Diego Cavinato 27 títulos oficiais |
Esta decisão, agora comunicada pelos leões, chega depois de o ala italo-brasileiro confirmar que acusou positivo num teste anti-doping.
«No passado junho, e depois de mais de uma semana de paragem, provocada por um traumatismo craniano em treino, e sem qualquer má-fé da minha parte, tomei um medicamento acelerador do metabolismo para perder algum peso ganho devido à paragem. Fi-lo de consciência tranquila e sem pensar que continha uma substância proibida pela Autoridade Antidopagem e, infelizmente, sem consultar um profissional de saúde», revelou Cavinato, numa publicação nas redes sociais, acabando por confirmar o resultado da testagem.
O agora antigo jogador do Sporting, que vê a sua participação na modalidade inviabilizada, deixa um conselho aos jogadores mais novos, depois desta situação. «Nunca devemos tomar qualquer medicamento sem ser com a consulta, prescrição e autorização de um profissional de saúde», dizendo, ainda, que foi o «pior auto-golo que nunca devia nem queria ter marcado».
Diego Cavinato representou os leões durante oito temporadas, onde venceu duas Ligas dos Campeões, seis Campeonatos Nacionais, cinco Taças de Portugal, quatro Taças da Liga e quatro Supertaças. De verde e branco, realizou 340 jogos, onde marcou o mesmo número de golos.
Leia aqui o comunicado do jogador na íntegra:
«Hoje é um dos dias mais difíceis de toda a minha vida. Durante as duas décadas como profissional, fui considerado por todos como um exemplo dentro e fora da quadra. Pautei cada dia da minha vida pelo profissionalismo, pela dedicação e pelo compromisso com os clubes por onde passei. Fui controlado dezenas de vezes sem nunca ter tido qualquer problema ou análise que indiciasse o uso de qualquer substância proibida.
A minha postura e integridade nunca foi posta em causa ao longo desses quase 20 anos de profissional. Pautei a minha vida pessoal pelos valores mais altos do ser humano, da boa conduta e da ética, quer com companheiros, quer com todos os adversários.
No passado junho, e depois de mais de uma semana de paragem, provocada por um traumatismo craniano em treino, e sem qualquer má-fé da minha parte, tomei um medicamento acelerador do metabolismo para perder algum peso ganho devido à paragem. Fi-lo de consciência tranquila e sem pensar que continha uma substância proibida pela Autoridade Antidopagem e, infelizmente, sem consultar um profissional de saúde. Este erro custou-me um controlo positivo depois de dezenas e dezenas ao longo da minha carreira, sem nunca ter tido qualquer problema. Um erro inadvertido da minha parte levou-me a um possível castigo, que precipitara uma paragem que espero que seja curta, mas que inviabiliza a minha participação desportiva no médio prazo.
Quero pedir desculpa! À minha família. Aos meus colegas. Ao Sporting Clube de Portugal. Aos meus adversários. A todos os que sempre admiraram o meu trabalho. Sou o mesmo Cavinato de sempre. Apenas errei da forma mais inocente e infantil que um ser humano pode fazer. Um erro pelo qual terei de pagar.
Naturalmente que vou colaborar com todas as autoridades, sempre com a verdade que foi um apanágio da minha conduta como Atleta Profissional. Espero que este erro, que surge na reta final da minha carreira, ajude e ensine a quem ainda está no início: nunca devemos tomar qualquer medicamento sem ser com a consulta, prescrição e autorização de um profissional de saúde. Ao fim de 341 jogos e 340 golos a representar o Sporting Clube de Portugal, marquei o pior auto-golo, que nunca devia nem queria ter marcado. Agradeço tudo o que este Clube me deu. Cada minuto de partilha com os meus companheiros, treinadores, staff e torcida. Dentro e fora da quadra. Não queria que fosse desta forma, mas Deus assim quis e, a partir de hoje e para sempre, serei mais um na torcida em cada jogo.
Espero, depois de toda esta tempestade que tomou conta da minha vida, que o tempo ajude a restabelecer-me. Nunca quis tomar vantagem indevida de ninguém. Nunca quis ser algo que nunca fui. Tive um erro, pagarei por ele, mas espero que o tempo ajude a recordar tudo o que de bom sempre dei e fiz neste país que sempre tão bem me acolheu. Obrigado e desculpem!»