Na quinta jornada, o Boavista, que parecia começar em desvantagem- apresentou-se sem João Gonçalves e Reisinho -, mostrou-se bem vivo, mas perdeu duas vantagens. O Estrela, que parecia ter uma bela oportunidade de conquistar os três pontos, só arrecadou um, mas chegou duas vezes ao empate. Foi a verdadeira história do assim-assim: não foi mau, mas podia ser melhor (2-2).
Antes do apito inicial, nota para os onzes. Filipe Martins promoveu duas trocas face à equipa que perdeu diante do Casa Pia: Miguel Lopes - lesionado - e André Luiz deram lugar a Till Cissokho e Gustavo Henrique. Por outro lado, Cristiano Bacci, face às lesões, optou por uma abordagem eventualmente mais defensiva, colocou Gonçalo Almeida e Bruno Onyemaechi - laterais de origem - nas vagas de Miguel Reisinho e Joel Silva.
Onye'mas o que é isto?
Caro leitor, a primeira parte deixou-nos intrigados e encheu-nos de questões. Como é que um plantel proibido de contratar, extremamente curto, com visíveis lacunas, inexperiente - três dos titulares tinham, juntos, menos de 500 minutos realizados no principal escalão do futebol português -, em conhecida crise, consegue ir a casa de um clube estável, seja a nível de plantel ou administrativo, e jogar melhor? Difícil de perceber.
O que é certo é que aconteceu. Até inaugurar o marcador, o Boavista esteve por cima, com mais aproximações à área adversária e remates. Assim sendo, foi só contar com alguma sorte para fazer o primeiro, por Bruno Onyemaechi.
O nigeriano, utilizado como médio esquerdo, mas mais requisitado para defender que liberto para atacar, apareceu na grande área e, na sequência de um lançamento lateral, aproveitou uma bola morta para, num remate seco, atirar a contar.
O 0-2 parecia estar mais próximo que o 1-1, mas aí apareceu Nani a colocar água na fervura. Importante, requintado e decisivo. Parece ter a forma física de 2016 e o pé direito de... de sempre, porque sempre foi de nível mundial! Apareceu à entrada da área, recebeu, simulou, rodou e chutou cruzado, sem hipóteses para Tomé Sousa, o guarda-redes mais jovem de sempre a atuar na Primeira Liga.
No melhor período - finalmente - do Estrela, eis que surgiu o segundo... para o Boavista. Nova bola parada, nova confusão - Bruno Brígido agarrou, mas quando ia bater a bola no chão, o esférico tocou numa perna estrelista e encaminhou-se para Vukotic - e novo golo. Uma espécie de sorte divina que insistiu em recompensar as panteras, por tudo o que têm passado recentemente.
O esforçou recompensou (minimamente)
Fruto do eventual cansaço adversário e da desvantagem no marcador, a segunda parte foi do Estrela. O Boavista não deixou de atacar e, volta e meia, colocou os da casa em sentido, é certo, mas os estrelistas assumiram as hostilidades do encontro.
Mais posse ativa e um rondar mais perigoso à baliza de Tomé. Pelo menos, mais vontade coletiva que no primeiro tempo e isso foi premiado da melhor forma: com um golo.
Kikas - para já só com dois golos na época, mas o suficiente para ser o melhor marcador do Estrela -, aproveitou um corte incompleto de um defesa axadrezado para ficar com a bola na grande área e chutar cruzado; a bola passou por dois defesas, pela mão direita do guarda-redes, e só acabou no fundo das redes.
Até ao final, a emoção foi inegociável. O Estrela continuou a tentar e Onyemaechi faté viu a cartolina encarnada, mas o VAR reverteu. O Boavista ainda causou calafrios na compensação, mas nada mudou. Empate entre duas equipas, por motivos diferentes, aflitas. Ainda assim, para ambas um mal menor.