Bem melhor, bem melhor... Depois da surpreendente derrota frente à Bulgária, Portugal demonstrou a outra face e, contra uma seleção número 1 do ranking FIFA com consideráveis baixas, realizou uma excelente primeira parte, com Nani e Cristiano Ronaldo a materializarem esse ascendente. O segundo tempo foi mais sofrível, mas os adeptos puderam respirar de alívio, pois esta foi uma prestação bem melhor que a anterior.
O tal espaço que tinha faltado
Há duas notas dominantes a reter para explicar um primeiro tempo em que os belgas até entraram melhor, mas onde Portugal se superiorizou com o tempo: as debilidades de uma seleção (Bélgica) bastante desfalcada e o conforto que a turma lusa sente contra equipas que não se encolhem tanto.
Depois, com laterais diferentes, a qualidade no jogo lateralizado não baixou. Pelo contrário, Raphaël Guerreiro quis a todo o custo ganhar a oportunidade e mostrou ser sério candidato ao onze. Sobre Cédric, não é assim tão linear, até porque Vieirinha tem estado bem, mas a forma como se envolveu no ataque foi bastante interessante. Ah, e convém não esquecer José Fonte, que se assume como o mais lógico colega de Pepe no centro da defesa.
João Mário que, já antes, tinha sido displicente quando lançado para a cara do golo. Duas oportunidades concretizadas em quatro criadas (Ronaldo já tinha obrigado Courtois a sacudir para a trave) e eis que o jogo estava totalmente favorável.
Quebra com as mexidas
Para a segunda parte, Fernando Santos foi mexendo desde cedo. Começou por lançar Bernardo Silva e Renato Sanches para as vagas de João Mário e de Adrien Silva. Mais tarde saíram Ronaldo e Nani, entrando Éder e Quaresma. E ainda houve mais.
Claro está que tanta mudança fez mal à turma das quinas, com uma notória quebra na qualidade de jogo, também porque o adversário retardou um pouco mais as substituições. Com um Nainggolan abnegado, a equipa de Wilmots cresceu e aproveitou a maior descoordenação do lado nacional.
Só Danilo ia mantendo a serenidade (e Quaresma a sensatez ofensiva), numa equipa em que o passe passou a custar muito mais e na qual os laterais já se aventuraram bem menos nas ações ofensivas. Viria o golo, da sociedade Lukaku (Jordan a cruzar para Romelu), que relançaria a discussão do jogo e que obrigaria à capacidade de sofrimento do setor recuado da turma das quinas.
Com alguns sustos, Portugal conseguiu o regresso aos triunfos e ganhou uma almofada de moral quando faltam pouco mais de dois meses para o Europeu de França.