O frio fazia-se sentir, sem sombra de qualquer dúvida, mas a receção calorosa das gentes de Rebordosa ao SC Braga e à Taça de Portugal conseguiu atenuar os arrepios na espinha, no meio de uma chuva imensa. Mesmo assim, o resultado pendeu para os arsenalistas com um 2-0 no tempo regulamentar.
Com um onze completamente alterado de Artur Jorge, o SC Braga manteve a toada ofensiva. Roger Fernandes subiu ao relvado como titular a extremo esquerdo, o meio-campo mostrou-se renovado, com João Moutinho, André Castro e Rony Lopes. Abel Ruiz voltou à frente, com o apoio de André Horta.
No que concerne ao Rebordosa AC, Arlindo Gomes foi a jogo com as armas mais fortes possíveis.
Entre os rios de chuva
Na verdade, os primeiros minutos de jogo acabaram por surpreender. O Rebordosa AC, militante do Campeonato de Portugal, conseguiu passar várias vezes da linha de meio-campo, mesmo com a ameaça constante bracarense.
Foram precisos dez minutos para, no primeiro remate, Rony Lopes fazer o gosto ao pé. Frente a uma defesa algo descompensada e desequilibrada, ao avançado bastou rematar de forma rasteira e bater Pedro Soares.
Mesmo em desvantagem, os defesas rebordosenses não desistiram do jogo. A capacidade de pressão demonstrado a nível defensivo dificultou, em alguns setores, a construção de jogo dos arsenalistas.

E, mesmo na construção de jogo da equipa da casa, Miguel fez jus ao nome e virou uma autêntica Mota no flanco direito. Perto da meia hora, quase fez levantar os adeptos do Rebordosa AC, com um jogada individual bem conseguida - afinal, ele mesmo estava a ser um dos mais influentes da equipa da casa dentro das quatro linhas.
Com a aproximação do intervalo e debaixo de uma intensa chuva - quer isso esteja relacionado ou não- viu-se Rebordosa AC a crescer e a dar trabalho a Tiago Sá, numa primeira parte cujo golo de Rony Lopes acabou por passar entre os pingos da chuva de um equilíbrio sonante.
Se o duelo já se mostrava difícil para o Rebordosa, tendo de enfrentar uma das grandes equipas portuguesas, ainda mais se tornou, depois da expulsão madrugadora de Hugo Alves logo após o início da segunda parte.
O emblema de Paredes esteve sempre recetivo ao jogo e também reativo. Não houve medo de aproximação à área de Tiago Sá, mas a tarefa mostrava-se complicada frente a um adversário onde qualquer erro é «fatal».
A intempérie voltou. Mas, no momento que o SC Braga aumentou a vantagem, o céu secou momentaneamente. A tarefa difícil da equipa do Campeonato de Portugal tornou-se impossível.
A força gverreira foi monumental ao longo do encontro. A entrada de Diogo Fonseca deu outro nível na lateral, Álvaro Djaló deu criatividade e destreza ao ataque.
Um remate à barra do Rebordosa AC ainda fez os adeptos sonhar com um grito de guerra nesta batalha campal, mas foram os guerreiros a levar a melhor, com um arsenal portentoso. Há mar e há mar, há chuva a devastar e uma Taça de Portugal onde continuar.