O princípio do fim

O último artigo retratava a luta, que se previa, taco a taco na disputa do terceiro lugar, para além das lutas do título e da manutenção, com algumas equipas a tentarem fugir do cadafalso que representa da descida de divisão.
 
Contudo, a jornada passada trouxe um empate caseiro amargo para os lados da Pedreira, num jogo em que o anti-futebol prevaleceu do lado do Santa Clara, com a total complacência de António Nobre na fraca arbitragem realizada no encontro, com claro prejuízo para os Gverreiros do Minho e, também, para o futebol enquanto espetáculo. 

Esta postura de negação dos insulares não deixa de ser estranha se atendermos que o Vitória SC tinha vencido na Madeira, frente ao Nacional, antes do seu duelo frente aos braguistas, pelo que o empate não servia, aparentemente, os objetivos açorianos na luta inesperada pelo quinto lugar, que dará apuramento para as competições europeias da próxima temporada. Diria até que o empate não serviu os interesses de nenhuma das equipas.

A conjugação do empate, com sabor a derrota, do SC Braga com o triunfo do FC Porto, frente ao Moreirense, implicou a alteração do ocupante do último lugar do pódio, com os brácaros a pagarem bem caro o resultado negativo registado. Em boa verdade, os bracarenses empataram duas vezes consecutivas, o que nesta fase se afigura problemático na obtenção ou não dos objetivos existentes, e caminham agora em igualdade pontual com os dragões na tabela classificativa. 

Ainda da jornada anterior veio um triunfo arrepiante do Boavista na Vila das Aves, frente AFS, depois de uma reviravolta no marcador que transferiu o Boavista de condenado matematicamente à descida, como estava a vinte minutos do fim do seu encontro, para a zona de playoff, estando neste momento os três últimos da liga portuguesa em igualdade pontual. 

Este contexto recolocou a equipa da pantera na luta pela manutenção, ainda que a sua vida não preveja fácil, a começar pela receção ao vizinho FC Porto e terminando a competição em Arouca. 

Serão, certamente, duas batalhas complicadas de uma equipa histórica, cuja presença no escalão principal é desejável, e que vão requerer muita competência dentro do relvado. A pantera ainda respira, tem agora duas oportunidades para evitar a queda dramática no escalão secundário e não as pode desperdiçar.

O título de campeão nacional pode ficar decidido neste sábado, se o Sporting CP vencer na Luz o seu rival, ou se o SL Benfica abater os leões por mais de um golo de diferença. Os outros resultados encaminham a decisão para a derradeira jornada. 

Aparentemente a equipa de Alvalade deve sentir-se “reforçada” com a recente eleição do novo Papa Leão XIV, parecendo que a escolha do nome tem alguma conotação clubística em terras lusitanas. 

Por agora parece que o Marquês está preparado para a festa do título, restando saber se os tons festivos serão de encarnado ou verde e branco. 

Nos últimos dias foram denunciados alguns atos de vandalismos por parte dos dois clubes, especialmente em casas afetas a cada um dos símbolos espalhadas pelo país. Que se faça a festa e, se possível, com o civismo e a emoção que a ocasião recomenda.

O SC Braga viaja até Rio Maior para defrontar o Casa Pia. Não é erro geográfico porque os gansos jogam mesmo naquela localidade e não na zona de Lisboa, onde deveriam jogar. A margem de erro existente é nula, se a equipa brácara ainda quiser acalentar esperanças de ficar no pódio, o que ainda implica conseguir mais pontos que o FC Porto nesta reta final.

Esta jornada representa o princípio do fim da liga portuguesa e pode decidir já algumas coisas ou deixar tudo em aberto para a jornada final.

Curiosamente, coloca-se um cenário que favorece o futebol português para a próxima época europeia, pois, se os portistas terminarem em quarto lugar têm entrada direta na fase de grupos da Liga Europa quase garantida, o que beneficiaria o SC Braga que também se apurava na qualidade de terceiro classificado. 

Obviamente que isto é na teoria porque na prática todos querem vencer os seus jogos.

Veremos como termina a época desportiva ao nível do primeiro escalão, porque a final da Taça de Portugal vai oferecer outra versão do clássico deste sábado, acima referido.

Que role a bola e as arbitragens não voltem a influenciar negativamente resultados, como aconteceu na jornada anterior, onde lances idênticos no Dragão e na Pedreira tiveram desfechos diferentes, ao contrário do que se deseja num futebol mais limpo e de juízos coerentes.