Oportunidades claras: três (duas para FC Porto e uma para Sporting). Intensidade: máxima. Sensação de desilusão: generalizada. Esperava-se mais do primeiro clássico de 2019 e de duas equipas que jogam manifestamente bem. O campeão nem teve de sofrer muito para sair de Alvalade sem a derrota (0x0) e com cinco pontos de vantagem para o 2º classificado, o Benfica (equipa que ganhou pontos a todos os da frente).
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Não houve surpresas nas opções de Keizer e de Conceição, mas também temos de admitir que tivemos duas imagens de FC Porto: um em 4x4x2 sem bola e outro em 4x3x3 com bola e com a batuta de Óliver.
Do lado leonino ficou a ideia de que Keizer ficou demasiado acomodado no jogo e que até teve «medo» de assumir a procura do golo na reta final, altura em que os jogadores portistas iam dando sinal de quebra física. São assim oito os pontos que separam o Sporting do topo, sendo que o FC Porto perdeu exatamente esses pontos em toda a primeira volta.
Na zona de conforto

O FC Porto não estava confortável com a bola nos pés enquanto jogou em 4x4x2. A inferioridade do meio-campo compensada com Marega ou com Soares, mas as ações de Coates e de Mathieu no acompanhamento aos avançados anulava isso. Talvez por essa situação, a partir dos 15/20 minutos, a equipa de Sérgio Conceição passou a explorar unicamente a profundidade e Marega.
O Sporting terminou a primeira parte mais perigoso e isso deveu-se a uma simples ação: Bruno Fernandes desceu para ajudar Gudelj na construção e a qualidade de jogo leonino melhorou significativamente. Diaby e Bas Dost tiveram as melhores «oportunidades» mas os dois remates não saíram suficientemente fortes para criar perigo.
A terminar a primeira uma nota de destaque e que teve influência na resto do jogo. A lesão de Maxi Pereira fez entrar Óliver e deu ao FC Porto a possibilidade passar a jogar em 4x3x3, dando ao meio-campo mais capacidade de ter bola, como se viu nos segundos 45 minutos.
O 4x3x3 funcionou mesmo e o Dragão foi melhor

O Sporting passava a ter mais dificuldades em ter bola e com pressão via-se que Gudelj estava com problemas na posição 6. Isso levava a que Bruno Fernandes e Wendel (pouco inspirado) não tivessem bola entre linhas, algo que é essencial para o jogo de Marcel Keizer. Quando esse espaço existia, via-se perigo, como aconteceu aos 62 minutos quando Bruno testou Casillas, com um grande remate de fora da área (algo que Gudelj também fez pouco depois). Destaque ainda para Bas Dost que teve a melhor oportunidade do leão de cabeça, após um cruzamento de Ristovski.
Os últimos 15/20 minutos foram os clássicos «não queremos perder mais do que queremos ganhar». Por isso, o jogo foi-se arrastando sem grandes razões de registo. Algumas entradas mais duras, alguns assobios pela falta de capacidade leonina em ir à procura da importante vitória e um Militão imperial.
Foi demasiada expectativa para um jogo intenso, sim, mas em que ficou claramente o sabor a pouco. Este «fica tudo na mesma» é mau para o Sporting, menos mau para o FC Porto e bom para o Benfica.