Há noites em que o óbvio impera, mesmo que para isso nem sequer tenha de ser afirmativo. Foi assim que o FC Porto engatou a quarta vitória seguida esta época – e em 2016 -, ao bater o FC Arouca por 3x0. Foi uma exibição quanto baste da equipa de Nuno Espírito Santo, que aproveitou para descolar do Sporting e chegar-se ao Benfica, que joga domingo no estádio do Restelo.
Aquecer, pausar e retomar
O primeiro quarto de hora só deu Porto. Em alta rotação, Jesús Corona esteve perto de marcar logo aos cinco minutos, quando depois de passar por dois defesas do Arouca atirou ao poste de ângulo apertado; e quando aos 10 minutos Óliver Torres levou Bracali a fazer uma defesa fantástica poucas dúvidas restavam sobre o sentido do jogo.
E por isso, mesmo sem forçar, os portistas voltaram a crescer. Diogo Jota deixou o aviso (34'), valendo o corte de Jubal sobre a linha de golo, antes de servir André Silva para o primeiro golo da noite (43'). O avançado recebeu a bola sem oposição, fez o quis com tanto espaço e finalizou com frieza e facilidade perante a passividade dos arouquenses. Uma dupla que iria voltar mais tarde para fechar as contas.
Aconteceu aos 78 minutos. Outra vez Diogo Jota na esquerda a fazer o cruzamento e novamente André Silva a finalizar, desta feita de cabeça. O internacional português é cada vez mais um «bicho de área». Menos dado às derivações para as laterais, o ponta de lança vive dos momentos exatos para faturar. Esta noite esteve longe de encantar, mas quando se «bisa» não é preciso mais.
Óliver é cada vez mais chefe
Numa noite em que o FC Porto não teve Otávio, sobressaiu o talento e a influência de Óliver Torres. Depois de aparições de bom nível mas intermitentes, o médio espanhol mostrou estar cada vez mais cómodo no papel de chefe. Foi ele que monitorizou todo o jogo dos dragões, ocupando cada centímetro do meio-campo portista. Agressivo nas tarefas defensivas, procurou dar velocidade e soluções ao ataque.
O jogador do Atlético de Madrid cedido ao FC Porto acabou por sair aos 65 minutos, isto depois de Nuno Espírito Santo ter percebido que dificilmente teria calafrios numa noite em que a chuva até caiu com intensidade na cidade do Porto. O golo em cima do intervalo conferiu aos dragões uma almofada suficiente para não aumentar o ritmo de jogo e não teve o condão de espevitar o Arouca.
E é por aí que terminamos. Quem te viu e quem te vê... A equipa de Lito Vidigal está mergulhada numa profunda crise de resultados (venceu 1 dos 13 jogos esta época-, fruto de uma crise nada menor de confiança e rendimento. A noite do Dragão passou com o Arouca a defender quase a totalidade do tempo. Nuno Coelho e Adilson - mas sobretudo o português - acabaram por ser os elementos em maior evidência com algumas recuperações de bola, enquanto Zequinha procurou esticar sempre que podia, que foi quase nunca.
Brahimi tinha a cereja para o topo do bolo
Quando tudo estava pronto para acabar, Brahimi, que tinha entrado aos 65 minutos, sacou do momento do jogo. Jogada soberba do argelino na esquerda que terminou com um remate que deixou Bracali pregado ao chão. Estava posta a cereja no topo do bolo.