A despedida do ainda detentor do título da Liga das Nações fez-se com o resultado desejado, a vitória, diante de uma Croácia que conseguiu à justa a manutenção na Liga A. Sem grande brilho, a noite no péssimo relvado de Split mostrou uma partida em que erros defensivos - e um erro de arbitragem favorável a Portugal - saltaram mais à vista do que a valia dos avançados.
Rúben Dias bisou no encontro, apontando os primeiros golos com a camisola das quinas, João Félix marcou também e o bis de Kovacic serviu apenas para segurar a Croácia no primeiro nível da prova, por via dos golos marcados. Os croatas jogaram quase todo o segundo tempo com menos um homem e também por isso a vitória lusa se justifica.
A equipa de Fernando Santos despede-se desta edição da Liga das Nações com 13 pontos, menos três do que a seleção francesa, representante deste grupo 3 na fase final. A Croácia mantém-se na Liga A, embora com os mesmos três pontos que a Suécia.
Primeiro a eficácia...
Fernando Santos tinha prometido alterações no onze, para este jogo que já de valia para Portugal a nível competitivo, e foram cinco as mudanças na equipa inicial em comparação com a derrota frente à seleção francesa. Mário Rui rendeu o lesionado Raphael Guerreiro na defesa, Rúben Semedo assumiu o lugar de Fonte, Nélson Semedo o de Cancelo, Moutinho o de William Carvalho e Diogo Jota o de Bernardo Silva.

A equipa portuguesa passou uma maior percentagem do primeiro tempo na grande área adversária e procurava aproveitar as debilidades defensivas da seleção croata - com uma defesa muito remendada - lançando bolas pingadas para a grande área ou criando algum perigo em pontapés de canto.
Sem efeitos concretos, houve uma ameaça de Ronaldo após cruzamento excelente de Mário Rui, um remate forte de Danilo para defesa difícil de Livakovic, um remate fraco de Félix para defesa fácil e mais umas quantas ligeiras ocasiões, por algumas vezes com passes longos de Bruno Fernandes na origem, mas também com influência ofensiva dos laterais Mário Rui e Nélson Semedo.
Os croatas, com um esquema com muita fluidez no ataque, tinham menos ocasiões claras, mas quando se aproximavam da baliza de Rui Patrício ficavam perto do golo... e num desses poucos lances chegou mesmo o único golo do primeiro tempo. Rúben Semedo falhou num corte, colocando a bola nos pés de Pasalic, que entregou a um demasiado livre Kovacic, que à segunda tentativa conseguiu bater Patrício e apontar o golo que acabaria por levar a Croácia para o intervalo em vantagem.
...depois as falhas graves
O segundo tempo trouxe um agitador Francisco Trincão, por troca com Bruno Fernandes, e logo nos primeiros minutos trouxe ainda uma expulsão do lado croata que abriu as portas à reviravolta: Marko Rog, uma das novidades no onze, carregou sobre Cristiano Ronaldo e viu o segundo amarelo, deixando a equipa lusa em vantagem numérica para o resto da partida.
O aproveitamento da situação foi célere: logo no livre que se seguiu, Ronaldo bateu para defesa de Livakovic, a bola sobrou para Rúben Semedo e foi para os pés de Rúben Dias, que apontava o seu primeiro golo pela seleção.

Pouco depois, Diogo Jota deu um toque com o braço que o árbitro não viu e entregou a partir da esquerda a João Félix, que atirou para consumar a reviravolta em Split.
Com onze contra dez, Portugal parecia ter tudo para continuar a ampliar a vantagem, mas ainda permitiu um susto: remate a alguma distância de Kovacic, a dar o bis ao médio e o empate à Croácia, que deixaria fugir a oportunidade de pontuar em mais um erro crasso, para não variar.
Na sequência de um canto, Livakovic embatou num adversário e deixou a bola cair para a finalização de Rúben Dias, que bisava também e selava a despedida tímida mas triunfante da equipa de Fernando Santos.