Ponto final. Portugal não vai ter a oportunidade de defender o título da Liga das Nações. A seleção portuguesa hipotecou esse cenário com a derrota desta noite na receção à França (0x1), num jogo bastante rigoroso dos gauleses, e já não tem qualquer hipótese de regressar à liderança do Grupo 3.
Após uma primeira parte a fazer lembrar a final do Campeonato da Europa de 2016, com Rui Patrício inspiradíssimo e a barra a dar também uma grande ajuda aos portugueses, os franceses entraram com a mesma bitola na segunda metade e já não houve São Patrício que valesse.
Onde é que já vimos este filme?
É impossível esquecermos o dia 10 de julho de 2016. Mais ainda quando o adversário que a Seleção Nacional tem pelo caminho é a congénere francesa. Um rival de boas memórias, mas que causa sempre muitas dificuldades ao conjunto português. Hoje não foi exceção.
⌚️Apito final: POR🇵🇹 0-1 🇫🇷FRA
🇵🇹Portugal volta a perder um jogo 13 meses depois (🇫🇷França > 🇺🇦Ucrânia).
⚠️Quase 4 anos depois, 🇵🇹Portugal sofre uma uma derrota em solo nacional (D 2-3 Suécia, Funchal); em Portugal continental tinha sido frente à Bulgária antes do Euro 2016 pic.twitter.com/4aIVhyHYDy
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Tal como em 2016, a França teve mais e melhores oportunidades no primeiro tempo, rematou muito e bem à baliza lusa, mas, lá está, houve novamente Rui Patrício (ou São Patrício), que ajudou a manter o nulo até ao intervalo. A primeira ocasião de golo até foi de Portugal e de Cristiano Ronaldo, mas é Martial que vai demorar a esquecer esta noite na Luz.
O avançado do Manchester United teve duas oportunidades claras na cara do guarda-redes português, seu adversário também na Premier League, mas viu o camisola 1 de Portugal aplicar-se a sério. "Como é possível?", terá pensado Martial após as defesas de Patrício. No primeiro lance, diga-se, a bola saiu de Lloris e passou por seis jogadores antes da finalização de Martial. Pelo meio o '10' gaulês ainda enviou uma bola à barra, na sequência de um lance de laboratório da turma de Didier Deschamps.
Com muitas dificuldades para sair a jogar e progredir com a bola em posse, Portugal também apresentava sérias ificuldades no contra-ataque, dada a boa organização defensiva do adversário, muito mais confortável no jogo, e só de bola parada é que a equipa das quinas conseguiu ameaçar novamente a baliza de Hugo Lloris - Cristiano Ronaldo falhou por centímetros em cima do apito para o intervalo na resposta de cabeça a um canto batido na direita.
O empate sem golos favorecia a seleção portuguesa, mas Portugal não podia assumir o risco de limitar o seu jogo à defesa desse resultado perante a postura arrojada dos franceses. Era preciso equilibrar as forças e estancar o ímpeto ofensivo contrário.
![](/img/galerias/originais/244/722244_ori_uefa_nations_league_portugal_x_franca.jpg)
A formiguinha estava no sítio certo
O aviso à navegação tinha sido dado na primeira parte. A França procurou de forma incessante o golo nos primeiros 45 minutos, sem sucesso, mas ele lá apareceu nos primeiros minutos do segundo tempo, com muita infelicidade para Rui Patrício.
⌚️Apito final: POR🇵🇹 0-1 🇫🇷FRA
🇵🇹Portugal está fora da final-four da 🏆UEFA Nations League, os 🇫🇷gauleses estreiam-se nesta fase da prova.
⚠️Foi o 5.º confronto entre 🇵🇹Fernando Santos e 🇫🇷Deschamps e o francês levou a melhor em 3 partidas (1 empate e 1 derrota) pic.twitter.com/ApGdG2eION
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Depois de uma primeira parte irrepreensível, o guarda-redes português não teve a melhor resposta a um remate de Griezmann - que bela combinação com Rabiot - e deixou escapar a bola para a recarga de N'Golo Kanté. Irrepreensível a destruir e a construir, o pequeno gigante médio do Chelsea apareceu no sítio certo para fazer aquilo que os avançados franceses não tinham conseguido até então.
Fernando Santos respondeu de imediato com a retirada de um dos dois médios de características mais defensivas, no caso de William Carvalho, abdicando da estratégia inicial, e a verdade é que os últimos 30 minutos foram quase de inteira responsabilidade de Portugal.
Uma bola ao poste de José Fonte, uma defesa inacreditável de Hugo Lloris a remate de João Moutinho, hoje oficialmente o segundo mais internacional de sempre, um corte incrível de Kimpembe, a impedir a finalização de Cristiano Ronaldo, e muitas outras oportunidades.
Sem sucesso. A vitória acabou por sorrir à França, que carimba em Lisboa o passaporte para a fase final da Liga das Nações, onde vai ter a oportunidade de lutar pelo título que ainda é de Portugal.