Chuva, golos e emoção: toda a partida poderia ser digna de filme. O Vitória venceu o Sporting por 3-2, num jogo de emoções à flor da pele. Inácio deu o mote, Tiago Silva e André Silva responderam para os Conquistadores, Nuno Santos igualou as contas, que Dani Silva voltou a desigualar. O Sporting não fez o melhor dos jogos, mas a defensiva vitoriana foi fulcral para que o resultado não fosse outro.
Nivelado, mas por cima
Depois de verem adversários diretos aos seus objetivos escorregarem nesta jornada, Vitória e Sporting tentavam ganhar vantagem aos concorrentes no D.Afonso Henriques. Álvaro Pacheco e Rúben Amorim alteraram uma peça cada um, em relação à partida anterior. Nuno Santos deu lugar a Geny, enquanto Dani Silva saiu para entrar Tiago Silva.
A chuva intensificou-se na hora do apito inicial, mas os jogadores não se deixaram amedrontar. A abrir, Jota perdoou na cara de Adán e, na resposta, Pedro Gonçalves obrigou Varela a uma excelente intervenção. O jogo estava aberto, com ambas as equipas a tentarem jogar o bom futebol que as caracteriza.
O Vitória, personalizado, tentou desde cedo condicionar a construção leonina. Os conquistadores abriram o campo e ligaram por dentro, com os centro-campistas a serem fulcrais O Handel jogava de fato de gala, a encontrar espaços no meio campo contrário, e Tiago Silva de fato-macaco, com mais trabalho na pressão, mas criterioso quando com bola. João Mendes era o maestro, pegando na batuta e orquestrando a chegada do Vitória ao último terço. Morita e Hjulmand não tinham vida fácil, perante este trio.
Já os leões, sem tanta capacidade para entrar no bloco do Vitória, viveu muito do que Gyokeres conseguiu dar. O sueco, ora em apoio, ora em profundidade, ia dando soluções aos ataques do Sporting. Edwards não teve tanta capacidade de receber entrelinhas e Pote pareceu muito amarrado à meia esquerda. Morita pareceu demasiado passivo e Esgaio ficou condicionado com a amarelo precoce.
O jogo ficou uns minutos em banho-maria, com bastantes paragens consecutivas. Numa falta a meio-campo, o Sporting conseguiu desatar o nó, com Gonçalo Inácio a desviar para a baliza depois de alguma confusão dentro da área. Com alguma sorte à mistura, os leões colocaram-se na frente do marcador, vantagem essa que não durou muito tempo.
No último lance do primeiro tempo, pénalti para o Vitória. Adán rasteirou Mangas, na sequência de nova bola parada, lance que o VAR reviu durante alguns minutos e decidiu manter a decisão de João Pinheiro. Tiago Silva, na conversão, não tremeu. Intenso e com golos, assim estava o jogo ao intervalo.
Inferno Branco galvanizou equipa
Insatisfeito com o rumo que a partida levava, Amorim mexeu ao intervalo. Esgaio não voltou do balneário e Nuno Santos foi lançado, transladado Matheus Reis para central pela esquerda. A alteração pareceu surtir efeito quase imediato e a equipa verde e branca começou a ser mais acutilante nos ataques pelos corredores, com Nuno Santos e Geny a aparecerem desde trás para cruzar.
O Sporting cresceu no jogo a olhos vistos e começou a jogar apenas em meio campo ofensivo. Nuno Santos serviu Gyokeres, depois Trincão, mas as investidas leoninas esbarravam na muralha branca. O ritmo da partida quebrou com algumas paragens e o Vitória aproveitou para crescer.
No Inferno Branco, o público galvanizou a equipa da casa, que deu resposta cabal ao apoio das bancadas. Jota conduziu um contra-ataque e cruzou para a grande área, afastado pela defensiva adversária. Na recarga, André Silva atirou à baliza e, com ajuda de um desvio de Morita, a bola acabou no fundo das redes, completando a remontada, que não durou muito tempo. Na resposta, três minutos depois, Pote serviu Nuno Santos, que bateu Varela com um remate potente.
Perante o golo sofrido, Álvaro Pacheco alterou três elementos e voilá: efeito imediato. Na primeira ação no jogo, Dani Silva combinou com Mangas e bateu Adán pela terceira vez na partida. Três golos em sete minutos e um ambiente de loucos no D.Afonso Henriques.
Até ao fim, pressing do Sporting em busca do empate, mas tudo esbarrou na muralha preta e branca.