Primeiro tremeu-se, depois agitou-se

Não é um típico médio italiano - forte na construção, com um toque requintado. Pelo menos, não foi o que mostrou esta noite. Ainda assim, fez uma belíssima partida. Forte físicamente e a ganhar várias bolas nas batalhas do meio-campo. Além disso, fez a diferença na frente. Não só marcou - ainda que tenha sido algo ao acaso -, como participou em diversas jogadas de ataque, sempre pronto a finalizar. Por isso, reforçamos: belíssima exibição.

Ainda não conhecíamos esta face de João Simões. O Sporting esteve a perder e, por consequência, eliminado da Liga dos Campeões. João Simões entrou nessa altura e não tremeu, agitou! A partir do meio-campo, não teve medo em desdobrar-se para o ataque e em desequilibrar na frente. Fê-lo por uma, duas, três vezes... e assistiu! Sempre recebeu muitos elogios dos treinadores, mesmo entrando em fases delicadas. Agora, está a colher os frutos.

Foi, provavelmente, o mais assertivo em campo. Imperial no jogo aéreo, forte nos duelos pelo chão, exímio no controlo da profundidade, seguro no passe... Como se não bastasse, ainda teve tempo para colocar Castro no bolso e apagar alguns fogos criados pelos colegas. Foi uma exibição de mão cheia, onde tudo o que fez, fez bem. Neste momento, é central mais firme no onze do Sporting.

Não há volta a dar: não sabe jogar mal. Seja com um colega fora de posição ao lado ou acompanhado por um jovem que começou a temporada na equipa B, Morten Hjulmand não vira a cara à luta. Venham os que vierem, sabem que vão ter de levar sempre com o internacional dinamarquês e com a sua qualidade inerente. A defender ou a atacar? Pouco importa para quem faz tudo bem. Capitão e líder em todos os sentidos.

... Não está nada mau. É o habitual suplente do Bologna e, esta noite, com a equipa já eliminada da prova, somou os primeiros minutos na Liga dos Campeões. Apresentou-se bastante bem. Não foi a mais trabalhosa das noites, mas travou um duelo interessante com Harder, sobretudo, e não tremeu. Somou, certamente, pontos nas contas de Vincenzo Italiano.

Tanto bateu na água dura, que lá foi! Harder já merecia este golo. Batalhou e, por vezes, até foi um pouco apressado na decisão, mas ninguém o pode acusar de não tentar. Não é - está longe disso - um Viktor Gyokeres, não faz as corridas, não é tão possante, nem tem uma relação tão boa com a baliza, mas também é um belo jogador, que o Sporting pode e deve aproveitar. Veremos se os golos, depois deste, não são como o ketchup. Terá mais uma oportunidade já este domingo, contra o Farense.

É um jogador esforçado e dos que mais tem jogado - algo que, talvez, tenha tido influência na exibição desta noite. Falhou vários passes, esteve trapalhão no capítulo do drible e, no geral, pouco confiante, a procurar muito o contacto para cair e ganhar faltas ao longo do terreno. Está a precisar de descanso e de recuperar a vida que mostrou, por exemplo, na temporada passada.