Numa maratona, o início negativo ou positivo não é essencial para o resultado final e num campeonato a 34 jornadas é igual. O FC Porto arrancou em falso e perdeu por 2x1 frente ao Gil Vicente, uma derrota que, certamente, não vai beliscar em nada os objetivos dos portistas, mas que deixa preocupações. E deixa preocupações porque, para além da perda de três pontos, os azuis e brancos deixaram uma péssima imagem em Barcelos.
Com poucas soluções, com um futebol repetitivo, o FC Porto caiu perante um Gil Vicente que mostrou estar pronto para o desafio da Liga NOS e mostrou que tem qualidade para esse mesmo desafio.
Sérgio Conceição causou alguma surpresa ao não colocar Danilo e Marega no 11, mas as suas opções (Bruno Costa e Zé Luís) acabaram por não corresponder. Quando procurou mexer, tudo lhe saiu mal e a derrota acaba por penalizar a falta de soluções diferentes do plantel e não se percebeu o porquê de um jogador como Nakajima não ter tido oportunidade nesta partida...
Boas indicações gilistas e um dragão previsível
Por seu lado, o FC Porto tinha uma ideia muito clara da forma como queria causar perigo. Com Corona bem aberto na direita e com Otávio como falso extremo esquerdo, o plano era colocar muita gente na direita e depois lançar Alex Telles na esquerda com uma bola longa, normalmente através de um passe de Sérgio Oliveira. Foi dessa forma que surgiu a primeira oportunidade, com Zé Luís a atirar ao lado de cabeça, após um cruzamento de Otávio na esquerda.
A equipa de Sérgio Conceição foi assumindo o controlo do jogo, ainda que tivessem sido escassas as oportunidades de golo. Corona foi a exceção, mas o remate do mexicano saiu ao lado, após mais uma jogada pela esquerda. Apesar de estar a ser mais dominado na fase intermédia do primeiro tempo, o Gil mostrava que tem jogadores capazes de sair rápido e bem para o ataque, com especial destaque para Lourency, que perto da meia hora sacou a falta que iria permitir a Marchesín brilhar a alto nível. O argentino negou o golo a Sandro Lima e a Rodrigão com duas defesas monumentais.
Esse lance inspirou o Gil Vicente para uma boa reta final de primeira parte que quase era estragada por uma grande penalidade assinalada e depois (bem) anulada por Nuno Almeida.
Conceição tinha de mexer, mas nada saiu bem
E Sérgio Conceição tinha mesmo de mexer. A equipa estava com tão pouca inspiração que era irritante para os adeptos azuis e brancos ver os constantes passes falhados de jogadores como Otávio, Bruno Costa ou Sérgio Oliveira. A saída de Soares era esperada e entrou Marega, mas a saída de Corona para a entrada de Díaz causou alguma estranheza, já que a equipa continuou a ter os mesmos problemas. O problema para o FC Porto é que a entrada de Marega resultou no golo...do adversário.
O maliano perdeu uma bola quando a equipa estava desequilibrada, não pressionou João Afonso e permitiu um contra-ataque letal ao Gil. Tão letal que resultou no golo de Lourency (o melhor em campo de longe). Os dragões chegaram ao empate logo depois de grande penalidade, mas esta estreia estava destinada a correr mal. Mais uma boa jogada rápida do Gil Vicente, Lourency remata e encontra Kraev (outra boa exibição) sozinho na área para fazer o 2x1. Conceição ainda colocou Fábio Silva para o tudo por tudo, mas nem uma oportunidade foi criada...
Perder na estreia é mau. Não ganhar perante uma equipa que na temporada passada estava no Campeonato de Portugal e que contratou mais de 20 jogadores é ainda pior, mas a exibição do FC Porto acaba por ser o pior sinal que a equipa de Conceição podia deixar neste início de campeonato.