Grande noite de Taça no Dragão, esta terça-feira. O FC Porto fez o «check-in» para os quartos de final da prova rainha do futebol português, ao bater o Moreirense por 4x3. Mas a equipa de Ivo Vieira vendeu cara a eliminação, espreitando a surpresa entre o desperdício azul e branco.
A graça cónega e a reação portista
Numa primeira parte com vários pontos de interesse, a equipa de Ivo Vieira soube aproveitar as poucas veleidades que os dragões consentiram. Logo aos oito minutos, David Texeira apareceu solto na pequena área e só teve de encostar, após cruzamento de Heriberto. Um contra-ataque tirado dos livros de futebol que serviu, sobretudo, para acordar o FC Porto.
E a reviravolta não tardou a chegar. Minuto 16, Hernâni lançou Adrian López na esquerda, o espanhol devolveu a gentileza e o extremo português fuzilou Trigueira com um remate potente ao ângulo superior direito da baliza do Moreirense. Bastaram oito minutos ao atual líder do campeonato para voltar a ver o Jamor pelos «quartos».
O desperdício azul deu em castigo
Mas o abundante desperdício azul e branco acabou em castigo em cima do intervalo, quando Iago "inventou" um cabeceamento sensacional que apanhou Fabiano desprevenido. O Moreirense, de mansinho, restabelecia o empate, numa exibição de coragem mas sobretudo de tremenda eficácia nos poucos momentos ofensivos.
Por fim, Marega
Com a eliminatória em aberto, os segundos 45 minutos mantiveram os pontos de interesse e ganharam em intensidade física. Aos 49 minutos, Danilo ficou a reclamar grande penalidade, mas Carlos Xistra não atendeu ao pedido do internacional português; ficou, no entanto, a ideia de ter havido falta de Loum. O FC Porto quis voltar rapidamente à soberania, mas Marega tardou em concedê-la.
O internacional maliano testou os nervos dos (poucos) adeptos portistas presentes no Dragão até ao ato da libertação. Aos 58 minutos, e depois de uma arrancada em velocidade de cruzeiro de Hernâni, Marega, só com Trigueira pela frente, rematou à figura do guardião cónego; o desperdício parecia persistir, mas o avançado africano acabaria por se redimir pouco depois (66'), quando novamente no um para um com Trigueira não vacilou.
O golo de Marega ditou o caminho, até porque o mesmo protagonista seria o autor do 4x2, aos 88 minutos, com um chapéu artístico a Trigueira. Mas o que dizer da exibição do Moreirense? Personalizada, positiva e corajosa, que não obstante o mérito do triunfo portista talvez tivesse merecido, pelo menos, mais 30 minutos de esperança. Não teve, mas acabou com um golaço de Heriberto que sublinha a qualidade desta equipa.