É dia de festa em Vila das Aves. No primeiro ano com esta nomenclatura, o AVS conseguiu uma histórica subida ao primeiro escalão. O AVS venceu o Portimonense por 2-1 na segunda mão do playoff, depois de já ter vencido em Portimão por 1-2.
Mercado apontou o primeiro golo da partida, num jogo onde foi indubitavelmente o elemento mais desiquilibrador. Benny aumentou a vantagem perto dos 90´ com um golo de belo efeito e, já fora de horas, Carrillo reduziu as contas, de nada valendo.
Venceu quem foi mais forte e competente, no último jogo de Jorge Costa antes de rumar à direção desportiva do FC Porto. O Portimonense, depois de alguns anos na corda bamba e com um projeto com bases algo suspeitas, cai sete épocas depois ao segundo escalão. Manteve-se a tradição, desde o regresso do playoff há quatro épocas, que dita que a equipa que chega da II Liga se superioriza ao 16º do primeiro escalão.
Manda quem ganha
Os primeiros minutos foram tudo menos vistosos. Nervos à flor da pele, muitos duelos a meio-campo e pouca bola perto das balizas. A expressão que mais se adequava à turma de Jorge Costa era bola para o mato, que o jogo é de campeonato, neste caso, de playoff. Sem correr riscos atrás, os da casa foram conseguindo gerir bem a vantagem e ganhar confiança para, mais tarde, procurar conforto mais à frente no terreno.
Depois de 20 minutos com o Portimonense a tentar encontrar os espaços para ferir o adversário - sem muito sucesso - o AVS conseguiu estender-se no terreno e criar as primeiras ocasiões de perigo. Mercado - sempre em profundidade - ora à esquerda, ora à direita, ia sendo o alvo dos ataques dos avenses. O jogo ficou animado e os avenses estiveram perto de abrir o marcador. Primeiro, Nenê cabeceou ao lado e, logo depois, Vinícius foi obrigado a uma grande defesa a remate de Mercado. Do outro lado, Simão teve de se esforçar para travar um remate de Hélio Varela. Pelo meio, Tunde lesionou-se e Eric Veiga estreou-se na temporada, na última partida da mesma. Insólito.
Num curto espaço de tempo, o jogo foi do oito ao oitenta e esse ritmo foi-se mantendo ao longo do primeiro tempo. As transições dos da casa continuavam a atormentar os algarvios e Mercado, continuava a fazer das suas, já fixado à esquerda do ataque. O equatoriano foi para cima, Nenê desviou e Alaba, já isolado, atirou novamente contra Vinícius.
Já perto do final do primeiro tempo, João Pinheiro foi perentório e expulsou Edson Farias por uma alegada agressão. Artur Soares Dias, no VAR, não corroborou da decisão e chamou o juiz ao monitor. A decisão foi revertida - e bem - pois a ação de Edson não pareceu suficiente para uma expulsão direta.
Lei do Mercado e do mais forte
A necessidade dos comandados de Paulo Sérgio era obvia: marcar. Embora a equipa parecesse algo inoperante e desacreditada no primeiro tempo, transparecia a ideia de haver esperança nos intervenientes, não havendo qualquer alteração o intervalo. O Portimonense continuou desastrado e, à terceira grande oportunidade do AVS, foi de vez que a bola entrou. Erro de Lucas Ventura, que permitiu a Nenê ganhar a bola e, de seguida, um erro clamoroso de Pedrão ofereceu o golo ao, até então, MVP da partida: John Mercado.
Perante a desvantagem, agravada desde o minuto 7´ do segundo tempo, sentiu-se ainda mais a falta de capacidade mental e futebolística para reagir dos algarvios. Pouca entrega, pouca clarividência e muitos nervos. Paulo Sérgio tentou mexer - fez as cinco alterações antes dos 75´- e até com alguma discórdia entre os jogadores. Hildeberto ponteou uma garrafa e Carlinhos quase se recusou a sair, inconformado com a decisão do seu treinador.
Jorge Costa colocou o jogo no bolso, reforçando o miolo e as alas ofensivas e conseguiu sair em transição com vontade de gerir a posse, mas com bastante clarividência. Numa das transições, Mena - quase nunca utilizado mas com uma excelente entrada - bailou pelo lado direito, soltou para Benny e o criativo do AVS fez um golo de grande pintura. Três golos de vantagem e tudo decidido em Vila das Aves.
Já nos descontos, Carrillo reduziu para o Portimonese e seguiram-se cenas lamentáveis de pancadaria no relvado. Sem conseguirmos perceber muito o que aconteceu, Pedrão e Fernando Fonseca acabaram expulsos e, de seguida, o jogo terminou, com o AVS a carimbar, finalmente, a subida ao primeiro escalão