Atravessados na garganta

Inter e Benfica voltam-se a defrontar na Liga dos Campeões, ditaram os deuses da fortuna. As águias regressam ao palco onde o sonho milionário encerrou em 2022/23, numa eliminatória de sabor amargo. Mais que um possível espírito de vingança, um inesperado desaire na abertura da atual edição da prova tem de aguçar a vontade de ser feito um grande jogo, esta terça-feira, em Milão.

De confiança reforçada após a vitória no clássico, os encarnados não vão poder contar com o castigado António Silva. Ficam também dúvidas sobre a utilização em conjunto de Di María e Neres, aposta que deu frutos contra o FC Porto, mas num jogo de características especiais. A apresentação de um ataque móvel não chocaria, até pelas indicações de Roger Schmidt na antevisão.

Tal como o Benfica, o Inter também não conseguiu os três pontos na jornada de abertura desta edição da Champions, suando muito para conseguir empatar no País Basco. Simone Inzaghi continua ao leme, num início de época forte e de apenas um desaire na Serie A, contra o Sassuolo.

Dos reforços, destaque para a rápida adaptação de Marcus Thuram, que, além da qualidade mostrada, tem energizado Lautaro Martínez para um potente início de campanha da dupla. A baliza, como na situação encarnada, tem um novo dono: o experiente Yann Sommer, substituto de Onana.

Nota ainda para a impossibilidade de venda de bilhetes por parte do Benfica, devido a sanção da UEFA. Curiosamente, o mau comportamento que originou o castigo ocorreu... no Giuseppe Meazza. Caricato.

Impossível não é, mas um desaire das águias aumentaria muito a dificuldade do objetivo de chegada do clube à fase a eliminar. Pontuar é importantíssimo e condições não faltam para uma partida dividida e de espetáculo.