Já não é novidade, mas Mario Ferri voltou a ser protagonista num grande palco do futebol mundial. No meio das estrelas do Portugal-Uruguai, apareceu um relâmpago a correr pelo campo a dentro, não só com uma bandeira na mão, como também uma camisola à super homem.
Pois bem, caro leitor, se a sua reação foi: esta cara não me é estranha, não está enganado e, posto isto, o zerozero foi investigar.
Il Falco - como é conhecido em Itália -, nunca teve uma grande carreira, passando despercebido entre vários clubes semi-profissionais: Castel di Sangro, Venafro, Al-Faisaly, Côte d´Or FC, United SC e, finalmente, no Tre Friori, onde, inclusive, já disputou uma qualificação para a Conference League.
Atualmente com mais de 163 mil seguidores nas redes sociais, Ferri - embora seja futebolista - nunca ficou famoso por marcar golos, mas sim por ajudar pessoas, idolatrar Antonio Cassano e, principalmente, por defender causas.
Isto sempre com um denominador em comum: invadir campos. Esta carreira de invasões de Ferri, em Mundiais, começou em 2010 (Espanha-Alemanha), contudo, em Itália, o super fã de Cassano já havia invadido alguns jogos motivado por uma causa bem menos simbólica: convencer Marcello Lippi, selecionador italiano entre 2004 e 2010, a convocar o avançado italiano para o Mundial de 2010 - algo que acabou por não acontecer.
O Super-Homem das invasões
No Mundial da África do Sul, com a mítica camisola do super homem, o jogador - então em início de carreira - levou uma vuvuzela consigo e duas mensagens: «Paz no mundo», escrito em inglês, e ainda «Eu avisei-te Lippi», escrito em italiano, fazendo referência ao facto do técnico não ter convocado Cassano.
Quatro anos depois (Bélgica-EUA), Mario Ferri voltou a aparecer num Mundial, desta feita sem nada na mão, mas com uma mensagem diferente: «Salvem as crianças na Favela», remetendo para a pobreza extrema que as crianças brasileiras presenciavam no país.
Por fim, 2022. Para muitos, o «Mundial da vergonha», recheado de polémicas em torno do país organizador. Independentemente disso, Ferri arriscou e voltou a ser o super-homem quando decidiu invadir o campo no Portugal-Uruguai.
O homem de 35 anos de idade ergueu uma bandeira arco-íris - onde se verificava a palavra pace, que significa paz em italiano - que, conforme Ferri referiu nas redes sociais, tinha como objetivo apoiar as pessoas em torno do movimento LGBTQI+. Para além disso, exibiu duas mensagens fortes: «salvem a Ucrânia» e «respeito pelas mulheres iranianas», ambas escritas em inglês.
Mais uma invasão e mais um protesto que gerou impacto imediato. Não só para quem assistia no Estádio Lusail ou através da televisão, como também para quem não viu o jogo, mas observou Mario Ferri novamente em plano de destaque nas redes sociais.
[De sublinhar que Ferri, após a invasão, foi impedido de entrar em Estádios no Catar, ao passo que o comité organizador do torneio anunciou que lhe vetou a entrada nos estádios]