O frio na barriga. A adrenalina do jogo. O cumprimento aos adeptos na chegada à baliza.
Um toque no poste. Um ligeiro salto e um toque na barra. Um toque no outro poste.
O futebol é um jogo de rotinas e a posição de guarda-redes é, porventura, a expressão máxima desta premissa.
Por norma, a figura principal da baliza é escolhida pelo treinador numa fase prematura da temporada e a decisão mantém-se ao longo dos meses. A existência de um guarda-redes titular pressupõe a existência de guarda-redes suplentes, num cenário que motivou a realização desta reportagem.
Se o 2º guarda-redes ainda vai sendo utilizado em jogos da taças, a verdade é que, de forma genérica, o 3º guarda-redes assume-se como uma figura que termina a época sem jogos realizados. De resto, os números ajudam a comprová-lo.
Com uma jornada por disputar, dez dos 18 clubes da Liga Portugal Betclic utilizaram apenas dois guardiões ao longo da temporada. Olhando para as restantes oito equipas, em cinco delas o 3º guarda-redes fez apenas um jogo.
Na Segunda Liga o cenário é um pouco mais animador, mas ainda assim digno de registo. Cinco dos 18 clubes utilizaram dois guarda-redes até ao momento, sendo que, em cinco dos restantes 13 casos, o 3º guardião soma uma partida disputada.
Com estes dados em cima da mesa, quisemos perceber como é a rotina de um 3º guarda-redes, quais as suas motivações, qual a importância destes elementos dentro do plantel e como se aguenta passar uma época inteira no banco/na bancada.
Desde logo, a pergunta inicial aos três jogadores com quem falámos foi sincera e despida de preconceitos.
O que se pensa quando se é abordado para participar numa reportagem devido ao facto de se ser 3º guarda-redes de uma equipa? Numa primeira instância não houve a propensão para recusar o convite?