Quando duas equipas encontram-se em momentos menos bons, os detalhes costumam fazer a diferença. E quando há Fábio Martins... O Famalicão foi até Tondela bater os locais (0x1) graças a um grande remate do português, num momento de inspiração individual que distingue os génios dos restantes.
Com uma exibição não muito exuberante, os minhotos venceram e subiram ao quinto lugar, que dá acesso à Liga Europa. Já o Tondela vê-se próximo dos lugares de descida e vai receber o líder do campeonato na próxima jornada.
Jogo de tendências
Duas equipas em sequências negativas e obrigadas a pontuar para não perder o comboio das respetivas lutas. Os beirões arrancavam para a partida três pontos acima da linha d'água, enquanto o Famalicão sabia que podia subir a um lugar europeu com uma vitória, beneficiando da derrota do Rio Ave. Motivação para ambas as partes, o tónico perfeito para uma partida interessante em Tondela.
Equipas titulares com algumas novidades, umas por indisponibilidade (destaque para a ausência de Cláudio Ramos, 103 jogos depois), outras por opção, mas a mesma identidade dos dois lados. Os visitantes em posse e com vontade de dominar a posse da bola e os da casa na expectativa e à espera do erro para responder com a velocidade de Jonathan Toro e Richard Alexandre.
Logo a abrir o jogo, foi graças à uma destas situações que os homens podiam ter inaugurado o marcador. Um erro de Coly deu origem a uma transição afastada para canto e, na execução deste, Ronan ficou a centímetros do primeiro. O perigo alertou o Fama, que respondeu dois minutos depois através de Toni Martínez.

A estratégia de Natxo ia resultando, com adversário a demonstrar dificuldades em encontrar o caminho da baliza. A procura do erro do adversário voltou a ter resultados práticos e só não deu golo porque Ronan complicou na cara de Vaná, na melhor oportunidade dos primeiros 45 minutos. Os famalicenses pareciam mais tranquilos no jogo, ainda que com pouca baliza, mas havia a sensação que um simples erro podia mudar a história do jogo. Diogo Gonçalves ainda testou o guardião com um livre direto, mas o nulo não se alterou até ao descanso.
Três sustos para acordar
O retomar da partida trouxe 10 minutos de um Tondela em grande nível. Foram três grandes oportunidades em curto espaço de tempo, que podiam, muito bem, ter resultado numa vantagem caseira. Mas quem não marca, arrisca-se a sofrer, ainda para mais quando o adversário tem jogadores como Fábio Martins.
Deram-lhe espaço e ele só teve de apontar. Remate perfeito em arco, sem hipótese para Niasse e, na primeira vez que chegaram com critério ao ataque na segunda parte, os homens de João Pedro Sousa adiantaram-se no marcador.

Natxo, com a sua equipa em vantagem numérica, viu-se obrigado a arriscar. Strkalj rendeu o desgastado Toro, um dos mais inconformados dos beirões e a equipa passou a jogar com dois avançados na frente. Só que faltou critério e melhor definição. Já perto do fim, ainda houve muita agitação na área do Fama e várias oportunidades para resgatar um ponto, que ia sendo afastada constantemente até ao apito de Soares Dias.