Um (grande) passo em falso na pior altura. A uma semana de visitar o Estádio da Luz, o FC Porto deixou três pontos pelo caminho na receção ao Arouca. A derrota por 1x2 permitiu ao Benfica alargar para seis os pontos de vantagem e ainda falta entrar em cena o líder Sporting...
Arouca chegou bem cedo ao jogo
Prova de que nem todos os relógios batem ao mesmo compasso foram os primeiros segundos de jogo no Dragão. José Ángel – e toda estrutura defensiva do FC Porto – ainda estavam à espera do apito inicial quando Walter González deu vantagem ao Arouca. Bola nas costas do lateral espanhol, cruzamento de Zéquinha e o avançado paraguaio, quase sem saber como, bateu Casillas. Tempo de jogo? 15 segundos.
Mesmo depois de sofrer o empate, aos 14 minutos, o Arouca cheirou nova graça em dois momentos – os dois melhores momentos no primeiro tempo; aos 20' e aos 40', Casillas, ora perante Nuno Coelho, ora perante Mateus, salvaguardou os interesses azuis e brancos. Sem Marcano e sem Maxi Pereira, a estabilidade do setor defensivo abanou, e de que maneira.
Arouca, a vítima preferida de Aboubakar
Atordoado por um desfasamento fatal na entrada em jogo, o FC Porto fez-se à vida. Nem sempre brilhante, nem sempre sóbrio, mas lá foi conseguindo compensar ofensivamente o que ia faltando lá atrás. Aos oito minutos, Danilo disparou de meia distância mas falhou, por pouco, o enquadramento.
Aos 14', o golo. Bracalli ainda defendeu a primeira tentativa de Aboubakar, mas na sequência do canto teve mesmo de dar o braço a torcer. O camaronês empatou de cabeça e provou que é ao Arouca que mais gosta de marcar. Quarto jogo, quarto golo. Estava interessante o filme da noite, sobretudo porque o Arouca quis jogar e o FC Porto deixou.
Dragão assobiou, e muito!
Momento "não" do encontro. Antes do curto-circuito total, a história podia ter sido outra. Porque Brahimi marcou, aos 63 minutos, no ilusório 2x1 para o FC Porto. O auxiliar de Rui Costa levantou a bandeira e anulou o golo por alegado fora-de-jogo. Errado. E o jogo fica manchado por isso.
Mas é nesta altura que se deixa de falar do FC Porto e se tira o chapéu a este Arouca. Independentemente da noite «negra» dos da casa, a forma como os comandados de Lito Vidigal encararam a partida é uma lufada de ar fresco. Sofreram, pois claro, em momentos mais intensos do FC Porto, mas nunca, em momento algum, se esqueceram que o Dragão tem duas balizas. E Walter, o menino de 20 anos, mostrou que sabe muito bem como tirar o máximo proveito de uma baliza.