Nasceu do outro lado do Atlântico, mas foi em Portugal que explodiu para o futebol. À imagem de nomes como Deco e Pepe, Dyego Sousa chegou à seleção portuguesa mesmo não tendo nascido em território luso. Agora, aos 34 anos, o avançado atua na segunda divisão espanhola, ao serviço do Alcorcón, e recebeu o zerozero para uma entrevista.
Falou-se de passado, presente e futuro, sempre com um elemento bem presente: o golo.
Zerozero: Deixou Portugal em 2021, passou duas temporadas no Almería e agora está, desde o verão, aqui no Alcorcón. Como têm sido estes anos em Espanha? Que balanço faz destas duas temporadas e meia?
Dyego Sousa: Passei muito tempo no futebol português, onde ganhei muita experiência. Gosto de acompanhar e gostava de jogar [o/no campeonato português], mas agora vejo-me bem no futebol espanhol pelas características do jogo aqui. É um pouco diferente, ainda se vê muito o tiki-taka criado pelo Barcelona, mas tenho gostado e adaptei-me bem. No Almería tive a oportunidade de subir de divisão e, no ano seguinte, mesmo jogando pouco, contribui para a permanência da equipa. Agora estou aqui nesta nova casa e todos me receberam bem. Estou muito feliz, queremos alcançar o objetivo da manutenção na 2ª divisão e temos lutado por isso. Temos uma boa equipa e um bom grupo, isso é primordial para que façamos um bom trabalho dentro de campo.
ZZ: O Dyego leva quatro golos em nove jogos até ao momento, sendo que, na temporada passada, não fez nenhum pelo Almería. Sente que este início de temporada foi importante para recuperar confiança e mostrar que está no Alcorcón para mostrar o seu valor?
DS: Sim, sim! Há alguns dias estava a fazer uma reflexão sobre o meu passado e percebi que é comum acontecer ficar um ano sem marcar e depois fazer alguns golos no ano seguinte. No ano passado sei que fui fundamental [para a permanência do Almería], a direção e a equipa técnica tinham total confiança em mim, mesmo sem eu fazer golos. Aqui no Alcorcón tive a felicidade de encontrar um grupo que me ajudou bastante e que tem contribuído para isso. Isto é fruto de um trabalho de grupo, mas também de muito trabalho individual meu. Se me deixasse ir abaixo por ter ficado um ano sem marcar, ia continuar dessa forma. Foquei-me em regressar ao meu nível, em marcar e sinto-me bem. Estou alegre e isso é o mais importante para que as coisas fluam bem dentro de campo.
ZZ: Que explicação encontra para essa inconsistência que teve em certos momentos da sua carreira?
DS: No ano passado- e até nos outros anos em que aconteceu-, foi por causa de lesões. Estive muito tempo lesionado, quando voltei ressenti-me e isso deixou-me em baixo. A partir daí, fui trabalhando e agora tenho controlo, estou mais maduro e tenho mais noção do meu corpo e dos meus limites. O próprio treinador deixa-me à vontade e diz-me "Dyego, sabemos do teu historial de lesões, então estás à vontade connosco. Nós sabemos o quanto tu trabalhas e te dedicas, só te pedimos que nos avises se sentires alguma coisa". Isso tem-me ajudado bastante, se bem que a lesão que tive aqui, no mês passado, aconteceu porque fui cabeça dura e quis dar um sprint quando já tinha sentido algo.
ZZ: Era bom ter a experiência dos 34 anos aos 25...
DS: Sim, é verdade!
ZZ: No plano coletivo, o Alcorcón está na zona de descida. Como é que encaram o resto da temporada? Em que aspetos em concreto podem melhorar?
DS: Eu já disse, dentro do balneário, que já joguei em equipas piores do que esta, mas com jogadores que queriam, que se entregavam, que davam a vida e que sentiam o peso das derrotas. Aqui, quando cheguei, vi que tínhamos muita qualidade, mas que, de vez em quando, relaxávamos. Passei a mensagem que, se déssemos mais dentro de campo, no final toda a gente iria estar contente. Sinto que os meus companheiros me ouvem e que sabem que os quero ajudar.
ZZ: Acaba por ter essa função de dar o exemplo, isto em função da experiência que tem...
