A abordagem na 2ª parte (em especial nos últimos 20 minutos) não foi a melhore e permitiu à Croácia ameaçar e sonhar, mas Portugal entrou com o pé direito neste novo ciclo, como Roberto Martínez lhe chamou, pós-Euro 2024 e venceu por 2-1. Bem pode agradecer a uma 1ª parte personalizada.
Depois do fracasso do Euro 2024, a seleção nacional masculina voltava ao ativo, desta feita na Liga das Nações, frente à Croácia. Do lado português, Roberto Martínez apresentava um onze inicial onde a grande surpresa era a inclusão de Pedro Neto no ataque, com João Palhinha a começar no banco de suplentes. Do lado croata, Zlatko Dalic apresentava o seu onze base, agora sem Brozovic, com Baturina a ocupar essa vaga.
Mixórdia dinâmica
🇵🇹Cristiano Ronaldo chega aos 900 golos na carreira.
O primeiro golo foi apontado a 7 de outubro de 2002 frente ao Moreirense, em Alvalade, numa jogada individual. pic.twitter.com/vYnVOaIxuF
— Playmaker (@playmaker_PT) September 5, 2024
Apenas alguns meses depois de se terem encontrado no Jamor (1-2), antes do Euro, Portugal e Croácia voltavam a defrontar-se e cedo se notou algumas diferenças, até pelas peças em campo. A Croácia apostava num 3x5x2 - 5x3x2 a defender - e Roberto Martínez, talvez por isso, colocava Pedro Neto a dar largura na direita - habitualmente na esquerda - o que possibilitava os movimentos interiores de Dalot. A opção deu frutos e aos 7' Bruno Fernandes aproveitou uma diagonal de Dalot para a área - largura de Neto deu espaço para a mesma - e viu o lateral fazer o 1-0.
A Croácia procurou responder e mostrou saber ter bola em ataque organizado, embora tendo dificuldades em entrar no último terço, até porque Portugal se defendia com uma linha de cinco - Neto baixava a acompanhar o lateral oposto, Sosa. Por isso, os croatas acabavam quase sempre por apostar na meia distância, facilitando a vida de Diogo Costa. Portugal aproveitava, assim, para gerir bem os tempos do jogo. Bruno e Bernardo eram os motores, mas também os responsáveis pelas diagonais nas costas da defesa, enquanto Ronaldo ia criando vantagens posicionais quando surgia na ala esquerda.
Contudo, o capitão da seleção mostrou que é mesmo na área que pode fazer a diferença nesta fase da carreira e, aos 34', aproveitou um cruzamento milimétrico de Nuno Mendes na esquerda e encostou para o 2-0 e o seu golo 900 na carreira. A Luz fazia a festa para assistir a mais um marco histórico da carreira do capitão.
Fechar portas
Quiçá para se proteger dessa capacidade croata de explorar a sua asa esquerda e os movimentos interiores de Dalot, Roberto Martínez mudou o desenho tático e a equipa voltou do intervalo apresentada em 3x5x2 - a defender-se em 5x4x1 -, com as entradas de Nélson Semedo e João Neves (saídas de Leão e Neto). Embora pouco atrevida para a 2ª parte, esta mudança trouxe a estabilidade que faltava à defesa lusa e libertou Nuno Mendes na esquerda - complementaridade com Leão não é a melhor.
Foram 20 minutos de algum sofrimento, onde a Croácia foi criando perigo - quase sempre no cruzamento - e Diogo Costa foi-se mostrando bem. Do outro lado, Portugal já estava totalmente dependente de transições, onde apenas os laterais davam vida. Não fosse alguma falta de assertividade (e criatividade) croata e o susto podia ter passado a realidade, mas Portugal conseguiu aguentar-se e acabou a conseguir uma sofrida, mas justa, vitória por 2-1. Fica a imagem de uma 1ª parte personalizada, mas uma 2ª que podia ter sido gerida de outra forma.