O adeus à Alemanha trouxe um empate a um golo ao FC Porto na pré-temporada. Frente ao Bayer Leverkusen, os dragões mostraram bons apontamentos ofensivos na primeira parte, mas é na defesa que as dores de cabeça persistem.
Dois avançados «perde força»
A primeira conclusão do último ensaio germânico do FC Porto prende-se com o sistema tático. Apesar de Nuno Espírito Santo ter prometido uma equipa confortável em 4x4x2, a verdade é que este dragão voa cada vez mais em 4x3x3 – ou 4x2x3x1.
Foi assim que se apresentou nas duas partes, ainda que com intérpretes diferentes. Um homem de área – André Silva perfila-se convictamente como primeira opção – apoiado, na primeira parte, por Alberto Bueno. O espanhol é uma espécie de «10» para Nuno, embora o rendimento ainda esteja longe de entusiasmar.
Otávio e Corona – ambos muito bem na primeira parte – foram as «asas» do dragão, com André André e Herrera no bloco central do meio-campo. E estes sete foram a melhor cara do FC Porto no jogo. A pressionar alto e dinâmicos, criaram problemas aos alemães.
O «canterano» do Olival voltou a mostrar que tem estofo para o papel. Móvel, solto de movimentos e com faro de golo, André Silva reclama pela titularidade com argumentos de peso. Foi o melhor, ainda que tenha jogado apenas 45 minutos.
É atrás que residem os problemas
Bem mais problemática é a questão defensiva. Nuno ainda não conseguiu acertar as veleidades que atormentaram Lopetegui e José Peseiro na última época. Felipe, que até prometeu à primeira vista, voltou a deixar uma imagem de alguma insegurança e intranquilidade, defeitos que Marcano não soube remediar.
E foi em mais uma investida deficiente do defesa central brasileiro ex-Corinthians que o Bayer Leverkusen empatou, já na segunda parte. Chicharito Hernández recebeu na área e perante a saída de José Sá encostou para golo.
Aliás, toda a segunda parte não terá deixado, por certo, boas sensações a Nuno. Adrián López segue o registo de dragão ao peito – apagadíssimo – e Aboubakar perde cada vez mais terreno para André Silva. É certo que as alterações tiram fluidez ao jogo, mas o FC Porto do segundo tempo foi incapaz de criar perigo; para além de tremer atrás.