DS: Sim, exatamente. E isso acaba por ser bom. Ainda no final do jogo com o Racing Santander, que vencemos, comentei que foi das melhores partidas que disputámos nesta época. Sabemos que vamos perder jogos, mas lutando vamos estar mais perto da vitória.
ZZ: O Dyego tem 34 anos neste momento, sendo que, hoje em dia, é comum ver-se jogadores a jogar até mais perto dos 40. Ainda se sente com capacidade para estar ao mais alto nível durante mais alguns anos? Como é que tem gerido esta fase da sua carreira?

DS: Eu cobro-me e exijo-me muito fora de campo para estar sempre bem dentro de campo. Cheguei a esta idade com uma boa estabilidade financeira e já consegui atingir um bom patamar dentro do futebol, pelo que há dois cenários: isso faz-te parar porque tens a vida estável e já conquistaste algumas coisas dentro do futebol; ou faz- tal como me acontece a mim- com que queiras mais. Tenho condições para isso e para continuar a desfrutar do futebol. Agora jogo com bases que antigamente não tinha. Antes eu era jovem e tinha força, mas não procurava coisas fora do clube para me cuidar. Hoje em dia tenho essa possibilidade e cuido-me bastante. Procuro essa ajuda e as coisas têm reflexos dentro de campo. Eu vejo o Pepe com 40 e tenho a certeza que ele se cuida muito fora de campo.
ZZ: Quando fala dessa situação de procurar coisas fora do clube, a que é que se refere em concreto? Nutricionistas e/ou psicólogos, eventualmente?
DS: Aqui no clube temos um grande acompanhamento. No entanto, há cerca de três anos, tive o meu fisioterapeuta privado. Ele vivia em minha casa e estava 24 horas por dia comigo, agora voltou ao Brasil por problemas particulares. Mas sim, procuro fisioterapeutas à parte, faço uso de câmaras hiperbáricas, comunico com o médico do clube para perceber o que me faz bem... Há muita coisa dentro do clube, mas tudo o que fazes no teu tempo de descanso é fundamental para atingires o que queres. Antes eu até pensava nisto, mas não podia executar. Hoje posso e penso que, se eu quero mais, tenho também de fazer algo mais.
ZZ: Já vai pensando em algo para o pós-carreira? Gostava de se manter ligado a este mundo como dirigente ou treinador, eventualmente?
DS: Não, na verdade não [ainda não pensa]. Tenho muitos amigos que são empresários de futebol e já falaram comigo dessa hipótese. Eu tenho o nível I de treinador, agora vou dar início ao nível II. O primeiro tirei no SC Braga, até fizemos um brincadeira entre nós. O curso durava dois anos, quem desistisse pagava um jantar aos restantes...
ZZ: E quem é que pagou? Agora temos de saber...
DS: Na verdade foi só o Jefferson, o lateral-esquerdo [risos]. Tirei eu, o Paulinho, o Horta, o Ricardo Esgaio, o Jefferson, o Tiago Sá... Fizemos ali um grupinho e motivávamo-nos uns aos outros.
ZZ: Íamos tocar neste assunto mais à frente, mas essa decisão teve alguma influência do treinador Abel Ferreira? Sabemos que ele é um estudioso...
DS: Naquela altura não. O Sindicato foi lá apresentar-nos esta opção e acabámos por avançar em grupo, numa espécie de brincadeira. No entanto, o Abel sempre defendeu esta questão da intelectualidade, dizia que uma pessoa tinha de entender as coisas. Foi alguém importante, sem dúvida.
«Disse que ia chegar à seleção quando estava no Tondela»
ZZ: Antes de irmos a esse capítulo da sua vida, gostava de fazer uma viagem até ao início do seu percurso no futebol. Se dissessem ao Dyego Sousa que estava no Moto Club, com 17 anos, que este iria jogar em bons clubes europeus e que até iria chegar a internacional, acreditava ou era um cenário demasiado otimista?
