E passou mais uma jornada, ficando 28 para trás e faltando agora, apenas, seis para que desça o pano sobre mais uma edição da liga portuguesa. Em função dos resultados positivos de 2025 apetece escrever que a Legião do Minho gostaria que faltassem mais jogos, que dariam maior margem de recuperação do tesouro perdido no ano civil anterior.
A jornada do fim de semana passado colocou frente a frente os seis primeiros classificados da liga, o que poderia dar alguns sinais sobre essas equipas. Analisemos, de forma breve, o que se passou.
Em Guimarães, o Vitória SC bateu o CD Santa Clara, que veio dos Açores para ver a paisagem, uma vez que em termos pontuais acumulados saiu com o seu cofre vazio. Este triunfo permitiu aos conquistadores reabrirem, de modo mais evidente, a luta pelo quinto lugar e, provavelmente, pelo último lugar das competições europeias ainda disponível, que mesmo assim depende do futuro vencedor da Taça de Portugal.
O Dragão foi palco da receção do FC Porto ao SL Benfica, cujo desfecho tombou para o clube da águia por números pouco usuais (1-4), o que afastou demasiado os portistas da luta pelo título, ao mesmo tempo que isolaria os benfiquistas no topo da liga portuguesa, beneficiando do empate dos leões em sua casa, que analiso em seguida. O segundo clássico da jornada disputou-se em Alvalade, onde o Sporting CP recebeu o SC Braga.
Os leões entraram fortes e realizaram uma primeira vintena de minutos de superioridade evidente, algo que foi desaparecendo a seguir, com os brácaros a equilibrarem o duelo e a terminar o primeiro tempo por cima, ainda que os leões descansassem sobre uma vantagem que os mantinha na liderança provisória da liga portuguesa. Os braguistas reentraram fortes em campo, parecendo que nem tinha havido intervalo. O jogo manteve-se indefinido, em boa parte graças à boa prestação do jovem Lukas Hornicek na baliza bracarense, onde parecia um adulto bastante experiente.
O treinador Carlos Carvalhal foi mexendo na equipa, umas vezes por razões de índole disciplinar, que resultavam da mão leve de Luís Godinho, e outras buscando que a sua equipa fosse mais incisiva na frente. Ora, o técnico braguista acabaria por ser feliz quando o menino Afonso surgiu de cabeça como um verdadeiro Patrão e soltou os festejos nas hostes bracarenses, já perto do fim.
Antes de acabar o jogo ainda houve tempo para mais uma ação ligeira do árbitro da partida, que expulsou João Moutinho, por acumulação de dois cartões amarelos, com a última ação disciplinar a deixar muito a desejar, o que motivou a posterior reclamação brácara, sem quaisquer efeitos práticos ao nível da despenalização solicitada, que poderia reparar um pouco a segunda expulsão da longa carreira do «jovem» Moutinho.
Assim, o SL Benfica assumiu a liderança sem companhia e o SC Braga alojou-se no terceiro lugar, deixando a parceria anterior que existia com o FC Porto. Para a comunidade braguista agora é hora de defender a posição alcançada com muito suor e sacrifício, depois de uma longa recuperação encetada nos primeiros dias deste ano civil.
O terceiro lugar foi obtido depois de um resultado positivo, mesmo sem vencer, porque, às vezes, um empate também pode ser um bom desfecho, em função do contexto em que é alcançado. Alerto, desde já, para as dificuldades que irão surgir agora, que obrigarão a equipa a manter-se sempre bem ligada, com os fortes laços familiares entre os seus elementos reforçados, esperando que nenhum trabalho de arbitragem possa influenciar os seus resultados.
O jogo entre Sporting CP e SC Braga ficará nos meus registos como sendo a primeira experiência radiofónica, nos comentários feitos ao encontro como adepto braguista na Rádio Observador. Foi uma boa prova, esperando eu que o resultado tenha sido positivo, porque a minha autoavaliação pouco importa aqui. É factual que dei alguma sorte, ainda que nada tenha passado da mera coincidência. Uma nota final para o voleibol feminino, uma vez que o SC Braga foi vencer ao reduto do Sporting CP e aparece na frente depois de três duelos realizados.
Agora segue-se uma quarta partida em Braga onde as brácaras podem alcançar a final ou deixar tudo adiado para o quinto confronto. Faço votos para que a família braguista seja capaz de apoiar sem condições e empurrar a turma arsenalista para uma final tão desejada como merecida. Veremos as cenas do próximo capítulo no pavilhão bracarense.
Boa sorte, Gverreiras