Se era a feijões, não era para o FC Porto. A equipa de Sérgio Conceição apresentou-se em Guimarães como em qualquer jogo até agora e procurou a vitória que a colocou no registo recorde de 88 pontos. Marcano fez o único golo de um jogo que também teve Vaná e Fabiano premiados com minutos na conquista do título nacional.
Acalentados pelo sol
Sérgio Conceição premiou, como tinha dado a entender, o guarda-redes Vaná (com Fabiano a ir para o banco) e guardou algumas novidades para o último jogo da época, que pode ter sido o derradeiro de vários jogadores - como Maxi, que jogou à direita. Num onze com algumas novidades, Gonçalo foi a maior e acompanhou Marega num ataque que começou desde cedo a tentar ser móvel, isto numa tarde solarenga e a horas muito convidativas.
Contudo, se a equipa portista teve maior predomínio da bola (também com o consentimento do adversário), isso pouco se refletiu em termos de criação de oportunidades. Mais por intermédio de bolas paradas ou dos cruzamentos de Corona, bem mais ativo do que Brahimi, nem por isso a equipa forasteira conseguiu muitas ameaças a Miguel Silva até ao intervalo.
Aliás, o facto de, a meio da primeira parte Conceição ter colocado a aquecer vários jogadores era exemplificativo da insatisfação do técnico, que queria muito maior intensidade nos movimentos ofensivos, à procura de uma vitória que igualaria o recorde de pontos numa edição - pertence ao Benfica de 2015/2016.

Era preciso mais para aguçar a segunda parte, depois de uma primeira onde o maior espetáculo (com exageros à mistura) esteve na bancada.
Marcano tinha a cabeça
E assim foi. Na mesma fórmula da Luz e dos Barreiros, o FC Porto deixou para o segundo tempo a versão de intensidade máxima, que dessas vezes deixou os adversários em apuros e que resultou, no fim, na conquista dos três pontos.
Conceição chamou Soares a jogo, tirou Paciência e deu mais sinais de querer ganhar, numa altura em que a equipa já pressionava em cima a saída de bola do adversário, que cada vez conseguia sair menos, fruto da inoperância de um Raphinha desta vez mais apagado do que o normal, numa época em que foi o melhor da equipa.

Para consolidar a tendência, Jubal cometeu uma falta desnecessária, Alex Telles cobrou e Marcano saltou mais alto para fazer o golo. Dava vitória, dava colorido e dava recorde. E tudo isso o FC Porto conseguiu.
Mesmo querendo, o Vitória não conseguiu incomodar os dois guarda-redes portistas e a vitória ficou no bolso de Conceição, que conseguiu o que pretendia.