DS: Aí não, nem sonhava com a Europa. No entanto, saí do Moto Club, fui para o Palmeiras e depois tive a oportunidade de ir um ano para os juniores do Nacional. Aí percebi o que era a Europa e, quando fui mandado embora do Nacional, lembro-me até hoje que, no avião, pensei 'Vou voltar a Portugal e vou ser muito feliz'. Não tinha nada em vista, não tinha clube, não tinha noção de nada. Tive só esta sensação que nunca mais me esqueço. Fui para casa desempregado, voltei ao Moto Club, passei pelo Operário e depois apareceu o Leixões, que me permitiu voltar a Portugal.
ZZ: Não deixa de ser curioso o facto de o Dyego ter escrito uma história bonita no Marítimo, o maior rival do Nacional. Pensou nisso, de certeza...
DS: Sim, claro que sim!

ZZ: E como foi a adaptação a Portugal quando veio para cá sozinho, com 18 anos?
DS: Foi tranquila, correu tudo bem. É por isso que tenho esse carinho tão grande por Portugal. Digo à minha família, aos meus amigos e aos meus colegas em todos os balneários por onde passei: eu sinto-me mais português do que brasileiro. O carinho que sinto em Portugal, a forma como me receberam mesmo quando eu não era ninguém. Nos restaurantes, as senhoras da limpeza... Mesmo quando atingi o nível máximo, no caso a seleção, eu sentia esse carinho genuíno das pessoas. A minha esposa é portuguesa, isso também me cativou e foi fácil perceber que era aqui que queria ficar e viver.
ZZ: Aceitar representar a seleção portuguesa foi também uma forma de retribuir todo o carinho que recebeu? O Pepe, por exemplo, já falou algumas vezes disto...
DS: Sim, sem dúvida! O meu pensamento também foi esse: retribuir com aquilo que eu sei fazer, neste caso dentro de campo, ao serviço da seleção. Nunca me passou pela cabeça trocar a seleção de Portugal pela do Brasil, o meu objetivo sempre foi chegar a Portugal. Lembro-me que uma das primeiras vezes que falei disto [representar a seleção portuguesa]- e falei porque sabia que ia acontecer- foi na segunda divisão, quando estava no Tondela. Muitos riram de mim, diziam que eu tinha potencial, mas que não tinha cabeça para chegar longe. Só acreditaram quando me me viram lá.
ZZ: O Dyego teve um trajeto claramente ascendente. Atingir o topo tem um sabor especial depois deste caminho e desta subida a pulso?
DS: Sim. A minha carreira foi sempre a subir de patamares e todos os clubes foram especiais para o meu progresso. Quando cheguei à seleção passou-me aquele 'filme' na cabeça, pensei no que tinha sido a minha carreira e o que conquistei. Foi mesmo o sentimento de 'Consegui'.
ZZ: Em 2017 chegou ao SC Braga, o clube onde apresentou mais rendimento em termos de golos. Também por isso, podemos dizer que foi o clube que mais o marcou?
DS: Hoje em dia vivo em Braga, a cidade é especial para mim e gosto muito da forma como me recebem quando volto lá. Foi um clube que me quis mesmo quando eu estava com uma suspensão de nove meses, mas a verdade é que, na altura, podia ter escolhido o Benfica também. As pessoas que trabalham comigo aconselharam-me o SC Braga, disseram-me que era um clube que estava a fazer um grande esforço para contar comigo. Decidi ir para lá muito porque ele confiaram em mim e quis mostrar o meu valor. As coisas depois foram começando a correr bem, eu sou um jogador que gosta de ser 'picado' e que gosta que sejam exigentes comigo. No SC Braga encontrei um treinador que fazia isso, o Abel...
«Tinha uma relação de amor/ódio com o Abel»
ZZ: De que forma é que ele fazia isso?
