A criação da III Liga, por parte da FPF, trouxe muitas novas questões e procura por respostas. É uma nova competição que se insere no panorama futebolístico português e que, de certa forma, vêm preencher um vazio reclamado por muitos clubes e intervenientes desde que foi extinta a III Divisão Nacional. O futebol nacional vai, a partir de 2021, voltar a ter quatro degraus nacionais.
Nos campeonatos profissionais, não se perspetivam mudanças (a existirem, serão da autoria da Liga de Clubes, mas não há nenhum indício de alteração das 18 equipas em cada). A III Liga vai surgir como terceiro escalão (terá traços profissionais, desde logo por se instituir o salário mínimo nacional nos clubes que aí competem) e o seu começo está apontado para a época 2021/2022, ao passo que o Campeonato de Portugal, que deve manter a designação, passará a ser o quarto escalão.
Época de transição

A temporada 2020/2021, que começa no fim do verão (em condições normais), ainda vai ter o Campeonato de Portugal como prova nacional única abaixo dos campeonatos profissionais, mas com o objetivo de se desmembrar em duas competições.
Ao contrário das 4 séries atuais, passará a 8 séries de 12 equipas cada, num total de 96 equipas (as duas que vão descer da LigaPro, as 70 que se mantêm no CP, onde este ano não houve descidas, 20 que sobem dos distritais - uma por Associação - e quatro equipas B convidadas).
Para uma equipa subir à LigaPro, tem de ganhar a sua série e depois a segunda fase, que é dividida em duas séries (quatro equipas cada), subindo o primeiro de cada. As outras, não subindo, vão fazer parte da III Liga na época seguinte (seis). A essas seis vão juntar-se os dois primeiros de uma segunda fase de acesso à III Liga, para a qual se qualificam os 2º, 3º, 4º e 5º classificados de cada série da primeira fase, que vão fazer nova poule entre si para definir os dois primeiros (16, no total), isto além dos dois que descem da Liga Pro, num total de 24 equipas na Liga III em 2021/2022.

Porém, a primeira fase tem ainda mais desfechos, que são, no fundo, despromoções. Ou se desce um escalão, ou dois: os 6º, 7º e 8º de cada série mantêm-se no Campeonato de Portugal, que passará então a quarto escalão, ao passo que os últimos quatro de cada série descem aos distritais.
Plano a longo prazo
A evolução será, depois, progressiva até que fique completa em 2023, com uma descida gradual de equipas para ajustar o terceiro e o quarto escalões: de 2021/2022 para 2022/2023, o Campeonato de Portugal passará de 60 para 56 equipas; na época seguinte, é a III Liga que passa de 24 para 20 equipas.
No fundo, o objetivo é que 2023/2024 seja a época em que a mutação está completa: 18 equipas na Liga NOS, 18 na Liga Pro, 20 na III Liga e 56 no Campeonato de Portugal, num total de 112 equipas nos campeonatos profissionais - atualmente são 108.
