Já não é fácil recordar o ano 2019 na NBA. A liga já passou pela Covid, ganhou e perdeu estrelas e, neste caso, já entrou no «comboio» Victor Wembanyama. Porém, antes disso tudo, a estrela emergente era Zion Williamson. Um talento geracional, impossível de defender perto do cesto e letal em transição. Só falta é que jogue...
Agora, cinco anos após ter entrado na liga, como a primeira escolha dos Pelicans, o nome de Zion já não está associado a esperança, mas sim a frustração. Um sentimento partilhado pelos adeptos da própria equipa, pelos amantes do jogo e pela própria NBA, que não o consegue transformar numa das caras da Liga, já que ele raramente está em campo.
No passado fim de semana ficou a saber-se que Zion vai ficar de forma por tempo indeterminado (soube-se que rondará um mês) devido a uma lesão no tendão da coxa esquerda. Esta é a terceira vez que o extremo dos Pelicans tem este tipo de problema (já teve nos dois tendões) no espaço de um ano e meio. Além disso, com mais esta lesão, o extremo vai acumular mais jogos falhados e são impressionantes. Desde que entrou na Liga, os Pelicans já fizeram 402 jogos na fase regular e Williamson falhou 212, sem contar com os playoffs, que vamos falar à frente.
Lesões atrás de lesões
No final da temporada 20/21, em que jogou 61 jogos, foi avançado que Zion tinha sofrido uma fratura no calcanhar do pé direito. No início da pré-temporada seguinte, foi dito que o extremo estava recuperado e que até era possível jogar no primeiro jogo da temporada, a 21 de outubro, algo que não se concretizaria. As semanas foram passando, as atualizações iam sendo vagas, até que veio a confirmação de que só regressaria em 22/23.
22/23 parecia ser o ano de afirmação. Na melhor forma da carreira, Zion conduziu os Pelicans ao 2º lugar da conferência Oeste em janeiro, com 26 pontos e 7 ressaltos por jogo. Em janeiro de 2023 veio a primeira lesão grave no tendão da coxa e não conseguiu voltar a jogar nessa época.
Seguiu-se uma temporada saudável, em 23/24, ainda que sem o domínio dos seus melhores tempos. O problema é que, nem na sua melhor época em termos de jogos, consegui fugir aos problemas. Os Pelicans terminaram a fase regular na 7ª posição e isso ditou uma partida contra os Lakers, no torneio de play-in. A equipa de New Orleans esteve a perder quase o jogo todo, mas fez uma excelente recuperação na reta final, liderada por Zion...antes de se lesionar. Um novo problema no tendão da coxa terminou-lhe a temporada e não conseguiu jogar qualquer jogo nos playoffs.
Os playoffs são mesmo uma miragem para Zion. Entre playin e playoff, os Pelicans já fizeram 15 jogos, desde que Williamson entrou na franquia. Desses, o extremo jogou apenas um, o tal jogo contra os Lakers. Se restringirmos só mesmo ao playoff, tem zero participações, algo que seria impensável em 2019.
Sabia-se que o físico era o grande adversário de Zion Williamson, mas agora há também o tempo. Na NBA a passagem do tempo dita muito do que são as carreiras. Os Pelicans já por mais que uma vez atacaram mercado para dar à equipa oportunidades de ser forte e, com o passar das temporadas, essa fatura pode chegar.