Em noite de Halloween, o Dragão deixou-se assustar por duas vezes, mas saiu por cima num difícil duelo frente ao Varzim e ficou em boa posição para chegar à final four da Taça da Liga. Num jogo com revolução de Conceição no onze, o FC Porto sofreu dois golos mas acabou por triunfar com dois de vantagem e subiu para já ao topo do grupo C.
Os dragões ainda não venceram esta prova e querem fazê-lo pela primeira vez, mas Conceição não abdica de manter o plantel tão fresco quanto possível. Com isso em conta, o treinador trouxe ao Dragão um onze em tudo diferente daquele que derrotou o Feirense. Vaná na baliza, Mbemba em estreia ao lado de Chidozie, Jorge e João Pedro nas laterais, um meio-campo a três com Sérgio Oliveira, Bazoer e Otávio e o trio composto por Adrián, André Pereira e Hernâni na frente.
O Varzim, que não contou com o experiente Nelsinho e com o central Jeferson, tinha planeado travessuras para esta noite: o FC Porto entrou impávido, ainda se aproximou do golo num lance em que Otávio serviu Hernâni com mestria (e de calcanhar) e o 7 portista viu Emanuel travar a dupla tentativa, mas foi o Varzim a ter direito ao primeiro doce, muito graças a um ressalto em que Sérgio Oliveira foi infeliz (como voltaria a ser mais tarde). A bola sobrou para Jonathan Toro, que atirou colocado ao ângulo, deixando Vaná sem hipóteses de desviar.
Sérgio Conceição já colocava suplentes (habituais titulares) a aquecer, ponderava mexer cedo com um jogo que não estava a apreciar, com razões mais do que suficientes para tal. Ainda assim, isso acabou por coincidir com uma fase em que o FC Porto lá se conseguiu aproximar da baliza adversária, com menor ou maior qualidade. João Pedro atirou ao lado, André Pereira acertou em cheio no ferro e acabou por ser Bazoer, no seu terceiro jogo pelos dragões, a finalizar bem uma boa jogada coletiva.
Corona para agitar, Oliveira a complicar
Em boa parte do segundo tempo, um festival de oportunidades falhadas: Corona foi a jogo para o lugar de Jorge e assustou bem, com um remate que Emanuel travou e um que falhou o alvo, Mbemba não conseguiu também finalizar e André Pereira manteve o desacerto no centro do ataque.
Apesar das falhas, o FC Porto insistiu e chegou ao golo por Soares, também ele entrado pouco antes para o lugar de João Pedro, deixando os dragões sem laterais evidentes. O avançado brasileiro trouxe a primeira vantagem portista com um cabeceamento certeiro num canto de Sérgio Oliveira. O mesmo Sérgio Oliveira, aliás, que viria a oferecer o empate ao Varzim, com Haman a agradecer o presente.
Tudo empatado de novo, Otávio a pedir penálti pela segunda vez, nova jogada de incrível desperdício com Emanuel a brilhar na baliza do Varzim e Stephen Payne a colocar na própria baliza depois de um cruzamento de Adrián López, dando ao Dragão a vantagem que não fugiria. Daria ainda para Corona levar um perfume que pouco se tinha visto: no flanco direito, o mexicano brilhou, tirou um adversário do caminho e serviu André Pereira, que desta vez não facilitou.
Houve sustos, houve desacerto portista em muitos momentos, mas os três pontos ficaram no Dragão com dois golos de vantagem e o FC Porto mantém-se na luta pelo seu primeiro troféu da Taça da Liga.