escreve, defende o que se passou da forma que quiseres, eu nao me vou alongar mais nisto. Volto só a dizer isto que é que a postura do Vitória e dos seus adeptos nesta questão tem sido deprimente, e não é que lhes esteja a chamar racistas
    1joaoneves1
    2020-02-19 16h23m por Conquistador17
    Texto bonito, bem escrito. Fundamento? O mesmo de sempre. Desta vez vou pôr em caps lock para ver se entende: O MAREGA NÃO INSULTADO E INJURIADO PELA COR DA PELE! O MAREGA FOI INSULTADO E INJURIADO POR TER PROVOCADO AO FESTEJAR UM GOLO CONTRA UM EX CLUBE! SE FOSSE BRANCO ERA IGUAL! ACONTECEU O MESMO OU PIOR COM O CUSTÓDIO! ISTO ESTÁ TUDO MAL E NÃO TEM NADA A VER COM CORES DE PELE! ENTENDEU AGORA! Mas eu também sei de textos bonitos e que representam a nossa sociedade e aquilo que venho dizend...ler comentário completo »
    Escrito por Guilherme Duarte
    2020-02-19 16h13m por 1joaoneves1
    "Mas bem, esta discussão do Marega é complicada porque temos de ver os dois lados. Sei de fonte segura que o Marega andou a provocar os racistas. Pelo que apurei, ele entrou em campo com pele escura e andou lá a ser preto de um lado para o outro, mesmo a provocar quem não gosta de pretos. Queriam o quê? Meus amigos, cada um colhe o que semeia, e o Marega não teve respeito pelos racistas. Aliás, o Marega foi o primeiro a ser racista porque escolheu ser preto. Porque é que o Marega não ...ler comentário completo »
    jfs79
    2020-02-19 15h10m por Conquistador17
    Só reparei agora no sua resposta ao meu comentário. Aqui vai a minha, diz que eu pouco entendo, mas não sabe o que eu entendo ou deixo de entender! Eu sei o que assisti, sei o que pessoas da minha confiança me contaram e sei aquilo que fui pesquisar para me informar melhor! Não sei se sei mais que o senhor, mas sei alguma coisa. O que se passa nos estádio é uma vergonha? Sem dúvida! Chama-se violência no futebol! Por violência englobo a física e a verbal! Fala em fazermo-nos de vítimas, d...ler comentário completo »
    Twice
    2020-02-19 14h57m por Conquistador17
    Here we go again. . . Vou arriscar mais um pouco e vou dizer algo que se calhar me vai interpretar mal ou não vai perceber. Por isso, antes de começar, digo-lhe que sou totalmente contra qualquer tipo de racismo, xenofobia entre outros. Posto isto vamos lá ao que ia dizer. Após ter refletido sobre este assunto e de ter feito pesquisas para me informar (sim eu não gosto de falar sem saber, posso me enganar, como toda a gente, mas tento me informar primeiro) digo-lhe o seguinte: uma cois...ler comentário completo »
    Inform, jfs79 e irlandes
    2020-02-19 14h34m por Conquistador17
    Cá venho eu perder tempo neste artigo mais uma vez. . . Vocês continuam sem perceber o que é o racismo, para mal das vítimas de racismo!! Isso é que é ridículo, perigoso. O texto do Luís Cirílo relata aquilo que mais de 20 mil pessoas assistiram in loco! Se calhar nenhum de vocês viu o jogo no estádio, ou na televisão sequer! E eu tenho orgulho em que alguém venha defender, a mim e aos meus, não contando mentiras (tais como as que vêm passando na televisão nos últimos dias) mas utilizando...ler comentário completo »
    Branqueamento do Racismo
    2020-02-19 14h21m por irlandes
    Esta pessoa devia ser banida do zerozero. Não tem lugar numa discussão séria sobre qualquer assunto, quanto mais sobre o racismo.
    Contradiz-se no texto, mente, manipula e foge ao assunto essencial.
    Uma vergonha para o Vitória de Guimarães ter um adepto assim.
    Inform
    2020-02-19 13h54m por jfs79
    Ridículo não, perigoso!
    Zz
    2020-02-19 13h41m por Inform
    Continuam a dar tempo de antena a este homem, impressionante. Mais um texto ridículo

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