Juntem-se os defeitos e as virtudes

Sem oscilar o rendimento e sem escolher os seus momentos favoritos do jogo, como antes acontecia tanto e agora é cada vez mais raro. Edwards foi o melhor em campo, não só por ter feito um golo e assistido outro, mas também pela forma como combinou como ofereceu soluções aos colegas e pelo número de recuperações de bola que somou em terrenos adiantados. Repare que estão aqui alguns positivos que, em tempos, lhe foram apontados como fraquezas.

«Como é que se aumenta a dificuldade?» Terá sido esta, possivelmente, a pergunta de Pedro Gonçalves ao intervalo. Se no último jogo oficial fez história no Emirates contra um meio-campo de classe mundial, esta noite teve todo o tempo e espaço para jogar como quis (e como nem sempre acontece quando joga no miolo). Assistiu o primeiro golo de bola parada e, com a bola corrida, conseguiu sempre encontrar o trio da frente com passes verticais.

Não foi genial, longe disso. Nem sequer foi exemplar na forma como abordou o jogo e alguns dos lances em que esteve envolvido. Foi, ainda assim, refrescante ver Arthur Gomes a atuar os 90 minutos como ala direito, posição em que só tinha atuado uma vez esta temporada (jogou mais vezes na esquerda e no trio da frente). Alguns deslizes na decisão, mas a disponibilidade física e confiança no drible foram armas que simplesmente não estão ao alcance de Esgaio, por exemplo. Na defesa, somou dois cortes importantes.

Mais um nome que chega a esta lista por ser um dos melhores em campo, mesmo que a exibição tenha estado longe da perfeição. Foi importantíssimo na forma como desbloqueou o marcador ao marcar pela terceira jornada consecutiva, mais tarde fez tudo bem na jogada em que assiste Edwards depois de um erro de Sagna, mas voltou a pecar na finalização. Como tinha um adversário acessível pela frente bastou mostrar os dentes, mas noutros dias será preciso mais...

Em tempos foi um dos elementos mais fiáveis desta equipa, mas hoje, com Nanu e Calila no plantel, a falta de minutos sente-se nas vezes em que de facto joga. Jogou 90 minutos, mas terminou o jogo com tantas perdas de bola como passes (13) e, entre a alargada compilação de erros do Santa Clara, conseguiu cometer o pior. Aquilo que fez no lance do terceiro golo não tem explicação...

... que não houve nenhum golo em que tivesse responsabilidade direta! A exibição de Gabriel Batista foi precisamente aquilo que um adepto não quer ver no seu guarda-redes. Sim, ainda fez algumas defesas (poucas), mas foi a personificação da insegurança quando teve a bola no pé e mesmo assim continuou a insistir em tê-la durante períodos prolongados. Passes curtos falhados e até chegou a rematar contra um colega em zona proibida.