Oito pontos. É esse o resultado do melhor clássico desta temporada entre FC Porto e Sporting. Uma grande partida entre duas equipas de nível e que deram um grande espetáculo de futebol. A vitória (2x1) sorriu à equipa que se vai mostrando mais capaz e que tem de ser vista como a mais candidata a ser campeã nacional.
As duas equipas tinham baixas de peso nas suas equipas, mas essa falta de opções mais experimentadas só se notou perto do minuto 90 quando o jovem Rafael Leão desperdiçou o golo do empate completamente sozinho.
O FC Porto sai do clássico mais líder e, quer se assuma ou não, o Sporting sai do clássico sabendo que o título se transformou quase numa miragem...
Bruno na direita? Nada disso
Talvez por isso a entrada menos positiva do Sporting tenha durado apenas esses 15 minutos. O FC Porto vivia da força de Marega e isso chegava para dar muitos problemas à equipa verde e branca. O avançado maliano teve as primeiras oportunidades. Num canto viu o poste e depois Bryan Ruiz negar-lhe o golo e pouco depois atirou ao lado quando ia isolado.
Do lado do Sporting era novamente Bruno Fernandes a criar perigo. Com remates de longe (um deles a obrigar Casillas a defesa apertada) e com incursões. Podia dizer que se o jogo fosse um filme o ator principal era Bruno Fernandes.
O Sporting fazia talvez a melhor primeira parte da temporada contra o FC Porto, mas Sérgio Conceição tinha avisado na antevisão que a sua equipa era «forte». Foi com base nessa força que apareceu o primeiro golo. Canto, confusão, novo cruzamento e Marcano a ganhar na força para marcar. Era o golo de uma equipa que mesmo sem estar a fazer um grande jogo tem uma arma que é cada vez mais complicada de travar e é o físico e o querer.
O Sporting reagiu e conseguia estar perto da área do FC Porto, muito também pelo jogo menos conseguido da dupla Sérgio Oliveira/Herrera, na primeira parte. Foi aliás em mais um buraco no meio que surgiu o primeiro golo e logo de um menino de 18 anos que se estreou em clássicos. Bryan Ruiz teve tempo para fazer tudo e esperar pelo rapidíssimo Leão (entrou para o lugar do lesionado Doumbia). O avançado apanhou a defesa do FC Porto de surpresa e na cara de Casillas não perdoou.
Saída com Leão e entrada à Dragão
Gonçalo Paciência foi para cima de Mathieu e cruzou na área, onde Brahimi teve todo o espaço do mundo para bater Rui Patrício, num lance a defesa do Sporting, tal como o resto da equipa, foi apanhada a dormir.
A vantagem portista deixou a equipa de Sérgio Conceição confortável na partida, explorando a velocidade do seu ataque e a incapacidade do Sporting em criar perigo. De forma real, a equipa de Jesus trabalhava bem os lances, mas tinha clara falta de poder de fogo no ataque. Rafael Leão só conseguia espaço quando fugia da dupla de centrais e com a melhor capacidade de cobertura de Sérgio Oliveira e Herrera até Bruno Fernandes tinha mas dificuldades para aparecer.
Se havia dúvidas sobre quem é melhor guarda-redes do atual plantel do FC Porto ficaram retiradas com o que aconteceu na reta final do jogo com o Sporting. Os leões lançaram Montero para jogar ao lado de Rafael Leão e os dois tiveram oportunidades claras para empatar, sendo que no primeiro desses lances apareceu San Iker. Montero teve tudo para empatar o jogo e a finalização foi boa, mas o que Casillas fez merece ser visto e revisto. Pouco depois o guarda-redes já nada teve de fazer quando o jovem Leão falhou um golo de baliza aberta. Sentiram-se os 18 anos do menino nesse lance.
Num dos melhores jogos da temporada em Portugal a vitória sorriu à equipa que foi mais coesa. A liderança está agora mais segura para o Dragão e já são oito pontos (na realidade são nove) para o Sporting. Para se perceber a diferença podemos dizer que nas primeiras 25 jornadas do campeonato a equipa de Conceição perdeu apenas...oito pontos.