DS: Eu digo a todas as pessoas próximas de mim: é um treinador que, pessoalmente, foi o pior que tive. A forma como me cobrava, como exigia coisas de mim... Na altura eu ainda era cabeça dura, não gostava de forma como ele falava comigo, batia de frente com ele e resmungava. No entanto, foi o treinador que, mesmo não gostando dele enquanto pessoa, me mostrou o que é jogar futebol e como me devo posicionar em campo. A forma de trabalhar dele era essa. Lembro-me que ele me dizia «Dyego, o teu companheiro faz isso, corre 12 km por jogo e tu corres 5 km. Tu fazes o golo da vitória, mas ele correu o dobro ou o triplo por ti. Ou seja, se não correres, comigo não vais jogar». Eu virava-me, rangia os dentes e pensava 'Filha da pu**, eu vou provar que tenho de jogar'. Ele começava a picar-me e eu mostrava-lhe que tinha de jogar. Tinha de ir buscar água? Ia a correr. Tinha de ir buscar as caneleiras? Ia a correr... Tudo para fazer os números que ele me pedia no GPS no treino. Isso acabou por resultar numa subida no meu número de golos e assistências. É isso que eu gosto, alguém que me diga que não consigo fazer. Eu vou lá e provo que faço. Como treinador, o Abel foi um dos melhores que tive.

ZZ: Já referiu que chocavam muito. Tem alguma história que se lembre e que possa partilhar connosco?
DS: Com o Abel eu tinha uma relação de amor/ódio, era complicado. No início eu era muito cabeça dura e discutia com ele como nunca tinha discutido com qualquer outra pessoa. Houve um dia, num treino, em que ele me disse alguma coisa e eu respondi. Insultei-o e mandei-o lá para o sítio onde tinha de ir [risos]. O [António] Salvador estava no campo, mandou-me para dentro e perguntou-me se eu estava maluco. Eu disse-lhe «Maluco? Eu? Maluco está esse seu treinador! Se eu ficar aqui as coisas não vão dar certo». Nessa altura, o Abel veio ter connosco, naquela sua postura bem calma, e disse «Calma, presidente. Não se faz bons marinheiros em mar calmo». Aquilo subiu-me e só lhe disse «Vai para a pu**» [risos].
ZZ: E como é que tem visto o trabalho dele no Palmeiras, que foi seu durante algum tempo?
DS: Tenho visto de uma forma positiva. Ele é um treinador que sabe gerir o grupo, só queria que ele estivesse no meu Flamengo! Torço pelo Palmeiras porque é um clube que joga bom futebol, mas, se ele estivesse no meu Flamengo, eu também ia gostar. Sei que ele ia colocar aquilo da forma como tinha de ser. Ele tem feito uma carreira excelente, torço por ele e espero que continue a ganhar títulos. Até porque, depois de tudo o que passei com ele no SC Braga, conversámos um com o outro. Lembro-me que, no final da minha primeira época, numa altura em que discutíamos muito, ele disse-me em frente a todo o grupo «Por muito que queiras sair- e eu sei que não gostas de mim- eu já falei com o presidente e vais ficar aqui mais um ano». Eu pensei 'Mais um ano a aturar-te?'
ZZ: Mas é nessa segunda época que faz 20 golos...
DS: Sim! Foi aí que tudo cresceu. Eu achava que tudo em que ele pegava comigo era para o meu mal. No entanto, ele pegava e eu mostrava-lhe que conseguia. Fomos avançando assim e, quando ele saiu do SC Braga, ligou-me e agradeceu-me. Eu também lhe agradeci e pedi desculpa. Nunca tive oportunidade de dizer, mas, numa perspetiva de me ensinar a jogar e a posicionar-me, foi o melhor treinador que tive até hoje.
ZZ: É em Braga que chega à seleção, cumprindo assim o que tinha perspetivado em Tondela. Como foi chegar a um grupo com nomes tão grandes do futebol mundial? Como foi o processo inicial?
DS: Primeiro foi a emoção da convocatória, lembro-me que recebi a notícia depois de um treino. Na altura, a equipa de comunicação do SC Braga ia muito ao balneário no dia da divulgação da convocatória, até porque estávamos sempre à espera da convocatória do Ricardo Horta e do Esgaio ou do Palhinha. Estávamos sempre à espera e nunca acontecia, até que, na vez em que a televisão do clube não foi lá dentro, apareceu o meu nome. Caiu-me a ficha e percebi 'Estou aqui'. Lá dentro as pessoas são fantásticas, muito à imagem do povo brasileiro. Os jogadores receberam-me da mesma forma como eu tinha sido recebido quando cheguei a Portugal. O ídolo de lá [Cristiano Ronaldo] é alguém com quem falo até hoje, tenho uma amizade com ele e ele trata-me por 'Mané'. Já tinha estado com o Danilo no Marítimo e ele ajudou-me, o Bruno Fernandes, que eu não conhecia de lado nenhum, recebeu-me muito bem e ainda hoje me manda uma ou outra mensagem. Falei do Cristiano, do Danilo e do Bruno, mas todos me ajudaram. Foi um grupo incrível e isso vai ao encontro da imagem que tenho do país.
