Num jogo morno que acabou com momentos de incerteza e polémica, o Desportivo de Chaves acabou por sair do estádio do Dragão com um empate (1x1), na primeira jornada do Grupo C da Allianz Cup.
Um jogo “entalado” entre o interregno para as seleções e o arranque da Liga dos Campeões não deixava grande margem para uma noite de caviar futebolístico no Dragão; e a ementa mais “pobre” confirmou-se, com um FC Porto quase sempre em “dieta” para atacar a sobremesa milionária em Gelsenkirchen e um Desportivo de Chaves restringido às limitações naturais de um futebol pouco temperado.
Por isso não foi de estranhar que Vaná e António Filipe tivessem passado a noite com poucos (di)sabores. O FC Porto foi, naturalmente, quem mais procurou “molhar a sopa”, mas faltou-lhe quase sempre a fome necessária, também porque Sérgio Conceição mudou alguns dos ingredientes habituais que fazem toda a diferença na receita final – Brahimi, Sérgio Oliveira, Aboubakar e Maxi começaram de fora, e só com a entrada do argelino já na segunda parte o jogo ganhou outro aroma.
Neste contexto, em que Adrián López fez dupla com Marega na frente, acabou por ser um central a dar os primeiros “cheirinhos” de perigo na noite da Invicta; Felipe (3’ e 12’) tentou bater António Filipe em dose dupla, mas nada que pudesse provocar uma indigestão ao guarda-redes dos flavienses. Num jogo de cozedura lenta, o melhor que a primeira parte foi capaz de servir foi uma bela jogada de Corona sobre Brigues, que acabou na cabeça de Herrera; o remate, esse, saiu ao lado.
«Chefe» Brahimi mexeu com o prato
Já aqui se disse que a entrada do extremo argelino mudou o apetite do dragão, que atacou sobretudo com mais sede nos últimos 20 minutos. Brahimi mexeu com o jogo à sua maneira e arrastou a equipa, que chegou ao golo (74 minutos) instantes depois da saída de Adrián López por troca com Hernâni. O FC Porto abdicou da fórmula com dois avançados e foi depois de uma insistência de Brahimi que o recém-entrado Hernâni desbloqueou o nulo, com um remate à queima-roupa que António Filipe não conseguiu travar.
A vantagem justa dos dragões não se discutia, até porque do lado dos comandados de Daniel Ramos pouco se via de atrevimento ofensivo. Perdigão teve um vislumbre promissor da baliza de Vaná aos 64 minutos, mas acabou intercetado por um corte providencial do estreante João Pedro, que ouviu a primeira grande ovação da plateia azul e branca pelo excelente trabalho de recuperação.
Chaves «encheu o papo» com pouco
Mas no pano portista acabou por cair uma nódoa inesperada, quando já pouco sobrava no prato deste jogo. Numa das raríssimas aproximações do Desportivo de Chaves à baliza de Vaná, Stephen Eustáquio teve olho para a desmarcação e encostou para o empate (83’), num golo que teve o tempero de um corte sensacional de Marcão no início da jogada, na área flaviense. Surpreendente, por certo, o empate acabou por castigar um FC Porto que só quis encher a barriga tarde de mais.
Para os minutos finais ficaram reservadas as polémicas. Aos 88 minutos, Aboubakar foi derrubado na área transmontana, mas não houve direito a castigo máximo. E já em período de compensação viveram-se segundos de incerteza, quando Vítor Ferreira começou por validar um golo de Aboubakar; apressaram-se os protestos de António Filipe e companhia, por mão do camaronês, decisão que acabaria por imperar após correção da equipa de arbitragem.