Li Tie, antigo selecionador da China, confessou ter pago do seu bolso cerca de 400 mil euros em subornos, de modo a garantir a sua contratação. O técnico de 46 anos de idade mencionou que também o clube onde treinava à época, o Wuhan Zall, interveio junto da Associação Chinesa de Futebol (CFA, na sigla em inglês), pagando cerca de 255 mil euros.
Esta confissão foi feita à CCTV, a emissora estatal da China, no âmbito de um documentário contra a corrupção. Este tipo de ações é habitual na China, onde os suspeitos de crimes fazem a sua confissão, que é transmitida na CCTV, antes de irem a tribunal. Na confissão de Li Tie, o técnico chinês de 46 anos mostrou-se arrependido e justificou os seus atos: «Peço imensas desculpas. Devia ter mantido a cabeça baixa e seguido o caminho certo. Há certas coisas que, na altura, eram prática comum no futebol.»
O caso de Li é algo complexo: assumiu o cargo de selecionador nacional em 2020, que garantiu através do pagamento de subornos. Os subornos, pagos pelo próprio e pelo Wuhan Zall, foram endereçados a Chen Xuyuan, presidente da CFA. O secretário-geral da CFA também recebeu um suborno de Li Tie, num valor a rondar os 127 mil euros.
Pouco depois de obter o cargo, Li convocou para a seleção quatro jogadores do seu clube anterior, jogadores esses que, segundo o presidente do clube, não estavam qualificados para jogar nesse nível. Li Tie falhou o objetivo de qualificar a China para o Mundial de 2022 e foi demitido do cargo.
A investigação deste caso iniciou-se em 2022 e, desde então, levou à demissão de 10 membros da CFA, incluindo Chen Xuyuan, o presidente em funções à data.