A Pedreira foi o palco da despedida europeia do SC Braga, no que à presente temporada diz respeito. Hoje, o artigo faz uma análise do percurso e da saída precoce da prova por parte dos brácaros.
A temporada na Europa começou bem cedo, com a eliminação consecutiva dos israelitas do Maccabi Petah Tikva, depois de dois triunfos registados, num resultado global de 7x0, sendo mais folgado aquele que foi obtido a jogar fora (5x0), numa espécie de terreno (búlgaro) neutro devido à absurda guerra do Médio Oriente.
O adversário seguinte foi o Servette, da Suíça, que foi a Braga empatar sem golos, numa exibição miserável dos arsenalistas, que contribuiu para a saída de Daniel Sousa do comando técnico da equipa, após novo empate caseiro, poucos dias depois, frente ao Estrela da Amadora e mais uma exibição muito pobre. A entrada da Carlos Carvalhal permitiu a ultrapassagem dos suíços, depois de um triunfo registado em terras helvéticas. Parecia que um novo e bom caminho começava a ser trilhado, algo que o tempo não confirmou, em especial devido à falta de consistência no percurso da equipa.
O duelo frente ao Rapid de Viena permitiu o acesso à fase regular da Liga Europa, em modelo experimental, que se viria a revelar mais incerto e nefasto para os lados de Braga, depois de um triunfo caseiro e um empate na Áustria.
A fase regular continha quatro jogos caseiros e outros tantos fora de casa, num inédito formato da competição, que acrescenta efetivamente mais emoção, até aos instantes finais dos diferentes jogos.
Esta etapa começou com um triunfo, conseguido nos últimos minutos, frente ao Maccabi Tel Aviv, o segundo adversário da época europeia oriundo de Israel. Em seguida, o SC Braga deslocou-se à Grécia onde se observou uma autêntica tragédia para a equipa bracarense, após a derrota sem apelo por números (3x0) que não orgulham ninguém e a fase negra a nível europeu agravou-se com a derrota caseira ante os noruegueses do FK Bodø/Glimt (1x2), com o golo decisivo a surgir no último lance da partida e que se revelou um dos momentos marcantes pela negativa deste percurso brácaro. A visita ao terreno do Elfsborg terminou com um golo para cada lado e um ponto para cada equipa, com os arsenalistas a deixarem fugir o triunfo perto do fim, quando nada o fazia prever.
Os últimos quatro jogos colocavam pela frente os adversários mais complicados, pelo que se adivinhava uma tarefa complicada. Esta etapa começava com a receção aos alemães do Hoffenheim e o triunfo (3x0) reabria as portas do apuramento, algo que se complicou após a derrota em Itália frente à Roma pelos mesmos números e uma exibição muito fraca, onde os números podiam ter sido superiores. Seguiu-se, já neste novo ano, a visita a Bruxelas, para defrontar o Union de Saint Gilloise num relvado vergonhoso que não deveria ser admitido numa prova deste calibre e a derrota deixava antever a eliminação do SC Braga, como vaticinei, ainda que gostasse de ser desmentido na derradeira jornada, no confronto exigente frente à Lazio de Roma, a melhor equipa da competição.
Ou seja, no curto espaço temporal de uma semana os braguistas viam a sua equipa disputar os últimos dois jogos desta fase regular que terminava na Pedreira, onde se iniciara a caminhada. A receção à forte equipa da Lazio era um desafio complicado, com a agravante de a equipa não depender apenas de si para se apurar. O duelo começou bem para o lado braguista, uma vez que o Capitão Ricardo Horta tratou de inaugurar cedo o marcador, no dia em que igualava José Maria Azevedo no número de jogos oficiais realizados pelo SC Braga. O atual camisola 21 é um verdadeiro símbolo do clube e um farol da equipa nos momentos mais difíceis. Os Gverreiros do Minho precisavam de mais um golo para garantir o apuramento nos minutos finais, em função dos outros resultados, pelo que não se entende como a equipa não buscou desenfreadamente a tão desejada obtenção desse segundo tento, que chegou nos instantes finais em modo falso, por ser anulado, devido a um fora de jogo de Gabri Martinez, que se fez à bola e nem lhe conseguiu tocar, antes de introduzir a bola na baliza adversária, vinda de um companheiro e já em posição legal. Assim, a partida terminou com um triunfo moralizador, ainda que o apuramento tenha ficado a essa curta distância de um golo. Obviamente que a eliminação aconteceu durante o restante percurso e não neste triunfo, ainda que este jogo tenha permitido a correção do que não se fizera em algumas partidas. Foi um sentimento agridoce aquele que dominava a Legião.
Agora resta olhar em frente e para a frente da classificação na liga portuguesa, sem medo de deseja terminar no pódio, mesmo que no final isso não se consiga. É importante querer algo mais e demonstrar ambição que guie a equipa nos tempos que se seguem.