Sim, o título da crónica do jogo deste domingo já fala do próximo. Porque, a partir do intervalo, foi muito aí que esteve a cabeça dos dragões, depois de uma vantagem alcançada muito cedo no marcador contra o Aves e que permitiu uma gestão mais cautelosa do que é normal. Ainda que, é bom referi-lo, o Aves tenha estado muito bem a refazer-se do choque inicial.
Um é bom, dois é ainda melhor
11 minutos, dois golos. Tantos quantos tinham sido marcados nos últimos quatro jogos. Antes que alguma núvem mais sombria pairasse sobre a equipa, o assunto ficava bem encaminhado para a véspera do clássico que vai, de certeza, deixar tudo mais claro em relação ao título.
O Dragão, pela primeira vez esta época a experimentar a amarga sensação de estar atrás de alguém no campeonato, deu uma resposta elucidativa e preencheu todas as bancadas, demonstrando que a crença está inabalável. E a equipa respondeu com golos repentinos.
É verdade que tudo saiu bem no início e que o FC Porto beneficiou de alguma azelhice (falta do penálti) e de sorte (forma como Otávio marca o segundo), mas nada seria possível se a equipa entrasse com apatia, o que não aconteceu. Foi um dragão apostado em resolver as coisas cedo com uma entrada triunfal, cavalgante, à imagem do que tem sido o comum FC Porto desta época.
Uma transfiguração que impulsionou a equipa para a frente e que abriu espaço e mais espaço nas costas da defesa. Por duas vezes, o Aves conseguiu sair muito bem em transição rápida, só que em ambas reduziu a velocidade na chegada à entrada da área, o que permitiu a Alex Telles, na primeira, e a Marcano, na segunda, intercetarem as intenções forasteiras.
Ao sabor do relógio
Intenções que aumentaram na segunda parte e que mudaram na sua essência. De uma equipa expectante para sair em contra-ataque, o Aves voltou dos balneários apostado em ter a bola de forma constante e chegar de forma capaz à baliza contrária - o que aconteceu de forma mais específica só aos 90, numa bola de Elhouni ao poste.
Talvez a pensar no clássico e nas diversas contrariedades físicas que se têm apoderado da equipa recentemente, foi um FC Porto de serviços mínimos, que só num livre de Sérgio incomodou Facchini e que foi deixando o tempo correr à espera do apito final.
Chegou perfeitamente. Os três pontos ficaram no Dragão e agora... venha o clássico!