O Benfica apareceu personalizado nos Açores, com novo desenho tático e muitas mexidas, e teve que se aplicar e chamar alguns dos «pesos pesados», mas acabou por conseguir uma importante (e suada) vitória por 0-1 sobre o Santa Clara, sensação desta edição do campeonato.
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Entre jogos europeus, havia jogo importante nos Açores. Do lado do Benfica, Bruno Lage promoveu uma revolução no onze inicial, com seis mexidas, incluindo a titularidade dos reforços Dahl, Belotti e Bruma, além do jovem Leandro Santos. Do lado açoriano, por sua vez, o técnico Vasco Matos, mexia apenas no avançado, colocando Vinícius Lopes no lugar de João Costa.
Novo desenho pouco criativo
O Estádio de São Miguel estava praticamente lotado, bem pintado de vermelho, numa mistura, aparentemente, equilibrada entre adeptos da casa e do Benfica. Dentro das quatro linhas, a primeira grande surpresa, além da revolução implementada, foi a opção de Bruno Lage por um 3x4x3, com Carreras como central da esquerda e Dahl na ala, causando um certo encaixe tático com o Santa Clara.

De notar que o estado do relvado dificultava a circulação cuidada e pensada - muitas escorregadelas -, mas o Benfica foi baixando o nível de perigo quando a intensidade inicial baixou e foi ficando bastante previsível no último terço, não conseguindo servir devidamente Belotti - teve uma enorme perdida aos 11' - nem servindo os «vagabundos» Amdouni e Bruma. A melhor ocasião do Benfica surgiu aos 40', quando António Silva acertou na barra, na sequência de um livre.
O Santa Clara, por sua vez, até assustou duas vezes na transição, mas claramente estava mais preocupado numa devida organização defensiva, até porque Florentino Luís e Leandro Barreiro - apesar de acrescentarem pouco ofensivamente - estavam fortes na recuperação adiantada.
Acelerar com novo motor
Percebendo que a sua equipa estava longe do nível desejado ofensivamente, Bruno Lage não desfez o novo sistema tático, mas promoveu a esperada e natural entrada de Kokçu ao intervalo, para trazer a criatividade necessária. O efeito foi notório e o turco trouxe tranquilidade com bola e ligação no último terço aos encarnados, acabando por ser determinante no lance do golo inaugural, aos 55': num lance paciente pela direita, desmarcou Amdouni na direita e este cruzou tenso, rasteiro, para Bruma encostar para o 0-1 (e o seu primeiro golo de águia ao peito).

Isto fez nascer espaço no miolo como não se tinha visto até então no jogo e foi isso que levou a que, aos 76', Sidney Lima fosse imprudente e, para travar uma transição, visse o segundo amarelo e consequente vermelho, deixando o Santa Clara reduzido a dez. Apesar disso, o Santa Clara em nada se apequenou e continuou bastante vertical, principalmente pela sua esquerda, com o sempre irrequieto Gabriel Silva a aproveitar o claro cansaço da defesa encarnada.
Inicialmente, o Benfica passou por um mau bocado, mas Bruno Lage acabou por reequilibrar - com a entrada dos jovens João Rêgo e Nuno Félix, este em estreia absoluta - a equipa e os encarnados acabaram por saber gerir a ponta final, saindo dos Açores com a vitória e os três pontos.