Na antevisão ao duelo frente ao Boavista, João Pereira, treinador do Sporting, mostrou-se confiante com o trabalho desenvolvido e assegurou que a equipa vai conseguir contornar a difícil situação. O treinador de 40 referiu, ainda, que se recebesse a proposta de Frederico Varandas novamente, sabendo da realidade atual, voltaria a aceitá-la.
Ponto de viragem frente ao Boavista?: «Já falamos desse momento de viragem há algum tempo. Em todos os jogos entrámos para ganhar e fazemos o melhor possível. É o que vai acontecer contra o Boavista. Mostrar que temos vontade de ganhar, demonstrarmos que queremos os três pontos, e acreditar que há coisas, com o destino a pregar-nos algumas partidas, que não vão voltar a acontecer.»
Arrependimento de ter aceite a proposta de Frederico Varandas?: «Eu não falo em coisas hipotéticas. Isso para mim não funciona. Têm de ser coisas clara. E o que é claro é ganhar amanhã frente ao Boavista. Sabemos que a vitória é o que dá segurança aos treinadores. Não há maneira de esconder. Sobre a chamada de Varandas, claro que atenderia novamente. Como não atender? Atendia porque não sabia o que era. Voltava a fazer e a dizer que sim. Disse que queria e estava preparado. Continuo a achar o mesmo.»
Competência para dar a volta: «Acredito no trabalho da equipa técnica, bem como no trabalho dos jogadores e de toda a estrutura. Sinto que estamos todos no mesmo barco e a remar para o mesmo lado. Quando é assim, ficamos mais perto da vitória. Os resultados não têm aparecido, mas às vezes a competência não se vê apenas nos resultados. A competência vê-se em muitas outras coisas. É sinal que o presidente e a direção viram competências em mim. Sei que eu e a minha técnica somos competentes. Isso leva-nos a acreditar que vamos dar a volta.»
Alterações táticas e os problemas consequentes: «Quem analisa bem os jogos e quem consegue ver, há uma situação que origina estes problemas. O Sporting normalmente chegava aos últimos 30 minutos em vantagem. Os adversários, ao tentarem chegar ao empate, abriam muito mais espaços. Se virmos o 5x4x1 do Santa Clara, não há qualquer profundidade. Temos de chegar lá de outra forma. A verdade é que não temos chegado aos últimos 30/25 minutos em vantagem, o que leva as equipas a baixarem para defender o resultado. A profundidade deixa de existir.»
Saída de Rúben Amorim ainda no pensamento?: «Eu acho que que os jogadores já passaram o luto. Indo ao jogo anterior, entrámos muito bem. O Club Brugge só tocou na bola no pontapé de saída. Controlámos o jogo, fizemos golo numa boa jogada. Nos 15 minutos a seguir, antes do empate, existiu um controlo absoluto do jogo. De repente, o adversário fez um cruzamento, que nem à baliza ia, e a bola acaba por tocar num jogador nosso e trair o nosso guarda-redes. Isto não são desculpas, mas parece que tudo nos acontece. Sentem isso, mas logo na jogada a seguir reagiram. Os jogadores querem muito ganhar, voltar às boas exibições. Há pouca coisa que lhes posso pedir mais.»
As constantes conversas com Varandas e a acrescida frustração: «Não existe ninguém que esteja mais frustrado de ganhar do que eu, a direção, os jogadores, a estrutura... queremos muito ganhar. Por exemplo, eu como treinador, se ganhar menos, no futuro terei menos clubes para treinar. Os jogadores, se não ganharem, se calhar no futuro já não vão para os Manchesteres Citys. O mercado reduz para toda a gente. Ninguém quer ganhar mais do que nós. Aceito as críticas e a frustração. É normal. Quando era adepto também o ficava. Temos de lidar com isso. Somos profissionais e é esta a nossa profissão. Com o presidente falamos todos os dias. Falamos de futebol, família... Sobre tudo.»
A falta que Pote e Nuno Santos fazem: «Não gosto de falar dos jogadores que estão fora e lesionados, porque lembro do que disse antes do jogo frente ao Club Brugge. O azar de uns é a oportunidade dos outros. Agora, se me perguntarem diretamente, se ele e o Nuno Santos fazem falta... se formos ver nas últimas três ou quatros épocas, no mínimo podem dar 15 assistências e 25 golos. Isso é um peso enorme numa equipa de futebol. Temos outros jogadores, é a oportunidade deles. Eles têm de aproveitar.»
Lugar à disposição?: «Continuo, porque tenho confiança na vitória. Não sei o que vai acontecer. O que me me traz aqui não é o dinheiro. Não é o dinheiro que me move. Estou aqui porque gosto, porque quero ganhar títulos. Estou aqui porque amo a minha profissão.»