Aconteça o que acontecer na fase a eliminar da Liga dos Campeões, o FC Porto terá de considerar esta edição da Liga dos Campeões um sucesso. São 16 pontos na fase de grupos (em 18 possíveis), carimbados com uma vitória na última jornada na casa do Galatasaray por 2x3.
Um FC Porto com algumas mexidas, mas que parece que está tão habituado a vencer que as coisas já aparecem quase de forma natural. Sao agora 12 vitórias seguidas para Sérgio Conceição e companhia e uma qualificação «sem espinhas» para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Já o Galatasaray voltou a mostrar que é uma equipa com falta de equilíbrio e vai jogar para a Liga Europa.
Vamos ter espaço e tempo para explicar melhor, mas este jogo entre turcos e portugueses provou uma coisa: o VAR tem de entrar na melhor prova de clubes da Europa.
Ambiente gelado e uma arbitragem que...minha nossa
A primeira parte do jogo entre o Galatasaray e o FC Porto fica marcada por duas razões. Primeira, o FC Porto está com níveis de intensidade e confiança completamente nos picos e, a segunda, os árbitros erraram em todas as decisões importantes que tiveram de tomar.
Começando pelo início. O Galatasaray entrou, como se esperava, forte, intenso e quase que obrigado pelos adeptos a atacar. Nessa fase inicial surge o primeiro erro de arbitragem. Há uma grande penalidade de Diogo Leite por mão em cima da linha, que acaba por não ser marcada, devido a um fora de jogo mal marcado. Logo depois, naquela que foi a melhor versão dos turcos nos primeiros 45 minutos, Derdiok falha um golo de forma impressionante.
E se há jogadores que são vilões, Derdiok é um caso desses. Para além de um falhanço quase caricato na área do FC Porto, ainda ficou a marcar com os olhos Felipe aos 17 minutos, no primeiro golo portista. Esse golo de Felipe lançou os dragões para 20/25 minutos de um futebol muito bom. Herrera e Sérgio Oliveira pareciam que tinham clones e o meio-campo azul e branco e esmagava Fernando e companhia. Não fosse Marega estar sempre fora de jogo e o 0x1 rapidamente poderia ter ficado em 0x2 ou 0x3.
Mas o segundo golo portista viria mesmo a aparecer e, novamente, com a arbitragem em foco. O bailado de Hernâni foi tão bonito que levou o árbitro a ver um penálti e Marega igualou o registo de Jardel a marcar golos na Champions. Era um resultado que se aceitava pela qualidade portista, mas que acabava por ser «mentiroso» devido aos erros de arbitragem.
A primeira parte não viria a acabar sem mais um erro, mais uma grande penalidade e mais um golo. Desta vez foi na área portista, com Felipe a cometer falta sobre Garry Rodrigues, com o extremo dos turcos a estar em fora de jogo no momento em que é solicitado. Uma primeira parte de qualidade portista, de desnorte do Galatasaray e de uma arbitragem...
Dragão pressionado dá em golo
Só que este FC Porto está numa fase impressionante e a intensidade que coloca nos lances permite-lhe estar sempre perto de marcar. Marega pressionou, Hernâni trabalhou bem e Sérgio Oliveira marca o 1x3, mostrando que a equipa de Sérgio Conceição tem soluções boas em todas as posições.
Mesmo com 1x3, via-se que o Galatasaray estava melhor. A linha de quatro no ataque estava a gerar dificuldades na defesa portista e os espaços apareciam. Derdiok fez o 2x3, já depois de voltar a falhar um golo feito e o FC Porto era muitas vezes encostado à sua área, explorando depois a velocidade de Marega no contra-ataque.
Nesta fase de maior pressão turca, tinha a palavra Sérgio Conceição. O treinador mexeu e equilibrou a equipa portista, ainda que lhe retirando a força ofensiva. Os últimos minutos foram mais de garantir o triunfo e segurar-se na sua defesa, uma missão cumprida com sucesso.
São 16 pontos em seis jogos. Uma fase de grupos a roçar a perfeição e, para finalizar, uma vitória na Turquia. Milhões atrás de milhões, prestígio e uma confirmação de que este FC Porto tem estofo europeu. Seguem-se agora os oitavos.