Vamos por parte, caro leitor.
Não nos enganaram nem um pouco quando nos descreveram o ambiente de 'loucos' do Marakana de Belgrado. De tifos que cobriam uma bancada completa a cânticos durante todo o encontro, os adeptos do Estrela Vermelha entregaram tudo o que nos prometeram nas entrevistas que nos fizeram antes do encontro.
No entanto, depois entrou a capacidade e a matreirice do Benfica. Sem ligar ao que vinha da bancada, o conjunto encarnado foi inteligente e saiu de Belgrado com um triunfo por 2-0, iniciando assim da melhor forma a sua caminhada na presente edição da Liga dos Campeões.
Para Bruno Lage é o começo perfeito: dois triunfos em dois encontros disputados desde que regressou às águias.
Resolver cedo
Não temos como saber se o plantel do Benfica leu o artigo que fizemos com José Luís, ex-jogador do clube que esteve na eliminatória frente ao Estrela Vermelha em 1984/85. No entanto, a verdade é que o plantel encarnado fez exatamente aquilo que o antigo médio encarnado sugeriu para plano de jogo: entrar a todo o gás e não ficar à espera do que a partida poderia oferecer.
Montado em 4x2x3x1, o Benfica entrou em campo com o mesmo onze com que bateu o Santa Clara no fim de semana.
No entanto, ao contrário do que havia sucedido nessa partida, as águias saíram na frente do marcador. À passagem do minuto nove, Di María lançou Bah na profundidade a partir da direita, tendo o dinamarquês cruzado para o segundo poste. Aí apareceu o reforço Arkturkoglu, que desviou de forma oportuna para o fundo das redes adversários.
Estava assim desfeito o nulo, sendo que, depois do golo, o turco festejou de braços abertos em frente aos adeptos sérvios. Haja coragem...
A resposta dos da casa foi curta e, pese embora o Estrela Vermelha tenha tido mais bola, raras foram as ocasiões em que criou perigo de forma efetiva.
Aproveitou o Benfica, que dobrou a vantagem aos 29'. Na sequência de uma falta sofrida por Di María, Kokcu, de livre, rematou colocado, levando assim à loucura os adeptos benfiquistas que se deslocaram a Belgrado.
Aguentar, aguentar, aguentar...
Tal como havia acontecido há 40 anos, o Benfica saiu para o intervalo a vencer por 2-0. No entanto, o desfecho agora foi diferente.
Já sem Bah, que saiu lesionado, as águias retraíram-se em demasia e Kaboré, que havia rendido o dinamarquês, sentiu dificuldades. De resto, Bruno Lage teve mesmo de tirar Di María da direita e puxar Arkturkoglu para ajudar o lateral do Burquina Fasso.
Aursnes, recuperado de lesão, foi lançado para tentar controlar o ímpeto sérvio, mas o inevitável golo surgiu mesmo.
Num lance pela direta, a defesa do Benfica deixou algo a desejar e Mison aproveitou, reduzindo para 2-1 aos 86'.
Ainda assim, os encarnados tiveram o mérito de não cair por completo e seguraram os três pontos, isto num jogo em que Amdouni ainda atirou ao poste em cima dos 90'.
Início de caminhada perfeito para as águias na prova milionária, sendo que segunda-feira há novo teste de elevado grau de dificuldades, agora contra o Boavista no Bessa.