ZZ: Nesta fase estava a viver o seu melhor momento. Quão difícil foi aceitar a proposta da China nesta fase? Sabia que, provavelmente, ir à seleção seria algo muito mais difícil a partir daqui...
DS: Inicialmente foi complicado, quando chegou a proposta eu disse que não queria, que não ia. No entanto, depois conversei com a minha família, com pessoas mais próximas e até com o próprio Cris. Ele disse-me «Mané, acho que deverias ir. Independentemente de onde estejas, se marcares golos podes ser chamado». A prova disso é a ida dele para a Arábia. O treinador também me disse isso, o adjunto dele até brincou comigo e disse «Agora vou ter de ir à China ver jogos...». Percebi o quão curta é a carreira de um jogador. Estamos cá por amor ao futebol, mas a vida financeira e a estabilidade de uma família também são importantes. Isso pesou na decisão e posso dizer que não me arrependo; aliás, se fosse hoje nem tinha tido a indecisão inicial. Passei pouco tempo na China, mas vou levar as aprendizagens que tive para o resto da minha vida. Isso serviu para o meu crescimento como jogador e como pessoa, hoje estou bem e depois pude voltar ao futebol europeu.
ZZ: Como olha para as opções de ataque de Portugal neste momento?
DS: A seleção de Portugal é completa em tudo. Tem opções lá dentro e muitas mais para procurar fora. Está a ser formada uma seleção na qual o selecionador fechou um círculo de jogadores que tem chamado sempre, mas Portugal está bem servido em todas as posições, caso seja preciso mudar algum dia. Os jogadores portugueses jogam em grandes clubes e campeonatos e Portugal já merece um Campeonato do Mundo, por exemplo. De certeza que isso vai acontecer em breve.
China ou Arábia Saudita no horizonte
ZZ: Depois da China regressa a Portugal pelas portas do Benfica. Como foi esta experiência? Fica com um amargo de boca por ter durado tão pouco tempo?
DS: A minha passagem pelo Benfica foi meio 'chata', até porque tivemos a Covid-19. Lembro-me que tivemos um jogo para a Liga Europa e eu entrei bem e que, na semana seguinte, depois de o treinador me ter dito que ia ser titular no campeonato, as competições foram suspensas. Quando voltámos foi complicado, tivemos treinos com o plantel separado e foi complicado voltar nessas circunstâncias.

ZZ: Viveu a saída do Bruno Lage a entrada, como interino, do Nélson Veríssimo. Como é que o grupo viveu essa situação?
Foi uma situação um pouco complicada. O Bruno Lage vinha de ser campeão, sendo que a equipa não tinha grandes estrelas- o João Félix destacou-se e acabou por sair. Ficou o Rafa, o Pizzi e outros jogadores de renome, mas não houve muitas entradas. Entretanto surgiu a Covid-19, as coisas não estavam a correr tão bem e passou a haver uma cobrança muito grande. Penso que foi uma decisão um pouco precipitada- não sei se do mister também, que não sei se estava com cabeça, ou da direção-, depois terminámos o campeonato com o Nélson Veríssimo, que era o treinador adjunto. Tentámos ultrapassar essa circunstância toda, mas não teve como. Ficámos atrás do FC Porto e depois perdemos a Taça para eles também.
ZZ: Se o encontrássemos daqui a cinco anos, o que é que gostava de nos contar acerca do que aconteceu neste período? Que objetivos tem para esta fase?
DS: O meu objetivo é olhar para este ano. Tenho um ano de contrato com o Alcorcón, quero ser o melhor marcador da equipa e estar feliz. No próximo ano logo veremos. O meu objetivo a longo prazo? Ficar no campeonato espanhol ou ir para fora, para uma China ou para uma Arábia. É o que vejo neste momento e o que vou tentar fazer.