O nome é Paulo Araújo, mas é mais conhecido por Dr. Milagres, tudo por culpa de uma manchete de uma entrevista ao jornal O Jogo. Anos depois dessa entrevista, Paulo Araújo foi convidado pelo podcast Final Cut e revelou várias situações relacionadas com os jogadores que foi tratando e com o FC Porto, clube com o qual chegou a trabalhar.
«Havia uma antipatia com a minha presença, não da parte dos jogadores, nem da parte do técnico. Os jogadores queriam que eu continuasse», começou por referir.
«Eu fiz, em estágio, 1153 tratamentos nesse ano. Preparava os jogadores para o jogo, aumentava o oxigénio dentro do organismo, retirava a fadiga e à noite, quando saíam do jantar, subiam para a minha sala. Picava-os de forma a irem dormir tranquilos. O sono era tranquilo, acordavam bem, depois pegava neles novamente e retirava a fadiga. Nessa época, toda a gente viu o que a equipa corria», contou.
Conhecido pelos tratamentos «milagrosos», Paulo Araújo recorda o momento em que recuperou Rodrigo Tello antes do Clássico com o Sporting.
«Fez um rotura de 6,8 centímetros do bicep femoral. E o Lopetegui disse "precisava deste gajo com o Sporting. A estratégia estava toda... E agora?" Fui para casa do Cris [Tello] às 6h00 da manhã, às 13h00 e às 22h00. Hoje já se pode saber porque ele está a jogar bem longe, é tranquilo. Diariamente, estive ali durante uma semana, preparei-o e ele faz o hat-trick», conta.
Além de Tello, o «Dr. Milagres» também já trabalhou com outros jogadores ligados ao FC Porto, um deles Pepe.
«O Pepe desde sempre se cuidou muito. É um conselho que dou. Durmam, vão para casa descansar, tenham cuidado... Mas ele vem de outra geração, que não se cuidava. Na alimentação, o estar em família... Ele tem uma genética muito forte, que lhe permite ter longevidade», explica.
Depois de deixar o clube azul e branco, Paulo Araújo tem algumas críticas para a estrutura portista e destaca o trabalho feito por Sérgio Conceição.
«Falta-lhe a tranquilidade que a estrutura não lhe dá, e que o obriga a fazer coisas que não devia ser ele a fazer, para poder estar tranquilo e focado naquilo que é a especialidade dele, aquilo em que é top», refere.
«Quando vai para o campo, quando vai para o banco, já traz muita coisa da semana toda. Está a carregar o piano todo. Este homem tira água da pedra. Acho que é evidente para todos que o que ele faz com alguns jogadores é surreal (...) A equipa técnica dele é de topo. Estou a falar do resto da estrutura, que não lhe dá a tranquilidade necessária», concluiu.
![]() | ![]() |
![]() |