Não é uma máxima para levar a peito, nem na sitcom que a origina nem na vida real, mas hoje foi assim que aconteceu para o FC Porto, eliminado do Mundial de Clubes sem qualquer vitória na fase de grupos. Os egípcios do Al-Ahly também vão para casa.
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Nem é um desfecho surpreendente, dado tudo aquilo que sabíamos à entrada para esta jogo, mas não deixa de ser duro. Os azuis e brancos nunca estiveram a vencer, mesmo quando os outros resultados lhe favoreciam, e a infeliz exibição terá certamente levado alguns adeptos a lamentar o facto de terem perdido sono (ou festas de São João) para assistir ao jogo.
Claro que há um outro lado da moeda, já que um 4-4 carregado em oportunidades e golaços é um tipo de espetáculo muito fácil de apreciar para o espetador neutro, pelo que talvez valha a pena ver o que a vida traz para lá das duas da manhã. Para os portistas é, ainda assim, uma madrugada de frustração.
Foram novidades, não milagres...
A entrada de Stephen Eustáquio, Danny Namaso e William Gomes no onze mostrou uma intenção de transformar este FC Porto numa equipa mais funcional. Essa intenção ficou ainda mais clara quando o jogo começou e o canadiano surgiu na sua posição mais natural de médio, num primeiro afastamento de Anselmi do seu habitual 3-4-3 em detrimento de uma declarada defesa a quatro.
Talvez promissor, mas de pouco adianta mexer a disposição das peças no xadrez quando a natureza do jogo continua a não ser compreendida... Os dragões não entraram bem, acumularam um número irrazoável de perdas de bola não forçadas e raramente tiveram o controlo do jogo, gerando, assim, dois momentos distintos de desvantagem no marcador logo na primeira parte.

Entre esses dois golos houve o melhor momento dos azuis e brancos, com evidente destaque para os mais jovens. William Gomes mostrou velocidade e irreverência suficiente para resolver sozinho alguns problemas e somou remates perigosos (um deles à trave). Rodrigo Mora, mais ambientado à titularidade, fez melhor: um bom golo, então do empate, ao entrar de rompante na área e contornar o guarda-redes.
Os bons golos deram maus desfechos
Só os mais otimistas fãs deste Mundial de Clubes poderiam imaginar o que aconteceu no arranque da segunda parte deste jogo. O FC Porto marcou para empatar o jogo, depois sofreu novo golo e de seguida marcou para empatar novamente! Tudo no espaço de três alucinantes minutos.

Embora belo de testemunhar, esse trio de momentos serviu de pouco ao FC Porto, que dez minutos depois voltaria a encontrar-se em desvantagem. Golaço de fora da área do internacional tunisino Ali Ben Romdhane, a voltar a colocar o Al-Ahly na frente. A equipa portuguesa acabaria por nunca estar por cima.
Essa nova vantagem renovou o desespero azul e branco e partiu o jogo por completo. Os egípcios aperceberam-se disso e tentaram aproveitar para ampliar o marcador ainda mais, mas tudo o que conseguiram até ao final foi um festival de desperdício. Os dragões também (Samu o maior pecador), mas Pepê surpreendeu com mais um grande golo na partida e levou o marcador a um empate que não satisfez ninguém.
Tantos golos, mas nem um sorriso a seguir ao apito final. Foi o fim da linha para ambas as equipas no Mundial de Clubes.