Após a surpreendente eliminação de Portugal aos pés do Cazaquistão (1-2), Jorge Braz reconheceu o mérito da formação cazaque na passagem à próxima fase do Mundial, ressalvando, ainda assim, a postura respeitável da equipa das Quinas.
Apesar disso, o selecionador nacional admitiu estar de rastos com a saída de cena da maior prova de seleções do mundo.
Análise ao jogo e a eliminação: «O que me vai aqui dentro com toda a honestidade é um orgulho brutal no trabalho que tem sido feito e no percurso que não queríamos que terminasse hoje, no que foi o trabalho e o empenho de todo o staff. Foram muitos dias juntos a preparar algo muito especial para todos nós.
Acima de tudo, estes 14, com o Bernardo e o Pauleta, continuam a ser fantásticos, continuam a ser exemplos do que é ser desportista e do que é ser uma equipa. Tenho um orgulho muito grande no futsal português, na seleção nacional pelo que eles têm feito. Não é por hoje ser um dia muito duro... é um orgulho muito grande e tudo tem sido feito. Não me sinto feliz com o produto, sinto-me de rastos, mas sinto-me muito orgulhoso com o processo. Nisso temos todos que continuar a olhar e a trabalhar»
«Os meus parabéns muito honestos ao Cazaquistão e ao Kaká, que tenham sorte nas próximas etapas. Souberam lutar muito bem, competiram muito bem e equilibraram o jogo contra nós, que tivemos mais momentos de Portugal do que Cazaquistão, mas isso agora não interessa, vale o que vale.»
Erick Mendonça em discurso direto
«Não ficou a faltar nada. Acima de tudo, saímos com o sentimento de que fizemos tudo ao nosso alcance para sair com a vitória. É um dissabor, porque acho que fomos a melhor equipa. Parabéns ao Cazaquistão, pois quando ganham desta maneira, com a resiliência e capacidade de sofrer que tiveram, são justos vencedores. Mas, na minha forma de ver o jogo, acho que estivemos muito por cima e podíamos ter feito mais golos. Não fizemos e, nesse sentido, parabéns ao Cazaquistão.
Não precisamos deste jogo, e muito menos deste Campeonato do Mundo, para saber que há orgulho e que o futuro está garantido. Já está garantido há muito tempo. O orgulho é total em todos e basta ver a forma como o Lúcio, o Kutchy e o André Correia se comportam aqui e a personalidade com que encaram estes jogos.
Temos aqui campeões do Mundo como o Zicky e o Tomás Paçó, mas que estão no seu segundo Mundial, com a idade que têm. O sentimento só pode ser de orgulho. Caímos nos oitavos de final, como poderíamos ter ido até ao fim. O orgulho não ia ser nem mais, nem menos. Somos uma grande equipa, das melhores do mundo, e esta derrota não abala em nada o nosso sentimento de orgulho»
Tiago Brito em discurso direto
«É um sentimento horrível. Nem sempre, no desporto, quem cria mais ou quem tem mais volume de ataque, ganha e hoje foi prova disso. No cômputo geral, acho que fizemos um bom jogo, assumimos o jogo, finalizámos mais, não cedemos tantas oportunidades ao Cazaquistão.
Mas o que conta são os golos e, nisso, o Cazaquistão foi mais competente que nós. Resta-me dar-lhes os parabéns. Poucas palavras há a dizer do que se passou hoje, porque não foi falta de qualidade de jogo nem falta de situações. Acho que, mais uma vez, no momento da finalização, não fomos competentes e é um dos parâmetros mais importantes do futsal.
O percurso desta Seleção não termina aqui. É um percurso que já vem de há alguns anos e vai continuar o seu caminho. Estamos tristes e desapontados, porque não trabalhámos para sair daqui neste lugar da classificação, mas honrámos muito a camisola e os portugueses. Demos sempre tudo em campo, todos os jogos»