Sob a lei da eficácia
Não foi pela lógica do ascendente que se desenvolveu a primeira parte. Pelo contrário. Cheia de peripécias e com boas histórias de futebol para referir, a partida teve condimentos interessantes pela imprevisibilidade.
Desde logo porque, ao assistir ao primeiro quarto de hora, jogado de forma durinha, dividida e com repartição de domínio - para isso muito contribuiu a presença de André Leão e de Gian, a darem muito boa conta do meio-campo. O Paços estava acertado, apesar da entrada cheia de genica dos dragões e da necessidade de adaptação dos castores às várias peças menos rodadas que Petit escolheu para a partida.
Já bem depois de Brahimi ter feito o 0x2 os dragões podiam ter pintado o marcador em tons de goleada, só que a eficácia inicial não teve seguimento.
E eis que, um pouco do nada, o Paços adotou a tal eficácia para regressar ao jogo, num golo em que o mérito de Luiz Phellype se mistura com o demérito de Reyes. Um golo que estranhou e que foi acompanhado de outro, do mesmo autor, a chegar ao intervalo, então com o desequilíbrio a surgir pela esquerda, na tradução em golos de todos os dois remates feitos pela equipa da casa no primeiro tempo.
De jogo controlado e bilhete quase garantido para Braga, o FC Porto ia para os balneários com a dúvida a pairar e com a necessidade de reajustar a estratégia. Daí que Maxi e Soares já nem tenham voltado.
Goleador em campo
Dos balneários vieram Corona e Aboubakar. Tal como fazia sentido. E não foi preciso esperar muito para se registarem resultados práticos: quatro minutos em campo, cruzamento mexicano, cabeceamento camaronês e vantagem azul e branca outra vez.
O passar do tempo fazia crer duas coisas: que o resultado se poderia desnivelar a favor dos portistas, graças ao domínio que iam exercendo no meio-campo contrário; que a final-four estava no papo. A primeira não se confirmou, a segunda sim.