Ricardo Nunes explica crise no Legia que pode ajudar leões

O Legia Warszawa é o adversário do Sporting na segunda jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Este será o terceiro encontro oficial entre a equipa leonina e o campeão polaco, que vive uma profunda crise de resultados, situação que já motivou, inclusive, a mudança de treinador.

Quatro derrotas no campeonato, eliminação da Taça por uma equipa da 2.ª divisão, Supertaça perdida para o Lech Poznan e uma derrota humilhante frente ao Borussia Dortmund (0x6) espelham na perfeição o autêntico desastre que está a ser este arranque de temporada para a equipa de Varsóvia, que tarda em (re)encontrar o caminho para o sucesso.

E como se explica este pesadelo do Legia? O zerozero conversou com Ricardo Nunes, defesa do Pogon Szczecin (Polónia), sobre esta e outras questões, com o objetivo de perceber melhor a realidade do clube bem como identificar as principais ameaças para o Sporting.

«É difícil explicar o que está a acontecer. Perderam alguns jogadores importantes, houve muita especulação durante o mercado. Ou seja, houve jogadores que saíram e outros a quem foram apontados muitos destinos, mas que acabaram por ficar. Penso que isso possa ter influenciado um pouco o rendimento. Também mudaram de treinador no início de temporada e o resto está à vista de todos. Tem havido muita rotação na equipa e isso não ajuda a criar rotinas», introduz Ricardo Nunes, formado no Estoril Praia e no Benfica, que joga há três anos no campeonato polaco.

«Neste momento é difícil dizer em que sistema joga. Esta época já os vi de muitas maneiras. Os resultados não aparecem e acabam por experimentar tudo... Penso que ainda não se encontraram. Tanto podem jogar com dois avançados ou no tradicional 4x3x3», acrescenta.

Muita atenção a Nikolić e Guilherme!

A pergunta era inevitável. Qual a maior ameaça para o Sporting? Ricardo Nunes não tem dificuldades em apontar Nemanja Nikolić e Guilherme, extremo brasileiro que já passou pelo futebol português, como os dois jogadores mais perigosos do Legia Warszawa.

«O Nikolić não precisa de muito para fazer golos. É um ponta de lança móvel, movimenta-se muito bem e tem faro de goleador. Depois têm o Guilherme. Ouso dizer que é o jogador mais evoluído do ponto de vista técnico do Legia. Joga descaído na ala, esquerdino, mas costuma surgir muitas vezes no meio em movimentos de ruptura», descreve ao nosso jornal.

«Têm outros jogadores com potencial, mas como disse a equipa ainda não se encontrou e isso tem afetado a qualidade de jogo. Não se compara com a do ano passado. Tenho a certeza que, se fosse no ano passado, esta equipa não tinha sofrido uma derrota tão pesada como sofreu contra o Dortmund. Este ano tem corrido praticamente tudo mal», completa.

Adeptos que não abandonam equipa

As coreografias criadas pelos ultras do Legia são impressionantes. O defesa português, mas internacional pela África do Sul, elogia a atitude dos adeptos polacos e garante que os do Legia jamais vão abandonar a equipa perante este clima adverso.

«Tenho a certeza que muitos vão a Lisboa. Os adeptos do Legia são simplesmente fantásticos. Amam o clube de uma forma ao nível dos melhores do mundo. Aliás, os polacos, no geral, são muito apaixonados pelo futebol e pelo país. O Legia onde vai arrasta sempre muita gente. Claro que há revolta e tristeza pelo momento que estão a passar mas têm sido incansáveis. Sempre que joguei contra o Legia senti uma atmosfera fantástica», elogia.

E qual vai ser o resultado? «Sinceramente, penso que o Sporting só não ganha se estiver num dia muito mau. Como tem jogado, o Sporting não vai ter problemas», garantiu.