O Benfica tinha vencido e passava a palavra ao FC Porto. O dragão tinha talvez o jogo mais difícil do que faltava jogar até ao final da Liga NOS, mas não tinha margem para errar. Os portistas deram um passo em falso e voltaram a trazer os fantasmas do jogo com o V. Setúbal. A equipa voltou a tremer e do banco também não houve o sinal que a equipa precisava.
Nuno Espírito Santo tomou quase sempre a decisão com menos risco e perdeu o duelo para Jorge Simão. O treinador dos minhotos não teve problemas em jogar com dois trincos assumidos e não entrou em pânico quando viu a equipa recuar na segunda parte.
Entrada tão má só podia dar em desvantagem
A reação portista vinha dos pés e da magia de Brahimi, só que sozinho era complicado criar perigo. Soares teve 45 minutos para esquecer e entre maus domínios e falhas de posicionamento ainda conseguiu falhar um remate em situação muito favorável. André Silva ia-se recusando a ser o extremo direito e entregava a Maxi Pereira as responsabilidades de fazer o flanco. O FC Porto melhorava com André Silva ao lado de Soares, mas faltava qualquer coisa e essa qualquer coisa era Óliver Torres. O espanhol está diretamente ligado ao jogo ofensivo da equipa de NES e quando ele está uns furos a baixo o conjunto tem problemas.
É claro que para essas dificuldades de Óliver muito contribuiu a boa primeira parte de Battaglia e especialmente de Gamboa. Óliver ainda cometeu uma grande penalidade desnecessária, mas Pedro Santos não conseguiu levar o Braga a vencer por 2x0 para o intervalo.
Emendou a mão, mas faltou coragem para mais
Jorge Simão não se mostrava preocupado com o facto da sua equipa estar cada vez mais recuada. As oportunidades não eram muitas e a tripla de meio-campo dos minhotos ai conseguindo equilibrar as coisas no centro. O FC Porto ia contrariando as dificuldades no meio com o explorar do flanco, como se deve fazer quando se tem dois extremos e dois avançados.
Foi uma bola parada que trouxe o empate e empolgou o FC Porto para uma última meia-hora de domínio intenso, mas nervoso. Tinha a palavra Nuno Espírito Santo. O treinador foi ao banco lançar Herrera e Otávio para os minutos finais. Os adeptos esperavam risco. Esperavam a saída de um defesa, mas o certo é que saiu Brahimi e André André. Risco zero para o dragão...
Protestou-se mais do que se atacou e o FC Porto saiu de Braga com um empate e os adeptos com uma pergunta legítima: Como é que esta equipa treme tanto nos momentos chave? O Benfica vai ter um dérbi mais calmo do que certamente esperava.